Com a devida autorização do TSE foi homologado o pedido de registro do estatuto e do programa partidário do partido político União Brasil, que será o 34° partido brasileiro.

O chamado pluripartidarismo liberal praticado mundo afora, inclusive no Brasil, se bem observado, é um conglomerado de partidos que professam a mesma ideologia e defendem o mesmo modelo econômico e a exceção de um ou dois partidos, são todos iguais.
São agremiações partidárias que apesar de parecerem diferentes, têm um pensamento econômico e ideológico unitário e por finalidade principal, acomodar interesses econômicos e financeiros diversos.
Mal comparando, a sabedoria popular os nivela com os porcos que se mordem na hora da alimentação no cocho disputando a comida, mas na hora de dormir estão todos juntos, amontoados, aquecendo uns aos outros.

Ressalvados os interesses pessoais de cada nicho político, há alguma diferença entre: MDB, DEM, PSC, PODE, PV, PMN, NOVO,PODEMOS, por último um tal de UNIÃO BRASIL? nenhuma diferença de conteúdo, pois são todos iguais e defensores de um mesmo modelo econômico ortodoxo e da mesma ideologia.
Afinal, qual é mesmo o foco da disputa interna nesses partidos todos?
Primeiramente o chamado controle partidário que nada mais é do que o político de maior densidade eleitoral, avocar para si o comando da agremiação partidária, para operar pessoalmente os conchavos.
Em segundo lugar e de posse do controle, o olho gordo no generoso fundo partidário, que para esse ano de 2022 teve um aporte orçamentário aprovado pelo congresso na bagatela de R$ 4,9 bilhões.
Resolvidas essas “graves” questões, tudo mais se funde num único pensamento liberal burguês, perfeitamente igual e harmonioso. É contra essa conjunção de forças que os pequenos partidos populares e progressistas que representariam 92% da massa trabalhadora brasileira têm de lutar, numa luta profundamente desigual.
A história tem mostrado e demonstrado que uma mudança dos fundamentos basilares que norteiam a macroeconomia, jamais acontecerá pela via eleitoral com esse arranjo político em que somos amplamente minoritários.

O máximo onde podemos chegar e isso já aconteceu com a eleição de Lula e Dilma, é a uma vitória eleitoral do candidato majoritário à presidência da república, através de uma aliança partidária. A modelagem eleitoral vigente, sempre nos leva a uma dependência política perniciosa que nos deixa reféns de um congresso cheio de apetites e exigências e nos obriga a um presidencialismo de coalização com todas as concessões necessárias para a governança.
A isso eles chamam de democracia! uma democracia imposta pelo voto por uma minoria esmagadora e se reclamações houverem, com certeza com certeza terão a seguinte resposta: “fundem um partido político e venham disputar conosco nas urnas!”
No ano de 2017 foram extintas as alianças partidárias, que bem ou mal permitiam a perspectiva de alguma conquista eleitoral pelos partidos pequenos. Na maioria dos casos o que menos era levado em conta era o conteúdo programático contido no programa eleitoral. Eram alianças oportunistas e efêmeras que mal atravessavam as eleições e logo se desfaziam.
Para as próximas eleições foram criadas as federações partidárias, que terão a longevidade correspondente à duração dos mandatos. Como irão conseguir harmonizar a convivência entre interesses tão antagônicos durante quatro anos só o tempo dirá. De qualquer sorte, vemos nas federações partidárias umas vantagens sobre as velhas e incestuosas coligações.
Em primeiro lugar pela perspectiva de aglomerar em torno de uma federação de esquerda, os partidos mais identificados com a ideologia que cá pra nós também têm seus apetites e devaneios.
Em segundo lugar pelo período de duração da federação que é de todo mandato o que pode conter o nomadismo dos saltimbancos eleitoreiros, até mesmo os ditas de esquerda.
Um aspecto importante que não temos informações de que tenha sido definido é a posse do mandato. É do candidato ou da federação?
Todo esse preâmbulo tem por propósito subsidiar a nossa tese sobre a importância da qual se reveste as eleições deste ano de 2022 do ponto de vista da classe trabalhadora, onde a grande maioria não tem consciência de classe.
Quando nós trabalhadoras e trabalhadores nos decidimos por disputar o nosso espaço, utilizando um modelo eleitoral que não foi construído por nós nem leva em conta os nossos interesses, nos obrigamos a aceitar as regras do jogo eleitoral deles que nesse caso são os donos da bola.
Diante dessa subordinação, não nos resta outra alternativa que não o imenso cuidado ao votar, para inverter por essa única via que dispomos, o jogo eleitoral e tornar mais leve essa lógica draconiana que nos castiga a séculos para tentar concessões meramente reformistas.
É preciso ter a clareza de que iremos enfrentar em primeiro lugar grupos econômicos e financeiros poderosos que são os donos dos meios de produção e que têm como prepostos as oligarquias hereditárias que vêm se perpetuando por várias décadas, passando de pai para filho até a enésima geração. Outro enfrentamento é com as néo-oligraquias surgentes, a parentela e os outsiders da politica que são efêmeros mas perturbam.

Então qual a alternativa que nos resta? Essa é a pergunta que com certeza nos será feita!
Só há um único caminho a seguir que é incentivar as nossas lideranças à disputa eleitoral apoiando-as incondicionalmente, buscando um equilíbrio no parlamento para fugir da chantagem da classe dominante. Ponto!
Sobrenome ilustre ou famoso, rosto novinho e bonito, favores que nos fizeram, dinheiro que nos emprestaram etc, nada disso deve ser motivo para votar neles, pois dinheiro se paga com dinheiro e favor se paga com favor. O voto sempre deve estar fora dessa contabilidade dominadora.
Candidato novinho e bonito? Lembre que Konrad Adenauer recuperou a Alemanha com 82 anos e Nero tocou fogo em Roma com 24 anos.
Lembremo-nos disso com mais convicção e firmeza, à medida que o dia das eleições se aproxima!
Consulta:https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/2022/Janeiro/eleicoes-2022-entenda-as-principais-diferencas-entre-federacoes-partidarias-e-coligac
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