A preocupação com a conservação da biodiversidade decorrente das constantes perturbações nos ecossistemas naturais tem crescido exponencialmente, uma vez que, como forma de minimizar essa perda, tem-se recorrido à criação de áreas protegidas, destacando-se como mecanismo as unidades de conservação, o que se torna um grande desafio.
Dito isto, a humanidade contemporânea convive com riscos ao meio ambiente decorrentes do desenvolvimento industrial aliado ao avanço tecnológico, da urbanização desenfreada e do progresso demográfico. Com o advento de tais riscos, percebeu-se que os danos ambientais não podem ser integralmente reparados, de forma que se criam medidas necessárias capazes de atender à proteção ambiental.
Surge então, as Unidades de Conservação, que consistem nos espaços territoriais e seus componentes, de forma a serem especialmente protegidos de acordo com o art. 225, III, da Constituição Federal .
A criação e implementação destes espaços territorialmente protegidos têm sido considerada como uma das principais maneiras de se preservar biomas brasileiros, embora, o desafio está na efetivação destas unidades, haja vista, que são criadas por atos do poder público, quando na realidade, as medidas necessárias não são concretizadas para a sua regular existência, como a elaboração do plano de manejo, uma constituição do conselho e a regularização fundiária.
As Unidades de Conservação têm sido decisivas na criação estratégica de proteção à biodiversidade, do meio natural e arquitetônico e de interesses socioambientais globais e locais, pois são bens de interesse público e ambiental, motivo pelo qual ao serem formulados deve-se considerar uma série de fatores necessários ao cumprimento do objetivo principal de cada unidade, seja de proteção integral ou de uso sustentável.
A expansão da civilização humana tem causado uma gradual e inexorável diminuição dos hábitats naturais. Assim, áreas urbanas são efetivamente sinônimos de perturbação de ecossistemas e de diminuição da diversidade biológica. Hábitats naturais são substituídos diretamente por casas, prédios de apartamentos, hotéis e shopping centers, assim como por ruas, estradas e pelas instalações que as sustentam (Murphy, 1997). Muitos habitats que antes eram essencialmente contínuos foram transformados em uma paisagem em mosaico formada por manchas isoladas de habitat original (ilhas de habitat) circundada por áreas transformadas antropicamente. Esse processo global de fragmentação de ecossistemas é possivelmente a mais profunda alteração causada pelo homem ao meio ambiente. É bem conhecido que a fragmentação conduz à perda de espécies nas comunidades biológicas, de forma que este processo tem sido considerado uma das maiores ameaças à biodiversidade.
Daí surge a importância da mata do buraquinho para a manutenção da biodiversidade, bem como a manutenção do Rio Jaguaribe, um dos principais afluxo da capital paraibana, que atravessa e corta 23 bairros da capital e atualmente sofre com a poluição Urbana.
Assim, a denominada Mata Buraquinho, tem seus aspectos positivos somada aos efeitos de borda no contato com a densa urbanização do entorno, fazendo-se necessária ações de conservação mais rigorosas do que as em vigor, mesmo se tratando de uma área legalmente protegida.
