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As Tropelias do Capitalismo, mesmo nas tragédias

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Por:João Vicente Machado Sobrinho;

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O nosso saudoso mestre Frederico Simões Barbosa, um médico sanitarista renomado, professor e ex-Diretor da Escola Nacional de Saúde Pública-ENSP/FIOCRUZ repetia sempre nas suas aulas magistrais e com muita ênfase:

“O capitalismo não para! O capitalismo não existe para fazer filantropia, mas para auferir o máximo lucro à base da exploração.”

Como o capitalismo infelizmente ainda não feneceu, vez por outra ouvimos a frase do mestre Frederico Simões martelar nos nossos ouvidos como um mantra, “o capitalismo não para!”

Levando em conta a frequência e a recorrência das crises cíclicas que são típicas do capitalismo, além da forma dissimulada como os seus agentes operam, chegamos à conclusão de que elas já ultrapassaram em números, a medida das farsas preconizadas por Friedrich Engels e complementadas por Karl Marx, quando ambos afirmaram:

No fato que iremos abordar, imaginemos que a tragédia seja o próprio advento do capitalismo e que as farsas que lhe são peculiares sejam as repetidas astúcias dos seus agentes. Trata-se de dois atores canastrões da política, na verdade dois saltimbancos de operetas e fieis apóstolos de Bolsonaro, os quais, atualmente ocupam o parlamento. Um deles é do estado de Goiás e o outro do estado do Rio Grande do Sul.

O primeiro, o do estado de Goiás,  tem por nome Gustavo Gayer, (PL-Goiás) exibe no seu currículo a profissão, pasmem, de professor e é pré-candidato a prefeito de Goiânia.

Um discípulo fiel do bolsonarismo e um dos integrantes da tropa de choque da extrema direita, ele incorpora fielmente o ódio bolsonarista ao comparar os nordestinos com galinhas. Colérico ele lança a bile do seu ódio endêmico sobre toda nação nordestina simplesmente por não conseguir dobrá-la aos acenos do Ogro.

O segundo deles, é um jovem deputado gaúcho ainda imberbe na aparência, mas eivado da mais subida e descontrolada ambição. A despeito disso, não há como negar que, para o ideário tosco que defendem, o gaúcho é mais presunçoso, é mais arrogante, é mais astucioso e mais pragmático. O nome dele é Marcel van Hattem (Novo-RS)

Pois bem, como membro da comissão de agricultura da Câmara Federal e relator de um projeto de Lei polêmico, van Hattem conseguiu a aprovação preliminar do relatório de sua autoria, no qual ele sugere a desapropriação de terras produtivas, “mesmo com desmatamento ou trabalho escravo.” (grifo nosso)

O relatório na verdade atende a um ditame da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil-(CNA), um poderoso guarda chuvas do agronegócio.

Confiram a informação:

“Em 5 de setembro do ano passado, o Supremo decidiu de forma unânime que, para não ser desapropriada, uma terra deve cumprir sua função social, nos termos do artigo 186 da Constituição e da lei 8629/93 – ou seja, deve, ao mesmo tempo, promover a utilização adequada dos recursos naturais disponíveis, a preservação do meio ambiente e a observância da legislação trabalhista. O texto era contestado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que pedia que, para ser desapropriada, uma terra devesse ser necessariamente improdutiva, independentemente do descumprimento dos outros requisitos de função social “ (grifo nosso(2)

A reportagem de Gabriel Tussini foi publicada no dia 11 de junho de 2024, na mesma época em que, dos 497 municípios gaúchos 452 eram atingidos por uma catástrofe climática sem precedentes e o Brasil inteiro se mobilizava para socorrer às vítimas.

Van Hattem ao que parece estava tramando nos bastidores, inclusive “descumprindo os outros requisitos de função social.” para satisfazer os apetites e as investidas do agronegócio que parece representar.


Engels, Marx, além do mestre Frederico Simões Barbosa estavam ou não estavam com a razão?

A essas alturas todo Brasil já sabe que a tragédia gaúcha foi uma resposta severa da mãe natureza às agressões diversas sofridas ao longo do tempo. Principalmente aquelas que são praticadas pela agropecuária que parece estar indiferente à calamidade e a sorte do seu próprio povo.

A catástrofe que veio recheada de desabrigo, de sede, de fome e de frio não foi suficiente para sensibilizar um jovem parlamentar fleumático e audacioso, que se diz representante da querência. Enquanto a tragédia transcorre, ele age nos corredores do congresso, como regente do agronegócio, articulando uma lei que favoreça ainda mais um agrupamento que também  foi responsável pela catástrofe.  E o pior, já preparando o terreno para as investidas ambientais futuras.

O ex ministro José Dirceu que foi uma das vítimas da famigerada Operação Lava Jato, é sem dúvidas uma liderança histórica que compõe a ala da esquerda liberal do PT, uma das margens do Rio da esquerda.

Mesmo demonstrando preocupação com os rumos do governo Lula, Dirceu é reticente quanto às falhas da esquerda liberal. Depois de um longo período ele ressurge  propondo a organização popular, como se isso pudesse ser feito como num passe de mágica.
Dirceu usa o mesmo discurso reformista bem ao agrado dos grupos financeiros da Faria Lima.

São falas como essa que a grande maioria da esquerda liberal domesticada usa. Com a boca torta pelo uso do cachimbo liberal passou a se preocupar com os anelos da Faria Lima e a cuidar exageradamente de abstrações como: teto de gastos, limites de gastos públicos, Lei responsabilidade fiscal, obediência à PEC 95 etc.
Ao que parece aderiram de vez à ideia de do fim da história pregada por Francis Fukuyama e resolveram de vez tentar reformar o capitalismo, sugerindo  paciência e aceitação por parte dos  oprimidos.

Já mostramos por inúmeras vezes o iconográfico claro e cristalino que segue. Repetiremos  mais uma vez, para mostrar à esquerda liberal onde as andorinhas dormem, ou seja, onde reside toda questão e a  causa de tudo. Vejamos:

 

A sangria dos juros pagos à banca internacional, inclusive à Faria Lima, engole mais da metade da LOA. O resto é conversa flácida para bovino dormitar como dizia o saudoso Humberto de Campos. Ponto.

Vejam o raciocínio  da esquerda liberal:

“à esquerda, sozinha, não tem maioria para fazer reformas estruturais. Também não consegue, sozinha, construir um projeto nacional de desenvolvimento que resolva os pontos de estrangulamento do crescimento —os juros e a concentração de renda, realimentados pela estrutura tributária baseada no consumo e na produção.”

Preferimos rever um pouco da essência do reformismo acalantado pela esquerda liberal, e a  opinião de Marx sobre ele:

“O que caracteriza o reformismo é a crença de que é possível consertar o capitalismo. A crença de que o capitalismo não funciona porque uma ou outra parte está desajustada. Bastaria acertar o que está errado e todo o sistema funcionaria de forma racional, coerente e justa. Nesse sentido, os reformistas não partem da premissa da sociedade tal como ela é, mas de como ela deveria ser. É curioso, então, que muitos considerem o marxismo como utópico. Utópico é acreditar que o capitalismo pode ser reformado, que é possível consertá-lo.
Para Marx, os reformistas são como Dom Quixote. Em um texto preparatório de O Capital, chamado Grundrisse, ele chama as ações reformistas de quixotadas. É uma referência ao personagem Dom Quixote. Para Marx, tentar reformar o capitalismo é como dar murro em ponta de faca.”

 

 

 

 

 

 

Referências:
Gustavo Gayer associa nordestinos a galinhas que recebem ‘migalhas’ do governo Lula – Carta Expressa – Carta Capital;
Deputados querem proibir desapropriação de terras produtivas com crime ambiental – Instituto Humanitas Unisinos – IHU; (2)
Dirceu cobra renovação na esquerda, e repete o mesmo discurso (oantagonista.com.br);

Fotografias:
a história se repete primeiro como tragedia e depois como farsa. – Pesquisa Google;
Agro pode puxar PIB gaúcho em 2021 – Portal do Agronegócio (portaldoagronegocio.com.br);
PESQUISAS E ANÁLISES ELEIÇÕES no X: “🚨CURIOSO: Marcel Van Hattem (NOVO-RS) e Gustavo Gayer (PL-GO), dois dos maiores algozes do PT na Câmara dos Deputados, têm algo em comum: atropelaram pessoas que morreram em consequência disso. Ambos, contudo, falam como se fossem bastiões da moralidade e exemplos a seguir https://t.co/nUtSB86Of6” / X;
Marx e a impossibilidade de reformar a sociedade capitalista | Teoria e Revolução (pstu.org.br);
O problema das contas públicas tem nome: Sistema financeiro (via É Público, É Para Todos) – SESDUEM;

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