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Entre servir e se servir

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Descobertos pelos europeus alguns anos antes do Brasil, os Estados Unidos da América conheceram, no entanto, outra evolução histórica, orientados por princípios diversos que mais rápido levaram a resultados práticos de autossuficiência.

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Há um livro do escritor Viana Moog, Bandeirantes e Pioneiros, que compara aspectos variados e as razões imediatas e remotas sobre as duas colonizações, possíveis de significar esses motivos do fenômeno desigual.

Dentre essas avaliações, conceitos existem de que, enquanto Portugal mandava colonizar o Brasil degredados e aventureiros, aos Estudos Unidos chegaram famílias provenientes das perseguições religiosas aos protestantes, no caso dos primeiros colonos, os tripulantes do navio My Flower, para quem o Novo Mundo representou a derradeira alternativa de pátria e sobrevivência.

Pintura: Mayflower em Plymouth Harbor, William Halsall, 1882. Crédito: Pilgrim Hall Museum & Wikipedia.

Os portugueses e outros povos da Europa, franceses, ingleses e holandeses, enxergaram no território americano pretextos de depredação. Primeiro, a coleta de âmbar, algodão nativo, sal, pau-violeta, pau-brasil, macacos e papagaios. Depois, o plantio de cana-de-açúcar e criação de gado e produção extrativa mineral e agrícola para exportação e mandar recursos aos empresários da empresa colonial; seguindo-se a extração desenfreada dos outros meios.

Era terra de ninguém, de onde levaram riquezas e destruíram as florestas; assassinaram os nativos longe dos olhos da moral e dos costumes usados nas metrópoles distantes, independentes de autorização ou pagamento a quem fosse, nos padrões da época.

Primeiros tempos depois de 1500, e as costas de Vera Cruz tornaram-se, por isso, palco dos desmandos em termos de rapinagem perpetrada, desde a pronta eliminação da Mata Atlântica, modos copiados séculos adiante pelos próprios brasileiros com relação à Mata Amazônica, até os dias presentes, de saudosas memórias ecológicas.

Desembarque de Pedro Álvares de Cabral e sua comitiva. Foto Divulgação Internet

Isto fica patente nos vários segmentos da cultura nacional, por exemplo com relação aos métodos políticos. Setor essencial das vidas em grupo, a representatividade detém força e liderança. Do jeito que o corpo reclama orientação do cérebro, a sociedade reserva aos seus titulares o papel de governá-la.

Nossos políticos, contudo, numa quantidade significativa, vislumbram o exercício da democracia pelos interesses particulares, investidores ausentes da coletividade, predadores vulgares. Notassem o mínimo da função da política, jamais visariam lucro profissional e permanência eterna nos cargos e funções públicas. Veem o poder pelo poder ao postular mandatos, no uso da velha pirataria dos avôs europeus, saqueadores inveterados desse continente original. Entre servir-se e servir há distância infinita, e aos eleitores cabe averiguar quem desejam na frente dos destinos vistos como presas na disputa dos votos valorosos.

 

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