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Tudo Passa Sobre a Terra

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 Não foram poucas as vezes   que fizemos uso da famosa frase do escritor cearense José de Alencar, usada por ele ao finalizar o seu celebre romance IRACEMA.

Sempre que as agruras da vida está a nos exigir uma catarse, é bom termos em mente essa sentença alencarina. Ela poderá nos servir de lenitivo e estímulo para continuarmos a luta.

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Nas agruras coletivas que afligem um contingente humano maior, a catarse poderá nos exigir uma maior compreensão, uma maior solidariedade e um maior esforço.

Em contrapartida, em sendo um sofrer coletivo, nos parece aparentemente mais leve, mais suportável, passando a nos servir de exemplo e a nos encorajar.

Como realmente tudo passa sobre a terra, o sentimento de alívio que virá a posteriori, precisará ser bem difundido, como um exemplo, uma aprendizagem e um estímulo para todos.

As lições aprendidas com a borrasca coletiva, serão apreendidas e nos ajudarão a melhor enxergar os próximos passos da nossa caminhada, sem as reprises indesejadas.

No atual momento, a população brasileira está às voltas com uma hecatombe que a muitos pode parecer o fim da história. Trata-se da desastrada e inconsequente gestão do atual Presidente da República Jair Bolsonaro.

Relembremos que as suas primeiras ações de governo como presidente da república, foram suficientes para despertar parte dos seus eleitores de boa vontade, e permitir-lhes enxergar melhor o terrível equívoco eleitoral que haviam cometido.

Quando a máscara de falsa moralidade usada na campanha eleitoral caiu-lhe do rosto, mostrou a verdadeira face daquele que se apresentava de forma dissimulada como o paladino da moralidade.

Eleito Presidente da República e diante da responsabilidade de governar a então sexta economia do planeta, mostrou-se sub medíocre e não era nada daquilo que foi mostrado pelo marketing eleitoral. Os seus eleitores então descobriram que foram vítimas de um grande equívoco.

Surgiram as interrogações à procura de uma justificativa para o estelionato eleitoral de que foram vítimas, levando-os à conclusão de que a montanha houvera parido um rato.

O autodenominado “mito” na realidade, tinha os pés de barro e nenhuma capacidade, empatia ou identidade com o cargo para o qual fora eleito. O abacaxi plantado por uma parte da população    virou um problema para todos nós, que passamos à condição de vítimas do seu desgoverno.

Ora, o combate à corrupção que sempre é uma atitude simpática e desejada, consensualmente deve ser também uma ação permanente, de qualquer governo que se preze, em qualquer parte do mundo.

Ações pontuais de meia dúzia de trombadinhas, não podem servir de   pretexto para o desmonte de um país através de xerifes mitológicos.     

Contudo, no caso em tela, acharam de eleger a figura amorfa de um desconhecido deputado federal sub medíocre, que houvera sido afastado do exército por tentativa de violência e indisciplina. O governante sub medíocre, revelou-se uma figura tosca, incapaz e contraditória.

Durante as suas tropelias e na tentativa de continuar a enganar os incautos, demagogicamente ele faz uso da Bíblia, colocada em suas mãos por pregadores oportunistas. São fariseus que trocam a “generosidade,” por lingotes de ouro fundido em barras, para segundo eles “custear as obras do senhor.”

Em nome do Cristo e como fazem os falsos profetas, com a mesma boca suja pelos palavrões e impropérios, ele se diz ungido, se achando autorizado a pregar a seu modo, a verdadeira prática Cristã.

Apesar de toda essa pantomima, quebrou-se o encanto e o seu processo de derretimento é visual. Esgotou-se o discurso de pobre conteúdo, vai se esvaindo o apoio inicial na medida que vai crescendo a   rejeição hoje em torno de 53%.

Abraham Lincoln, ex presidente dos Estados Unidos, disse certa vez:

“PODE-SE ENGANAR TODAS AS PESsoas por algum tempo e algumas pessoas durante todo tempo. Mas não se pode enganar todo mundo por todo tempo.”

Essa assertiva pode ser comprovada no momento atual, com a grande debandada que começou exatamente pelos avalistas de primeira hora do sr. Jair Bolsonaro, e os velhos caciques da política é o maior exemplo.

Podem acusá-los do que quiserem e adjetivá-los de: traidores, desleais, carreiristas, oportunistas e tudo mais.  Concordamos! Só não podem ser acusá-los de bobos.

Ora, eles que são acostumados a se equilibrar na corda bamba da política, sabem muito bem o tamanho da vara que lhes permite o equilíbrio.  Nem longa demais, nem curta demais, na medida certa! sabem ainda mais, que qualquer alteração no tamanho da vara poderá desequilibrá-los.

Mutatis mutandis, é o que estamos assistindo atualmente com a debandada de aliados de primeira hora do presidente da República.

Além de velhos caciques eleitorais, empresários, agropecuaristas e banqueiros, além da sociedade civil organizada em torno de várias instituições, fizeram circular uma Carta em Defesa da Democracia que rapidamente atingiu mais de meio milhão de assinaturas.

A tal PEC camicase que para ele se prenuncia como uma panaceia para todos os males eleitorais que afetam o presidente é custeada através de malabarismos fiscais, com prazo e limitado até 31 de dezembro, revelando-se aparentemente insuficiente à função eleitoreira para a qual foi inventada. O garroteamento parece não servir para atalhar a sangria do desprestigio e da evasão. A cada tropelia, a cada pantomima, ele vai perdendo o apoio da maioria dos seus seguidores.

O contingente de arrependidos que sem nenhum acanhamento votou nele, já atingiu 34% e segundo pesquisa qualitativa, asseguram que não mais repetirão o voto de forma nenhuma.

Depois de todos esses fatos reais, adjetivar o atual governo do presidente Jair Bolsonaro como o pior da nossa história republicana, não seria nenhum exagero e muito menos uma injustiça.

Se apreciarmos a execução da peça orçamentária de 2021, ou seja, aquilo que foi efetivamente gasto durante o ano, teremos, em valores absolutos, 3,861 trilhões de reais.

Se atentarmos bem, enxergaremos que apenas uma das trinta e uma rubricas que compõem a peça orçamentária, desde 2017, permite ao sistema financeiro o sequestro de mais da metade do orçamento da união.

Bolsonaro governa de frente e ajoelhado, diante do sistema financeiro, dos grupos econômicos e sempre de costas para as necessidades básicas do povo brasileiro. Os números mostram esse achaque.

Vejamos o tratamento dado a 08 das 31 rubricas anteriormente citadas, todas elas essenciais ao desenvolvimento social e humano:

Agricultura: 0,43%
Ciência e Tecnologia: 0,1202%
Energia: 0,0427%
Educação: 2,49%
Habitação: 0,001%
Saneamento 0,0115
Trabalho: 1,71%
Transportes: 0,1007%
Subtotal: 4,8958%

 

A restrição financeira a setores tão importantes tais como: a educação, a saúde, a habitação e o saneamento básico que é saúde preventiva, com a alegativa fajuta de falta de recursos, mostra as reais intenções desse governo de lesa pátria.

Os 4,8939% destinados a 08 rubricas orçamentárias, adicionados aos custos da seguridade social de 19,58%, representa pouco mais da metade do valor reservado aos bancos, no índice de 50,78% do orçamento de 2021.

É um índice alarmante que revela uma grave omissão política do governo brasileiro e uma demonstração cabal de que o Brasil passou a ser exportador de capital, igualmente a um leucêmico que passou a ser doador de sangue.

A primeira Pizza que se segue, é o retrato do desempenho tendencioso do governo Bolsonaro no ano de 2021.

Esse   cenário vem se mantendo e se repetindo num crescendo, desde o início do seu governo em 2017, onde o grande beneficiário é o sistema financeiro, ou seja, a banca internacional para quem este governo é ótimo, é indefectível.

Na segunda Pizza, apesar do orçamento de 2022 ainda não ter sido executado, a LOA foi aprovada pelo pior congresso nacional da nossa história republicana. Vemos claramente a sacralidade crescente do quinhão orçamentário destinado ao serviço da dívida, provisionado em de 53,92%.

“Portanto não perguntemos por quem os sinos dobram, pois eles dobram por nós”

Ernest Hemingway

Como toda essa grande farra financeira, ainda não tinha afetado o bolso da grande massa de descamisados de forma mais profunda, o governo vinha surfando no efeito inercial da crise, cultuando a pecha de “mito,” bravateando, fazendo gracinhas no puxadinho do Palácio da Alvorada, comendo em pé nos botequins e fiteiros, contando lorotas, até quando a população descobriu que O rei estava Nu.

Agora, ao se aproximar o fim do seu mandato, o país vive duas graves crises: econômica e política.  É preciso que saibamos que a solução da crise econômica é precedida pela solução da crise política, que só depende de nós, o povo.

Dizem que chegamos ao fundo do poço, e nós esperamos que essa afirmativa seja verdadeira. Somente assim, poderemos vislumbrar uma solução de curto prazo à vista.

Já que existe a chamada Volta por Cima ensinada na canção do professor Paulo Vanzolini, existe também a Volta por Baixo mostrada nas entrelinhas da letra da música A Terceira Lâmina, de autoria do mestre Zé Ramalho.

Se alguém chega ao fundo do poço chegou ao final.  Não é possível descer mais, pelo simples fato de o piso do poço ser composto de rocha   granítica. Então só há uma única saída que é em direção à garganta do poço, à procura da famosa luz na boca túnel.

Afinal, como é que tudo isso que estamos passando pode ser superado?

Primeiro: apreciar o panorama socioeconômico atual e nos organizar como maioria, para a contraofensiva. O nosso objetivo colimado é mudar a política econômica em vigor, que vem nos sendo perniciosa.

A parte da população que integra a base da pirâmide da distribuição de renda, em que pese ser muito mais numerosa é também a mais prejudicada. O povão, é a classe onde predominam:  assalariados, profissionais liberais, empregadas domésticas, trabalhadores formais, informais e subempregados de um modo geral.

Grande parte desse extrato social aglomerado nas faixas marrom e vermelha da primeira pirâmide, é composta por aqueles que não ganham o suficiente para comer.

Além deles, há um outro tanto que está em insegurança alimentar, já que uma renda familiar de R$2.034,00 não garante o acesso às necessidades fundamentais fisiológicas   do trinômio café, almoço e jantar.

Se à essas necessidades básicas preconizadas por Maslow, juntarmos as demais necessidades listadas na sua pirâmide, veremos que a esmagadora maioria da população brasileira está marginalizada em vários aspectos.

A base da pirâmide ilustrativa de Maslow, é o habitat financeiro do povão. Um espaço econômico-social limitado que mal assegura a ração de subsistência. Lhes faltam condições financeiras suficientes para o atendimento às necessidades de segurança e fisiológicas.

São direitos mínimos de há muito reclamados, que foram pouco ou quase nada atendidos e sempre negados. Basta andar pelas ruas de qualquer cidade brasileira, para se deparar com a fome. Nos sinais de trânsito, nas portas dos supermercados, dos restaurantes e das farmácias.

Os passeios das calçadas abrigam o lumpemproletariado sob as marquises dos edifícios a partir das 18.00h. São os que vivem na marginalidade, sem nenhuma esperança e nenhuma   consciência de classe. Não têm o mínimo interesse pela luta dos trabalhadores, embora tenham condições objetivas em excesso para promover uma mudança radical. Cabe-nos despertá-los e organizá-los para a luta.

Dirigido pelo banqueiro Paulo Guedes à mão de ferro, o manche do barco do estado não lhe foi entregue para que ele faça filantropia. O capitalismo não existe para se apiedar e fazer filantropia e sim para acumular e movimentar o capital com o propósito de obter o máximo de lucro possível e impossível.

Não será Bolsonaro, o banqueiro Paulo Guedes nem a trupe de ministros vassalos, do quilate de um Marcelo Queiroga, que irão se preocupar com as agruras do povo. Este está preocupado é com o futuro político de um tal de Queiroguinha, seu filho, que pretende ser deputado federal.

Já que não existem condições subjetivas suficientes para uma Revolução Popular que nos liberte dessa opressão, vamos nos valer das eleições liberais de outubro de 2022, para promover uma grande e revolucionária faxina em todas as esferas de poder, através do nosso voto. É o que podemos fazer e não é pouco!

Precisamos ter claro, que o poder executivo nas três instâncias: nacional, estadual e municipal, o Senado da República, a Câmara Federal as Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, via de regra são ocupados por inimigos de classe que precisam ser derrotados nas urnas.

Lembremos que os oprimidos, os famélicos os descamisados e os pobres, representam 92% da primeira pirâmide, e não têm nada a perder, e tudo a ganhar.

Enquanto isso os opressores da classe dominante representam apenas 08%, uma minoria esmagadora que pode muito facilmente ser derrotada.

Portanto só depende de nós e mais ninguém, eleger do Presidente da República até o vereador, para assegurar uma governança tranquila e sem sobressaltos ao novo presidente da república, concedendo-lhe o apoio necessário para que ele tenha condições de fazer uma faxina na legislação bolsonariana.

Na última pesquisa Datafolha as pessoas ouvidas responderam que o próximo presidente será Lula. Trabalhemos para que a vitória aconteça logo no primeiro turno!

À LUTA!

 

 

 

 

 

 

 

 

Consulta:

LOA: afinal nós temos orçamento sim! | Site do João Vicente Machado (joaovicentemachado.com.br);

Fotografias:

 Maslow –;

LOA:;

[O Brasil é pobre!] Gráfico da pirâmide de renda organizado pela OCDE em 2018 : brasil (reddit.com);

Tsunami no final de 2004 matou 230 mil; veja lista dos principais desastres no mundo | Mundo | G1 (globo.com);

Bolsonaro deve assinar decreto para flexibilizar posse de armas no Brasil – Notícias – R7 Brasil;

Entrevista – Joseph Gordon-Levitt: ‘‘A Travessia’ é uma homenagem às Torres Gêmeas’ | VEJA (abril.com.br);

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