Pedagogia do Oprimido

Paulo Freire

Por: João Vicente Machado

    O assunto do dia de ontem foi a agressão verbal de que foi vítima, a memória do advogado, filósofo, educador e professor Paulo Freire, por ninguém menos do que  o presidente da república do Brasil, terra onde nasceu  Paulo Freire.

    Provavelmente ignorando o verbete usado,  energúmeno, ele numa das  suas incontinências verbais, bravateou contra a programação de uma rede de televisão estatal que veicula o programa TV Escola, suspendeu a verba contratada e não satisfeito tentou agredir a memória de um educador mundialmente conhecido, respeitado como referência inovadora da educação.

   Recorrendo ao dicionário iremos encontrar o significado do verbete usado:
   Energúmeno: substantivo masculino.
01-OBSOLETA/O * OBSOLESCENTE.
        possuído pelo demônio; processo.
02-POR EXTENSÃO
        pessoa exaltada, desequilibrada por paixão, obsessão etc;
        desatinado.
      Recorri ao dicionário para mostrar ipsis literis o tamanho da estupidez do presidente da república, cargo de quem se espera minimamente, equilíbrio, postura e serenidade.
     Mas finalmente porque tanto medo de Paulo Freire?

Como professor da Universidade Federal de Pernambuco, considerado um dos pensadores mais notáveis da pedagogia mundial, fundamentou a sua prática na dialética com o cotidiano dos alunos, ao invés do uso da cartilha tradicional de Teobaldo Miranda que repetia:
  “ Vovô viu a uva”.  Nessa época só se via uva nas revistas, e no semiárido nordestino nem assim.
  Como a experiência pioneira nos sertão do Rio Grande do Norte, ele montou uma equipe composta por seus alunos da UFPE  e se deslocou para a cidade de Angicos em 1962/1963.
  Em lá chegando, procurou no cotidiano as palavras chaves que usaria, todas elas recolhidas  no reservatório da cultura local, onde todas as palavras usadas eram de pleno conhecimento de todos.

  Enxada, pá, cabra, vaca, boi, casa, árvore, broca, roça, alpendre…

 Daí surgia as palavras que alfabetizava, educava e despertava.
   Eis aí a chave de tudo, a motivação do ódio por Paulo Freire: o despertar!
    Tenho por fim de recorrer ao Cristo: “ … Pai, perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem!”  Ou sabem?

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