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A sobrecarga cruel cotidiana castra o povo, o poeta e a poesia

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Por: Bodão Ferreira;

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Tenho me ausentado da escrita
E venho pedir perdão pelo sumiço
A cabeça está em rebuliço
Sem descanso a vida é menos bonita
A cobrança diária interdita
A criação, o sonho, a fantasia
Pois o trabalho, o trânsito, a correria
Tira sem dó a essência humana
A sobrecarga cruel cotidiana
Castra o povo, o poeta e a poesia

Preciso de 8 horas pra dormir,
8 horas tenho que trabalhar
Pelo menos quatro pra estudar
Outras quatro pra poder ir e vir
E mais três pra comer, só engolir
Fora duas pra ir à academia
Preciso de 40 horas no dia
Ou de uns nove dias por semana
A sobrecarga cruel cotidiana
Castra o povo, o poeta e a poesia

O mundo do trabalho é nocivo
E coloca em cheque a existência
Causa ansiedade e dependência
De telas e de antidepressivos
Atrasa o processo cognitivo
Deixa o corpo sem nenhuma energia
Sem descanso não se tem alegria
Nos mantando nessa rotina insana
A sobrecarga cruel cotidiana
Castra o povo, o poeta e a poesia

Não há tempo para ver os amigos
Ou ter acesso à cultura e lazer
No espelho, nos vendo adoecer
Tendo na auto cobrança um castigo
Sequer tempo para sofrer consigo
Tendo a pressa como única companhia
A relação social se atrofia
E a ansiedade desengana
A sobrecarga cruel cotidiana
Castra o povo, o poeta e a poesia

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