Junho, mês de festa e alegria

Por: Neves Couras;

Para nós sertanejos o mês de junho nos traz grandes alegrias. Desde os pagãos, celebram-se as colheitas com muita festa, dança, música, fogueiras e muita comida. As referidas festas foram criadas para agradecer a colheita, ou seja, a fartura. Que coisa mais bela mais cheia de amor!

Sei que já passamos a comemoração do dia Santo Antônio, mas tenho duas histórias em minha vida que envolvem esse querido amigo, que não poderia deixar de, neste momento, compartilhar com vocês.

Não conhecendo a história do Santo, e já estudando os livros escritos por Kardec, estava naquela fase do ponto de vista religioso, que não sabia que caminho seguir. Mas posso garanti-lhe que Santo Antônio não é brincadeira.

 Minha primeira experiência com o Santo aconteceu por volta de l983, eu trabalhava na antiga FIPLAN, perto da Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Jaguaribe e às terças feiras todos iam para missa em louvor ao santo e me traziam o pãozinho para ser colocado no vidro da farinha, para que não nos faltasse alimento. Eu cumpria, é claro, com todo ritual, mas dizia que não tinha tanta fé no Santo.

Minutos depois, chaga meu falecido marido, dizendo que tinha perdido uma bolsa com todos os documentos. Na sala, foi uma gargalhada só: “E aí, Nevinha, e agora? Santo Antônio é o santo das coisas perdidas.

Minha atitude não poderia ser outra. Pedi desculpas e pedi que ele nos ajudasse a encontrar a bendita bolsa que continha todos os documentos dele. Acreditem, dentro de no máximo duas horas a bolsa foi encontrada. É evidente que me tornei devota do Amigo Antônio.

Anos se passaram, ou seja, em 1993 engravidei de meu último filho já com 37 anos. Dez anos depois de um aborto espontâneo e ter passado por um grande problema de saúde, que me levou a quase todos os dermatologistas de João Pessoa, Recife e Fortaleza.

Pelo processo medicamentoso, eu não acreditava poder ser mãe novamente. Mas como conheço meu corpo, dois dias depois da falta da menstruarão, já dei a noticia que estava grávida. Foi aquele reboliço na família, inclusive com conselhos de praticar um aborto, pois seria mais um filho que eu criaria exigindo de me mim mais sacrifícios.

Minhas gravidezes foram bençãos dos Céus. Não só pela oportunidade de ser mãe, mas porque eu não tinha nenhum problema que as mulheres normalmente sentem. Trabalhava até o dia de ir para maternidade, pois nunca tive dificuldade para trabalhar grávida, apesar das barrigas assustarem pelo tamanho.

A barriga era tão grande, que a época trabalhando na Secretaria Estadual de Agricultura os amigos veterinários brincavam comigo pedindo para fazerem uma ultra sonografia pois diziam que pelo tamanho da barriga, eu carregava um bezerro. Era a festa que faziam comigo pelo tamanho da barriga.

Vamos voltar à história com Amigo Antônio. A cirurgia foi marcada para uma segunda feira 13 de junho. Não associei ao dia do Santo. Na sexta feira anterior, acordei com uma tosse que parecia com a que chamávamos no sertão “tosse de charro”. Fiquei super preocupada. Fui ao Pneumologista que após muita indagação de minha parte para não tomar o remédio, quase me expulsa do consultório com um xarope para tomar.

Tomei a primeira dose e logo fiquei “dopada”. No sábado pela manhã, após muito esforço, e, sei que os amigos espirituais me ajudaram, fui ao Centro Espírita onde eu já fazia o pré-natal espiritual. Ao entrar já encontrei a Médium que dava passagem ao Espírito que, dentre outros, cuidavam de mim. Apenas me alertaram que teria um probleminha na hora do parto, mas tudo sem consequências.

Realmente, lá vou eu para maternidade com um parto contratado com todo requinte que as outras não tiveram: Pediatra, todo Centro Cirúrgico preparado com toda assepsia possível, até a filha do médico que fazia enfermagem pediu para acompanhar a cirurgia. Meus outros partos foram bem mais simples, mas o médico achou por bem, nesse exigir uma equipe maior para me acompanhar.

Tudo iniciado, e cadê eu ouvir o choro da criança? Comecei a sentir muita dor na parte posterior onde a anestesia não abrangia, muita gente segurando minha barriga, e eu claro, não entendia nada do que estava se passando.

Após algum tempo, o anestesista avisa que eu precisaria usar oxigênio, pois a criança estava precisando. Eu só gemia e o Médico pedindo um pouquinho mais de calma. Ele já me conhecia desde meus exames pré-nupciais. Já tinha tido meu primeiro parto natural, em que não soltei nenhum gemido achando que tudo era normal (e de fato era).

Finalmente a criança aparece. Enorme e cheio de saúde, graças a Deus. Lembro-me do médico após cortar minhas trompas, me dizer: “bote o nome do menino o Santo do dia que ele merece.”

No dia seguinte, antes do obstetra chagar, chegou o pediatra para ver como estávamos e foi ai que soube o que aconteceu. Em primeiro lugar, disse-me que em seus anos como pediatra nunca havia conhecido um médico com tanta perícia. Me contou então o probleminha: A criança mudou de posição minutos antes da cirurgia e, ao fazer o corte da barriga, aparece o rosto, ou seja, por questão de milímetros a criança não teve o rosto cortado; segundo a criança não permitia ser segurado pelas pernas. Se demorasse mais um pouco, ele poderia se asfixiar com o liquido amniótico, e vir a morrer. O Médico então, resolve puxar a criança pelo bumbum, quase esgarçando meu útero.

Mais uma vez Santo Antônio e os Médicos Espirituais me salvaram. Essa homenagem vai para além de Santo Antônio que não é só casamenteiro, mas a Dr. Gláucio Ferraz que também nasceu dia 13 de junho e já deve estar fazendo parte das equipes espirituais em outra dimensão.

Essa, é mais uma das histórias de minha vida que compartilho com vocês com muita alegria.

 

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