Trabalhemos no bem

Por: Neves Couras;

Em nosso último artigo, utilizei os ensinamentos do Cristo no que diz respeito ao uso de nosso tempo aqui neste planeta para trabalharmos e servimos. A orientação do Mestre é no sentido de que jamais deixemos de usar nossas mãos em prol do trabalho.

O termo trabalho, utilizado por Jesus, não está sendo utilizado para acúmulo de riquezas, nem tão pouco é dito qualquer coisa neste sentido, como se enriquecer fosse um mal. Contudo, em nenhuma passagem do Evangelho o trabalho é criticado.

Entretanto o trabalho ao qual nos referimos é muito mais valorizado no sentido do trabalho que nos eleva como ser humano. Seja no plantio da semente utilizada para o nosso alimento, como nas grandes corporações, ele é abençoado.

O que não é abençoada nem incentivada pelo Mestre é a preguiça. Essa, não contribui para o nosso aperfeiçoamento como seres humanos, porque precisamos trabalhar para aquisição de nossos bens materiais, e muitas vezes, é com a construção de nosso patrimônio, que, na grande maioria das vezes é que podemos contribuir com o crescimento do lugar ao qual pertencemos e, assim, podemos contribuir com as outras pessoas.

Segundo João 7:6 em Seu Evangelho, o mau trabalhador é sempre queixoso. Se queixa da falta de instrumentos, lamenta a chuva, não tolera o calor, amaldiçoa o frio o vento. É um cego que só enxerga o lado difícil das situações.
O bom trabalhador, entretanto, compreende, antes de tudo, “o sentido profundo da oportunidade que recebeu. Valoriza todos os elementos colocados em seus caminhos, com respeita as possibilidades alheias”

Não importa se chove ou se faz sol. Se chega a época do plantio, vai arar a terra sorridente porque Deus trouxe a chuva, porque sabe que terá uma produção. É amigo da natureza, aproveita-lhe as lições, tem bom ânimo, encontra a aspereza da semeadura e com a alegria trabalha na colheita.

Assim acontece em nossa vida diária. Somos convidados pela divindade a colocar nossas mãos ao trabalho em inúmeras situações. Se nosso alimento, o sustento de nossa família, depende de nós, não podemos nos dar ao luxo de escolher chegar na empresa já como chefe, muitas vezes temos talentos para isso, mas esse talento não tivemos a oportunidade de mostrar. Então, precisamos iniciar pelos trabalhos mais simples, com toda humildade e esperança. Seremos notados e promovidos a cargos mais elevados, mas precisamos ter paciência e competência para mostrar quem somos.

Falo dessas situações porque já passei por elas. Poucos sabem de nossa trajetória de vida. Foi dura, mas com muita dignidade. Me dediquei a tudo que fiz e faço. E precisava trabalhar, mesmo muito jovem. Meu primeiro trabalho foi em um banco de feira em Taguatinga – DF. Todo domingo de 7h às 12h, trabalhei numa espécie de armarinho.

Nunca me importei com o tipo de trabalho. Ao final de minhas horas de trabalho recebia algum valor, tipo 5 cruzeiros, não lembro a moeda da época. No supermercado, aquele dinheiro não tinha carimbo de onde vinha. Mas eu tinha orgulho, pois era fruto de meu trabalho.

Quando chegamos em João Pessoa, não tive a oportunidade de ter um bom emprego como tive em Brasília. Um dia, um amigo me perguntou se eu gostaria de ser Relações Públicas numa grande loja de material elétrico. Aceitei na hora. Ao chegar para a entrevista, o Empresário me perguntou: O que você conhece de material elétrico? – Conheço lâmpada, tomada e fio. Nunca fui chegada à mentira. Ele então me disse: você tem 30 dias para ficar na loja e conhecer todo nosso material. Com 15 dias, o gerente me liberou para ir para campo, pois eu já conhecia todo material da loja. Em três meses vendi até material para grandes indústrias que estavam no estoque desde a inauguração da loja.

Sempre trabalhei com alegria, dando graças a Deus pelas oportunidades de trabalho, e acredito que por isso, tive muitas oportunidades de aprendizado e de ter excelentes posições nos lugares que trabalhei.
Para concluir, voltando às palavras de João, “os cegos de espirito continuarão queixosos, no entanto, os que acordaram para Jesus sabem que sua época de trabalho redentor está pronta, não passou, nem está por vir. É o dia de hoje, é o ensejo bendito de servir, em nome do Senhor, aqui e agora…

Não servimos a Deus apenas quando estamos no trabalho remunerado, mas quando nos dispomos a usar nossas mãos e mentes para fazer o bem, e muitas vezes, os que precisam estão bem perto de nós. Carentes de um abraço, de um bom dia, de um sorriso… nossas oportunidades de trabalho são infinitas.

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