O Recrudescimento do Facismo

Por: João Vicente Machado Sobrinho;

Alguém já disse que o modelo liberal capitalista é um gato de sete fôlegos, e pelas transfigurações que lhe conferem sobrevida ele faz de tudo para merecer essa pecha. Se passarmos em revista o século XX, iremos perceber que aconteceram pelo menos cinco grandes crises do capitalismo das quais ele conseguiu se safar. Vejamos:

1-A crise de 1929 que se abateu sobre a bolsa de Nova York e ficou conhecida como a grande depressão.
2-A crise da década de 1970.
3-A crise asiática de 1997.
4-A crise financeira de 2008, e
5-A crise da Covid-19.

Os economistas ortodoxos repetem as teorias do novo velho liberalismo econômico tal qual um mantra que a imprensa oficial se encarrega de difundir. A imprensa insiste em apontar como causas, algumas das muitas trepidações inerentes ao modelo capitalista, que nem a festejada lei da oferta e da procura, nem a famosa “mão invisível” do mercado conseguem resolver em definitivo. Assim acontece com a superprodução tão indesejada por eles que, pasmem, consegue gerar crises em plena abundancia; assim também acontece com a especulação financeira que derruba os preços das ações imobiliárias; assim também acontece com a reclamada falta de regulação e de garantias jurídicas que comprometem a segurança dos investidores, etc.

A despeito de tudo isso a grande causa das crises capitalistas é a discriminação provocada pelo modo de divisão do trabalho; pela forma excludente de acumulação do capital; pela falta de equidade distributiva da riqueza; e pela cruel divisão da sociedade em classes.

Todavia, como dizem que o uso do cachimbo faz a boca torta, de tanto se transfigurar o capital não tem mais conseguindo esconder os disfarces que costumeiramente usa para sobreviver. Quando isso acontece a classe dominante passa a fazer uso da força bruta. É o que vem acontecendo e tomando corpo nos chamados países centrais onde a concentração de renda chegou para ficar. Agora, os países ricos que não podem mais deter a acumulação de renda, também passaram a produzir pobres e miseráveis, na mesma medida dos países periféricos. Diante da intensa chegada de pobres e miseráveis do chamado terceiro mundo, foram buscar no sarcófago da extrema direita o vampiro fascista que estava adormecido, para através da força bruta da deportação de imigrantes fazer valer seus postulados.

Para mascarar o autoritarismo e dar-lhe uma feição palatável de democracia, a classe dominante utiliza o enganoso modelo eleitoral liberal capitalista, com a adoção de um pluripartidarismo de fancaria, que aparenta uma vistosa roupagem democrática.

Essa é a forma sutil de disfarçar a acomodação dos grandes interesses pessoais da classe dominante, que na verdade se constituem num único bloco ideológico convergente. É nesse nicho de aparência democrática, que fazem uso do nazi fascismo com as suas características principais que são:

 . O ultranacionalismo.
. A bravata ameaçadora e violenta e a coerção através do autoritarismo.
. O racismo radical e segregacionista.
O mundo contemporâneo está passando por uma fase de recrudescimento do nazifascismo disfarçado de conservadorismo extremado e isso é uma realidade inegável.

Há uma safra de quadros políticos conservadores que tem ganhado espaço político eleitoral e se transformado num agrupamento homogêneo de extrema direita e direita e  lideranças neofascistas é o que não falta:
. Donald Trump nos USAN.
. Benjamin Netanyahu em Israel.
. Giorgia Meloni na Itália.
. Narenda Modi na Índia.
. Victor Orban na Hungria.
. Keir Starmer na Inglaterra.
. Volodymyr Zelensky na Ucrânia.
. Emmanuel Macron na França.
. Olaf Scholz na Alemanha.
. Mark Rutte Secretário Geral da OTAN.

Afora a arraia miúda de menor coturno como é o caso de Javier Milei na Argentina e o Bolsonarismo no Brasil.

Nessa salada conservadora estão juntos e misturados, agentes políticos e partidários de maior ou menor expressão, como: Políticos, Outsiders, Liberaloides direitopatas, Liberais de esquerda, todos com um discurso violento para a plateia e um ideário nazifascista único.

Aqui no Brasil onde haverá eleições majoritárias no próximo ano de 2026, a malta de lobos políticos oportunistas que está sempre em disputa, já está em intensa movimentação, organizando suas pedras para o jogo político. A população pobre, apenas assiste como expectadora passiva que será usada apenas no dia da eleição como massa de manobra para conferir-lhes o mandato de quatro anos. É essa é uma rotina de mais de 130 anos de compromissos não cumpridos que não consegue despertar as vítimas que é a massa sofrida.

Agora mesmo, eles estão nos bastidores conchavando para arrumar a melhor maneira de derrotar Lula e distribuir o poder dominante entre os agraciados das elites. Já estão soltando balões de ensaio pala encontrar um candidato mais robusto eleitoralmente, que tenha condições de aglutinar o conservadorismo  em torno dele,  garantindo a estabilidade do modelo e a féria da cúpula.

Talvez os leitores e/ou internautas não tenham percebido, mas as pesquisas de opinião pública também são acometidas de mimetismo. No tipo de pesquisa, na ponderação da amostragem colhida, na divulgação da pesquisa e na margem de erro. Vejamos uma síntese sobre os tipos e a elaboração de pesquisas.

Pesquisa qualitativa: é um tipo de pesquisa que permite que dela sejam extraídos vários indicadores. Esses indicadores nortearão os rumos e uma melhor estratégia propagandística a ser seguida pelo candidato durante a campanha. Por ser uma pesquisa de que apresenta resultados mais consistentes e detalhados, a pesquisa qualitativa nunca é publicada. Ela poderia revelar algum anseio popular com o qual o candidato não tem intenção de se comprometer. Pela sua robustez ela tem um custo mais elevado do que as demais.

Pesquisa numérica: é um tipo de pesquisa que tem algo muito parecido com um exame laboratorial, onde a contagem de bactérias revela as condições de salubridade do paciente naquele instante. Um outro modo de comparativo é a fotografia que revela o visual do momento.

Não precisa dizer que uma pesquisa eleitoral numérica revela a realidade do momento e pode mudar como o vento muda. Portanto é impossível afirmar no dia de hoje e com convicção, quem irá ser o próximo presidente da república. Se se tratar de um candidato que está no governo e está pleiteando a reeleição, a manipulação dos números pode se iniciar com a forma como é apresentada.

Até o governo Bolsonaro e o início do governo Lula, o gráfico de apresentação das pesquisas de satisfação mostravam os adjetivos:

. Ótimo/Bom
. Regular
. Ruim/Péssimo.

Antes de nos pronunciar sobre o que achamos da forma de divulgação das pesquisas contratadas pela imprensa oficial apreciemos um paradigma idêntico.
Imaginemos uma avaliação escolar feita com os conceitos A, B e C e valores numéricos correspondentes de 0 a 10.

. De 0 a 3,333 será atribuído o conceito C e o aluno é avaliado Ruim/Péssimo.
. De 3,333 a 6,666 será atribuído o conceito B e o aluno é avaliado regular.
. De 6,666 a 10 será atribuído o conceito A e o aluno é avaliado Ótimo/Bom.

Muito bem, então o que como é que nós devemos contabilizar aquilo que é conceituado como B? Como C ou como A?
Raciocinemos: qual é o valor numérico que aprova e qual é o que reprova? O que é maior ou igual a 5 ou o que está abaixo de 5.
Assim quem é conceituado como B não é totalmente ruim nem totalmente bom, pois sua nota varia entre 3,333 e 6,666.
3,333 + 6,666= 9,999
9,999: 2 = 4,9995 ou 5

Vejam como eram exibidas as pesquisas de desempenho do governo Bolsonaro no ano de 2021

Agora vejamos como a mídia oficial apresenta a avaliação de desempenho de Lula

Observem os dois gráficos e constatarão que o que era regular e aprovava, passou a ser Não Sabem e tornou-se neutro.

Agora em sã consciência respondam: dá para duvidar que os liberaloides direitopatas soltaram os seus balões de ensaio com nomes de Out Sideres e políticos fisiológicos com o fito de se somarem depois como sempre fazem?

Vejam a fila que é um misto de políticos nanicos e de out sideres e o que as tais pesquisas numéricas dizem sobre eles:
Em um contexto de primeiro turno, Lula teria 30%, Tarcísio, 13%, Gustavo Lima, 12%, e Marçal, 11%. Ciro Gomes alcaçaria 9%, Romeu Zema e Ronaldo Caiado, 3% cada. Os indecisos somam 5% e os brancos, nulos ou que não vão votar, são 14%, segundo a pesquisa.

. Lula — 30%
. Tarcísio – 13%
. Gustavo Lima – 12%
. Pablo Marçal – 11%
. Ciro Gomes – 9%
. Romeu Zema – 3%
. Ronaldo Caiado – 3%
. Indecisos – 5%
. “Não Sabem” — 14%

Qual seria o destino de 19% dos votos dos indecisos juntos com os votos dos que não sabem?

Quanto aos nomes listados agem igualmente aos porcos, ou seja, brigam na hora de comer, mas na hora de dormir estão todos num amontoado de esquentando.

Referências:
As grandes crises do capitalismo nos séculos XX e XXI e a nova configuração da economia global: Globalização e de globalização | Revista de Ciências Humanas;
Livro: O Príncipe/ Nicolau Maquiavel;
Livro: Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico/Friedrich Engels;
Benito Mussolini: ascensão, queda e legado do fundador do fascismo | National Geographic;
Artigo – Minha Luta _Hitler_ -para publicação _REVISADO;_

Fotografias:
O crash da bolsa de valores de Nova York em 1929 – Pesquisa Google;
Fazendeiros derramam leite em via pública para forçar os preços – Pesquisa Google;
Como é o processo de deportação nos Estados Unidos? | Mundo | G1;
Partidos Políticos Brasileiros e suas ideologias [resumo];
A galeria de pretendentes à presidência da republica em 2026 – Pesquisa Google;

Aprovação de Bolsonaro cai para 19%, diz pesquisa | Política | Valor Econômico;
Aprovação ao governo Lula cai de 52% para 46% em 1 ano, diz Poder Data;

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