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Globalização. Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro.

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Por: João Vicente Machado Sobrinho;

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A partir do Consenso de Washington o termo globalização voltou ao cenário econômico internacional e passou a ser usado como se fosse uma grande descoberta ou uma inédita novidade. Como todo linguajar de viés analógico o verbete passou a ser repetido com frequência, até por flanelinhas de sinais de transito.

A repetição exaustiva de quaisquer  palavra ou frase promocional de um produto, de uma mercadoria, foi a estratégia propagandística prescrita por Joseph Goebbels, o ministro da máquina de   propaganda nazista.

Dizia ele:

A essência da propaganda é ganhar as pessoas para uma ideia de forma tão sincera, com tal vitalidade, que, no final, elas sucumbam a essa ideia completamente, de modo a nunca mais escaparem dela. A propaganda quer impregnar as pessoas com suas ideias. É claro que a propaganda tem um propósito. Contudo, este deve ser tão inteligente e virtuosamente escondido que aqueles que venham a ser influenciados por tal propósito NEM O PERCEBAM.” (grifo nosso) (1)

A ideia de Goebbels nada mais foi do que transformar uma meia verdade em verdade absoluta e depois disso repeti-la exaustivamente até massifica-la.  Quando taxamos uma afirmação como meia verdade, é porque ele é a rigor uma mentira, que hoje em dia tem o nome chique  de fake news.

Todos nós somos tendentes a esquecer alguns fatos. Todavia os registros históricos sempre nos socorrem e nos fazem relembrar o chamado período das grandes navegações, que teve início por volta do século XV. Aquela movimentação marítima intensa, nada mais foi do que um grandioso projeto de globalização da economia e tem seis séculos nas costas. Ou seja, não é nenhuma novidade.

O intenso comércio de especiarias entre os países da Europa e da Ásia Ocidental, tinha uma logística predominantemente operada  por navios mercantes. A frota atravessava os mares e oceanos, percorrendo uma longa rota marítima, contornando todo continente africano, para chegar à Ásia Ocidental e vice versa.

Há ate uma versão que garante  que o desvio dessa rota foi propositado e tinha como pano de fundo o descobrimento do Brasil.

A rigor eram de fato incursões feitas por navegadores aventureiros, os quais se lançavam ao mar à procura de um caminho que encurtasse a enorme distância entre a Europa e a Ásia Ocidental.  Nos dias atuais, o importante Canal de Suez que foi construído quatro séculos depois, é que tem se prestado para otimizar o mercado de trocas de mercadorias diversas entre os países, inclusive e principalmente os derivados de petróleo. Os dois maiores protagonistas da era das grandes navegações no período da idade média foram Portugal e Espanha.

Esse cartel entre os dois países ibéricos, não teve forças suficientes para assegurar a exclusividade exploratória das Américas. A prova disso reside nas várias tentativas de invasões posteriores, principalmente por parte de países como a França e a Holanda, e por via indireta pela Inglaterra, uma potência econômica emergente, que ao que se comenta estimulou a pirataria marítima.

Enganam-se aqueles que imaginam ter sido a pirataria uma iniciativa exclusiva de Bandidos.

A Inglaterra, que era detentora de uma grande armada marítima, segundo a versão estra oficial não titubeou em estimular, armar e financiar as ações de pilhagem por parte  dos corsários, bucaneiros e piratas como: Sir Francis Drake, Edward Teach, Barba Negra, John Rackham, William Kidd entre outros.

Sir Francis Drake talvez o mais famoso entre todos os bucaneiros e provavelmente “pelo seu desempenho,” foi agraciado com o título honorifico seletivo de Sir que é conferido a poucos nobres ingleses. Drake teve homenagem semelhante a que foi conferida a Winston Churchil, Charles Chaplin e Sean Connery o famoso detetive 007.

Ao falecer no Panamá em 1596, Francis Drake teve o corpo “enterrado” no mar em uma caixa lacrada, e ao que se informa nunca mais foi encontrado, apesar das expedições de busca. Não obstante a lembrança de Sir Francis Drake esta perpetuada na tumba vazia de um cemitério inglês.

As invasões holandesas no Brasil, ocorreram no século XVII e a ocupação do Nordeste pelos batavos aconteceu entre os anos de 1630 e 1654. A esquadra invasora era uma empresa privada, denominada Companhia das Índias Ocidentais tendo à frente como gestor e poder de mando, o Príncipe Mauricio de Nassau.

Notemos que se tratava de uma empresa de negócios de origem holandesa, à frente da qual veio não um simples mascate, mas um príncipe e militar com muito poder de mando, que acumulava as funções de representante da própria coroa holandesa.

A nova velha globalização, ou como queiram neoglobalização, ressurgiu com roupagem nova, no final da década de 1980 nos Estados Unidos da América do Norte-USAN, com o nome pomposo de Consenso de Washington.

Vejamos a conceituação advinda da reunião citada:

O Consenso de Washington foi um conjunto de medidas econômicas concebidas no final da década de 1980 e destinadas aos países emergentes da América Latina. Essas medidas tinham como objetivo conter a crise do endividamento externo e da hiperinflação em curso nesses países por meio da disciplina fiscal, do reordenamento dos gastos públicos e da maior abertura econômica.

A denominação de Consenso de Washington foi atribuída pelo economista inglês John Williamson (1937-2021) com base nos ideais do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, todos com sede na cidade de Washington, D.C..(2)

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/consenso-washington.htm

As recomendações que emergiram da reunião chancelada  Consenso de Washington foram:

 “a) Reforma fiscal: promover profundas alterações no sistema tributário (arrecadação de impostos), no sentido de diminuir os tributos para as grandes empresas (grifo nosso) para que elas aumentassem seus lucros e o seu grau de competitividade;

  1. b) Abertura comercial: proporcionar o aumento das importações e das exportações através da redução das tarifas alfandegárias;
  2. c) Política de Privatizações: reduzir ao máximo a participação do Estado na economia, no sentido de transferir a todo custo as empresas estatais para a iniciativa privada; (grifo nosso)
  3. d) Redução fiscal do Estado: reduzir os gastos do Estado através do corte em massa de funcionários, terceirizando o maior número possível de serviços, e diminuição das leis trabalhistas e do valor real dos salários, a fim de cortar gastos por parte do governo e garantir arrecadação suficiente para o pagamento da dívida pública (grifo nosso). (3)

Estava posto o receituário do novo velho liberalismo econômico, que seria praticado nos moldes da nova velha globalização, mostrando as armas e revelando de uma vez por todas que os intensões era fazer com que para o capital tudo fosse permitido, enquanto que para o trabalho apenas a aplicação das Leis. (elaboradas por eles) O Brasil foi o último país sul-americano a aderir às premissas do Consenso Washington, no ano de 1990 no governo de Fernando Henrique Cardoso. O debut foi marcado pela edição do Plano Real, pela abertura da economia e pelas privatizações.

Depois disso a basílica mundial do liberalismo econômico que são os USAN e as suas capelas europeias, passaram a adotar enérgicas medidas repressivas ao trânsito da mão de obra, que seria de fato a globalização do trabalho.

Para afugentar e garantir a ideia de globalização do mundo do trabalho, os USAN construíram a partir de San Diego na California um alto muro de 1130Km de extinção, cortando o país na direção Leste, até alcançar o curso Rio Grande ou Rio Bravo. A partir daí a fronteira passa a ser fluvial, acompanhando o curso do Rio, com o mesmo aparato repressivo até a sua foz no golfo do México.

A rejeição aos imigrantes das Américas Central e do Sul, que já se tornou explicita, rigorosa e violenta, pelo visto deverá ser agravada com um pretenso novo mandato de Donald Trump, cujas propostas em resumo são as seguintes:

Caso Trump volte à Casa Branca, há a expectativa de que retome e amplie diversas das medidas adotadas em seu governo, incluindo um endurecimento de restrições à imigração e uma agenda mais isolacionista na diplomacia e protecionista no comércio exterior.

Declarações de Trump na campanha e entrevistas de seus assessores mais próximos à imprensa americana sugerem ainda que o republicano planeja ampliar os poderes presidenciais e transformar a maneira como algumas agências e departamentos do governo operam.

Trump pretende expandir e endurecer algumas das medidas adotadas em seu governo para combater a imigração ilegal. Em vários comícios, ele prometeu “realizar a maior operação de deportação da história americana”.

As deportações poderiam atingir pessoas que vivem no país há décadas e até mesmo imigrantes legais que “abrigam simpatias jihadistas”.

Outra proposta é enviar soldados para atuar na fronteira, com o auxílio da Guarda Nacional e de polícias locais enviadas por alguns Estados e municípios.

O uso de forças militares em solo doméstico é proibido, mas Trump poderia invocar a Lei de Insurreição, que abre uma exceção.

Stephen Miller, que foi responsável por algumas das políticas de imigração no governo Trump e deve ter papel importante em um eventual novo mandato, disse ao jornal The New York Times que o republicano usará “o vasto arsenal de poderes federais para iplementar a mais espetacular repressão à migração( 4 ) 

 

Ninguém se iluda em pensar que essa obra repressiva é de autoria exclusiva de Donald Trump. É um projeto do Estado e Kamala Harris poderá até escamotear mas será obrigada a cumprir.

Lembremos que a política dos USAN é bi polarizada por dois grandes partidos que se revezam no poder. São eles o Partido Democrata que é um partido de ideologia de direita, e o Partido Republicano que é um partido de extrema direita e de matizes fascista.

Ou seja, tanto faz um que é o mais espalhafatoso como a outra que é mais silenciosa e mais discreta. Só mudam as moscas, o pirão é o mesmo.

Não obstante, enquanto o trabalho é contido na fronteira por muros altos, por arames farpados e eletrizados, por cães farejadores e por guardas armados até os dentes, o capital é recebido com tapete vermelho, com pompa e muito luxo nos grandes salões de hotéis caros. Nesse caso a globalização é sacrossanta e o capital pode ir de São Paulo até Nova York com um simples apertar da tecla de um computador.

O capital tem livre trânsito, é sempre bem vindo em quaisquer circunstâncias, e na grande maioria das vezes não tem sequer necessidade física de entrar nas basílicas do capitalismo.  As fotografias que se seguem mostram os locais luxuosos onde são traçados os caminhos do capital.

Alguém, em sã consciência, considera esse estado de coisas como normal?

 

 

 

 

 

 

 

  

Referências:

Joseph Goebbels – Pensador; (1)

Consenso de Washington: o que foi, objetivos – Brasil Escola (uol.com.br); (2 )

Consenso de Washington. O Consenso de Washington de 1989 – Mundo Educação (uol.com.br); (3 )

Trump: como seria um novo mandato caso ex-presidente vença eleições nos EUA? – BBC News Brasil(4)

Pentágono anuncia US$ 3,6 bilhões para muro na fronteira dos EUA com o México | Mundo | G1 (globo.com);

A premiada imagem de ‘papa-léguas’ diante de muro entre EUA e México – BBC News Brasil;

Joseph Goebbels – Pensador;

 

Fotografias:

Canal de Suez: o que é, criação, mapa, importância (uol.com.br);

 Rotas Marítimas I – Canal de Suez – Jornal Pelicano;

Breves Notas Sobre a Pirataria. Como viviam os criminosos mais célebres… | by Giulio Roberto | Médium;

Maurício de Nassau – História Blog (historiablog.org);

Sala De Reuniões Do Hotel De Luxo Imagem Grátis Foto Número 501207387_JPG Formato Imagem_pt.lovepik.com;

Tivoli Mofarrej reabre área de eventos após retrofit (panrotas.com.br)

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