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Da arte,letras,e Politica surgiu a casa de Juvenal Galeno

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Foi à arte o alicerce da Casa de Juvenal Galeno, cada tijolo era uma letra, cada telha uma poesia. Coberta de fonemas, revestida de palavras e pintada com verso e prosa teve a literatura como base e a política como adorno. Quem trafegava pela Rua General Sampaio de longe se ouvia a sonoridade poética que rompia as paredes do auditório nos saraus literários naqueles finais de tarde na Fortaleza Belle Époque. O chão do estreito logradouro se arrepiava de emoção e contentamento ao sentir a leveza dos pés dos transeuntes sobre a terra seca e árida sem conhecer as bocas que proferiam tão belas poesias.

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Naquele casarão as letras tomavam diversas formas: a reflexão em forma de poesia, o amor em forma de versos rimados dos poemas, a pequena canção recitada em forma de soneto, e, a harmonia do ambiente em forma de música maravilhava os ouvidos e embalava as almas dos participantes. O clássico e o erudito mostrava a cidade de Fortaleza uma linguagem rica, rebuscada e preciosa oriunda do interior da casa de Juvenal Galeno.

A política entrou na vida de Juvenal Galeno como forma de libertação e autonomia, atendendo aos anseios de sua alma nobre e polida. Não perdeu tempo e logo passou a colaborar com o Jornal do Partido Liberal no qual se filiou. Suas crônicas, textos, prosas e versos narravam os costumes da sua época, sem se importar com a opinião pública ou a quem iria atingir combateu severamente os abusos e vícios da sociedade daquele tempo.

Artista nato e completo transformou os seus dias em arte, versando a vida e cantando o amor. Embora fosse medroso de amor dedicou a observar os costumes da vida cotidiana da praia, do interior e do sertão. Viu meiguice e ternura no sorriso de candura da moreninha que transformou em canção. Fugindo da morena com medo do seu amor foi cantar na sombra do cajueiro carregadinho de fulô, lá cantou a dor pra esquecer-se do seu amor, sendo obrigado a partir deixando saudade e lembranças dos dias de solidão que na sombra do cajueiro chorava a falava com o coração.

Aratanha ficou pra trás e com ela as doces recordações da infância que o despertar da juventude trouxe a tona as lembranças de dias felizes quando ao contemplar a serra numa bela noite de luar via os encantos e as meiguices das cearenses encantadoras, estrelas dos seus sonhos tão radiantes como o sol ao rasgar a madrugada nas manhãs alegres da sua existência no amado e longínquo torrão natal.

Nos seus Prelúdios Poéticos contemplava do alto da serra a lua que vagava no céu infinito, bela e alegre a girar por entre as estrelas num bailado ritmado beijava cada uma dela, espalhando encantos, iluminando a terra em todos os recantos passando com elegância e altiveza vendo do alto os dessabores da vida que Juvenal Galeno transformou em arte e em poesia.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Mais um ensaio magistral da lavra fecunda de Cristina Couto. A toadazinha do cajueiro no solo de fole de oito baixos de Abdias Farias é de um balancê inigualável.

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