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Defensivos, Agrotóxicos ou Biocidas?

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Por: Joao Vicente Machado Sobrinho;

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O crescimento da população mundial ao longo dos milênios, foi um dos fatores determinantes para o surgimento e o fortalecimento da economia primária. Era imperioso aumentar a produção de alimentos para prover as necessidades dos seres vivos que se multiplicavam, no latu sensu da palavra.

O economista e historiador britânico Angus Maddison, realizou um estudo pioneiro da economia ao longo da história, que apesar de incipiente lhe deu meios para estimar o crescimento da população mundial nos últimos dois milênios. Embora saibamos que os números encontrados por ele poderão não refletir exatidão, haja vista grande parte dos países atuais ainda não serem conhecidos de toda humanidade da forma como são nos dias atuais. Para chegar à sua estimativa, Maddison deve também ter feito uma retroação estatística, a partir dos números atuais da população mundial que é de 8 bilhões de pessoas. Segundo ele, a população na época em que o Cristo teria vivido, seria de 231 milhões de pessoas, ou seja, um número  pouco maior do que a atual população brasileira. O contingente populacional encontrado por Maddison é 35 vezes menor do que a população atual.

Quanto à necessidade de alimentação para os seres vivos que é um  fato, não cabem críticas ou questionamentos à imperativa necessidade fazer uso dos recursos naturais disponíveis para aumentar a produção, expandindo a área agricultável. O questionamento que tem sido insistentemente feito pelos cientistas e pelos órgãos ambientais, não é ao conteúdo da ideia e sim à forma de operalização do modo de produção adotado para tanto. Os ambientalistas não questionam o porquê produzir e sim o como e pra quem  produzir.

Para um melhor entendimento precisamos agora conceituar e ilustrar alguns elementos intervenientes no modo de produção:

Agricultura: é uma atividade milenar que tem como objetivo a cultura do solo para produzir vegetais úteis aos homens e aos animais.

Defensivos agrícolas: são produtos físicos, químicos e biológicos, dos quais a agricultura tem feito uso ao longo do tempo, para controlar os seres vivos indesejados, que do ponto de vista do produtor podem prejudicar a eficiência e eficácia da produção.

Agrotóxicos: são adubos químicos, fungicidas, inseticidas, herbicidas e pesticidas de efeitos deletérios, usados para exterminar doenças e pragas da agricultura.

Biocidas: são quaisquer defensivos agrícolas usados na agricultura que de um modo geral podem eliminar a vida humana e animal, no latu sensu da palavra.

É preocupante fato concreto da contaminação de grande parte dos alimentos que chegam à nossa mesa, os quais podem estar contaminados com biocidas. É fato que os nossos cursos de água são meios de transporte para os grandes reservatórios superficiais e os aquíferos subterrâneos usados para dessedentar a vida humana e animal, onde muitos deles estão contaminados. Eles são receptadores naturais dos excedentes de biocidas usados nas lavouras e presentes no solo por longos anos, os quais são carreados pelas enxurradas.

A figura anterior  ordena os biocidas em quatro estágios distintos e por ordem decrescente. Eles podem ser: extremante tóxicos, altamente tóxicos, medianamente tóxicos e pouco tóxicos.

 

Entre os efeitos tóxicos do campeão de vendas que é o Glifosato estão a neurotoxicidade, os efeitos no desenvolvimento, a hepatotoxicidade e o câncer, tendo como porta de entrada as vias de exposição respiratória e via oral, através da inalação e ingestão.

A Atrazina é um pesticida de uso aquático, amplamente utilizado nas culturas de cana-de-açúcar onde os riscos à saúde humana, associados às misturas de herbicidas em rios utilizados para atividades recreacionais, (banhos) são importantes no contexto da toxicologia e da Saúde Pública.

Mancozeb é um fungicida a base de cobre e manganês utilizado nas áreas de várzea, para controle de doenças em plantas cultivadas. Esses agrotóxicos, mesmo quando usados adequadamente, podem vir a se acumular no ambiente e tornar-se um risco para a atividade biológica do solo, a qual é fundamental para a exploração agrícola sustentável a longo prazo.

Reservamos um espaço especial para os maiores vilões que são o BHC e o DDT. A despeito desses biocidas ter sido banido do portfólio dos biocidas, eles deixaram lesões irreversíveis e sequelas pretéritas.
O pior é que mesmo banidos ainda estão presentes de forma clandestina.

BHC e DDT:

“Constituem o grupo pioneiro dos praguicidas sintéticos, sendo o DDT (diclorodifeniltricloroetano) o seu protótipo. Foram largamente usados como defensivos agrícolas, inseticidas domiciliares e como medicamentos. No Brasil, uma portaria do Ministério da Agricultura (1985) proibiu a comercialização e uso dos produtos organoclorados destinados à agropecuária. Entretanto, ficaram como exceções: o uso de iscas formicidas à base de aldrin e dodecacloro; uso de cumpicidas à base de aldrin; uso de organoclorados no combate de vetores por órgãos públicos. Atualmente, são comercializadas fórmulas para tratamento de pediculose e escabiose (ex: Lindano) que contêm organoclorados. Os principais compostos organoclorados com atividade inseticida são divididos nos seguintes grupos: hexaclorocicloexano (BHC) e isômeros, DDT e análogos, ciclodienos, dodecacloro e clordecone. Os organoclorados podem ser dosados no sangue e urina através da cromatografia gasosa. Ressalta-se que, ao contrário dos organofosforados e carbamatos, os organoclorados não alteram a colinesterase plasmática. Nas exposições ao Dieldrin há evidências que sua síndrome tóxica se manifesta quando a concentração sangüínea se encontra entre 150 e 250mcg/L. O Endrin promove intoxicação ao atingir coConstituem o grupo pioneiro dos praguicidas sintéticos, sendo o DDT (diclorodifeniltricloroetano) o seu protótipo. Foram largamente usados como defensivos agrícolas, inseticidas domiciliares e como medicamentos. No Brasil, uma portaria do Ministério da Agricultura (1985) proibiu a comercialização e uso dos produtos organoclorados destinados à agropecuária. Entretanto, ficaram como exceções: o uso de iscas formicidas à base de aldrin e dodecacloro; uso de cumpicidas à base de aldrin; uso de organoclorados no combate de vetores por órgãos públicos. Atualmente, são comercializadas fórmulas para tratamento de pediculose e escabiose (ex: Lindano) que contêm organoclorados. Os principais compostos organoclorados com atividade inseticida são divididos nos seguintes grupos: hexaclorocicloexano (BHC) e isômeros, DDT e análogos, ciclodienos, dodecacloro e clordecone. Os organoclorados podem ser dosados no sangue e urina através da cromatografia gasosa. Ressalta-se que, ao contrário dos organofosforados e carbamatos, os organoclorados não alteram a colinesterase plasmática. Nas exposições ao Dieldrin há evidências que sua síndrome tóxica se manifesta quando a concentração sangüínea se encontra entre 150 e 250mcg/L. O Endrin promove intoxicação ao atingir concentração de 50 a 100mcg/L. Na biomonitorização das exposições ocupacionais ao DDT, é sempre aconselhável a quantificação dos isômeros pp’- DDT, DDE e DDA. Atualmente, a NR-7 não aborda valores de referência e índice biológico máximo permitido (IBMP) para os organoclorados.
Concentração de 50 a 100mcg/L. Na biomonitorização das exposições ocupacionais ao DDT, é sempre aconselhável a quantificação dos isômeros pp’- DDT, DDE e DDA. Atualmente, a NR-7 não aborda valores de referência e índice biológico máximo permitido (IBMP) para os organoclorados.”

Não são raros os casos de contaminação de antigos funcionários de órgãos públicos de saúde como o antigo DNERU e a SUCAM, os quais padecem de contaminação irreversível, estando com a saúde comprometida pelo uso pretérito dos dois organoclorados retros citados.

A essas vítimas de contaminação irreversível, o Estado é devedor de toda atenção governamental, com a prestação de assistência médica preferencial e uma compensação financeira robusta para aquisição de remédios.
Sabemos que uma vida humana não tem preço, mas nesse caso a justiça deverá chamar o feito à ordem e determinar providências efetivas e imediatas na atenção às vítimas.

 

 

 

 

 

 

 

 

Referências:
Qual era a população mundial na época de Jesus Cristo? – OCP News | As melhores notícias e histórias de Santa Catarina;
TOXICIDADE CAUSADA NOS HUMANOS EXPOSTOS AO HERBICIDA GLIFOSATO | Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente (unifaema.edu.br);
ATRAZINA NA ÁGUA FLUVIAL_ AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA PELA EXPOSIÇÃO RECREACIONAL_ (usp.br);
Toxicidade de oxicloreto de cobre e Mancozeb para Eisenia fetida (Oligochaeta). – Portal Embrapa;

Fotografias:
Vista aérea do campo de milho, agricultura e conceito saudável | Foto Premium (freepik.com);
defensivos agrícolas – Pesquisa Google;
Agrotóxicos – Pesquisa Google;
Tudo sobre os agrotóxicos – Toda Matéria (todamateria.com.br);
Agrotóxicos: o que são, tipos, vantagens e desvantagens (uol.com.br);
Agronegócio e agrotóxicos no Brasil: envenenando os insetos | Heinrich Böll Stiftung – Rio de Janeiro Office (boell.org);

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