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Que tal um Departamento de Obras Contra as Cheias?

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(crédito: Silvio Ávila/ AFP)

Por: João Vicente Machado Sobrinho;

Temos muito carinho e um grande respeito pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca-DNOCS, por tudo quanto ele representa e já realizou pelo Semiárido Nordestino, que convenhamos, não foi pouco.

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O DNOCS foi considerado no passado, e sem nenhum favor, a maior escola de construção de Barragens de Terra do mundo. A despeito disso, esse repertório de feitos e glórias não evitou que ele fosse fragorosamente derrotado na sua inocente e pretenciosa audácia, de se pretender ser contra a seca, ou melhor, ser contra a natureza.

No ano de 1909, ano em que o DNOCS foi fundado, pouco ou quase nada se sabia sobre variáveis como: clima, umidade relativa do ar, pressão atmosférica, variação de temperatura das águas, El Nino, efeito estufa, entre outros.

É de imaginar que essa expressão Contra a Seca, inscrita na sigla do DNOCS, foi uma ideia infeliz,  talvez decorrente da má fé de alguns, ou até mesmo da ignorância da maioria das pessoas sobre as variáveis climáticas retro citadas.

De qualquer sorte, o querido DNOCS cumpriu o seu papel, deu outro sentido à estiagem e enriqueceu com ações preventivas o inadequado C da sua sigla. Não somente se redimiu, como deu outro sentido à letra audaciosa,  de forma que onde se lia Contra a seca, leia-se Convivência com a seca.

Mutatis mutandis, atualmente estamos vivendo a pior catástrofe de que se tem noticia na história do Brasil, que é a inundação ainda presente na maioria das cidades do Rio Grande do Sul-RS, inclusive a sua capital Porto Alegre.

Além da capital, as cidades que não foram completamente  inundadas, sofreram com deslizamentos, recalques diferenciais e  grandes rachaduras do solo. O balanço geral da calamidade revela  que dos 497 municípios do Estado, 450 deles foram afetados direta ou indiretamente. Este foi um fenômeno natural inusitado a nível de Rio Grande do Sul, haja vista que uma outra cheia de bem menores proporções ocorrida em 1941, em pleno governo Vargas, na sua fase de Estado Novo. Por determinação e financiamento da presidência da república, foi construído um sistema de comportas de proteção da capital, chamado popularmente Paredão da Mauá. No ano de 2010 os “liberaloides direitopatas” ávidos por lucro fácil, apregoavam e insistiam na ideia de  demolição das comportas, com o fito de  atender aos anseios expansionistas imobiliários. Foi uma iniciativa política do prefeito e vereadores da época.

O período de recorrência dos fenômenos climáticos que sempre foi estimado pelos especialistas em 100 anos, voltou a se repetir de forma antecipada e catastrófica com apenas 71 anos. Desta feita ocorreu uma catástrofe inusitada de efeitos bem mais agudos e deletérios, inquestionavelmente agravados pelos fenômenos climáticos globais decorrentes do predatório modo de produção capitalista.

O maior dos maiores erros  cometidos neste momento de sofrimento dor e angustia, é tentar simplificar a magnitude da catástrofe atual, que se abateu sobre todo RS.

Nos preocupa a reação escrachada e debochada de alguns fariseus “liberaloides direitopatas” que teimam em olvidar criminosamente os reclamos e claros sinais da mãe natureza. No dizer do jornalista/ambientalista André Trigueiro “A Conta Chegou!”

Temos ouvido por parte dos agentes e representantes políticos e dos governantes do RS, sugestões as mais diversas, esdrúxulas e anódinas. Nas entrelinhas eles revelam a firme intenção de dar continuidade ao modo predatório de produção capitalista, totalmente exclusivo e ambientalmente lesivo para uma maioria esmagadora. Eles estão  voltado apenas para os grandes interesses econômicos e para o lucro fácil e o resto que morra.

As providências de longo alcance que estão na pauta dos “liberaloides direitopatas” são sempre no sentido de adotar medidas protetivas e físicas, tais como: aumentar a altura do Paredão da Mauá, aumentar a altura dos vertedouros das barragens, aumentar a altura das pontes e aterros das rodovias, retirar os moradores das partes de baixa altitude relativa e até mesmo construir cidades esponjas,  entre outros paliativos. Propõem toda essa utopia   “sem combinar com os russos”, que nesse caso são os mares e oceanos de níveis crescentes a cada ano.

Cogitam até em adotar  o paradigma dos países baixos para construir um sistema defensivo de maior porte e eficiente. Mal sabem eles que os Países Baixos estão incluídos  no rol dos primeiros inundáveis. Eles teimam em não se convencer de que:

“Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global (e, consequentemente, as mudanças climáticas) estão a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia, atividades industriais e transportes; o desmatamento; e a agropecuária. Essas atividades emitem grande quantidade de gases de efeito estufa.
No Brasil, o desmatamento tem sido responsável pela maior parte das nossas emissões e faz o país ser um dos líderes mundiais em emissões de gases de efeito estufa.
Isso porque as áreas de florestas e os ecossistemas naturais são grandes reservatórios e sumidouros de carbono por sua capacidade de absorver e estocar CO2. Mas, quando acontece um incêndio florestal ou uma área é desmatada, esse carbono é liberado para a atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.
Além disso, as emissões de GEE por outros setores, como agropecuária e energia, vêm aumentando consideravelmente ao longo dos anos.” (1)

Esse tema das questões climáticas é muito  extenso, mas pelo seu interesse universal, nos inspirou a utilizar como meio de comunicação o nosso canal do Youtube @JOAOVIVENTEMACHADO. É nosso propósito estabelecer um elo de ligação com o maior universo possível, através de lives, de podcast e entrevistas com as pessoas de boa vontade e com as autoridades climáticas. No dizer do comandante Che Guevara “Não pretendemos ser fogo. Pretendemos ser faísca!”

Para tanto convidamos você a se inscrever no nosso canal, comentar e curtir, para possamos alcançar a maior amplitude possível.

Vem conosco! juntos seremos imbatíveis!

Referências:
Muro da Mauá: inundação semelhante à de 1941 atingiria até 43,5 mil imóveis | GZH (clicrbs.com.br);
Efeito Estufa e Mudanças Climáticas | WWF Brasil:

Fotografias:
Vereador recriará projeto para acabar com Muro da Mauá (wordpress.com) (1) e (2)

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