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Curiosidades sobre os Outsiders

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Que a bravata e a demagogia é uma marca registrada dos outsiders políticos não resta a menor sombra de dúvida. Cada um deles exibe de forma bastante espalhafatosa um objeto curioso, um amuleto, ou um jargão como símbolo de suas bravatas demagógicas. Vejamos:

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Para entender melhor o oportunismo político e as pantomimas dos outsiders, iniciemos com a definição do verbete:

“Outsider é um termo da língua inglesa utilizado para transmitir diversos significados relacionados ao não pertencimento. Ser outsider é ser de fora, um forasteiro, um estranho em relação a um lugar ou grupo específico. No contexto da Ciência Política, o uso do termo outsider para designar figuras políticas é usado de diferentes formas. Alguns dos chamados outsiders não tinham nenhuma experiência política antes de se eleger, outros tinham alguma experiência, mas não tinham vínculos com os partidos tradicionais. Muitos – se não todos – desses líderes outsiders que tiveram sucesso em eleições são caracterizados pelo tipo de discurso que propagam e não pela localização em relação ao sistema partidário.” (1)

Para ilustrar o nosso raciocínio, e melhor nos fazer entender, fizemos uso de uma a galeria de fotos ilustrativas dos mais conhecidos outsiders de que se tem notícias, começado exatamente pelo país que se apresenta aos olhos do mundo como um exemplo. Nos referimos à grande catedral do liberalismo econômico, os Estados Unidos da América do Norte-USAN.

Donald Trump, o pole position dos outsiders, foi o 45° presidente daquele país do norte. Um governante intelectualmente submediocre e fanfarrão, que se elegeu fazendo uso de uma simbólica camisa de detento, onde se lê: Never Surrender (Nunca se render ?).

O Brasil dos últimos tempos, tem sido um grande celeiro de outsiders em todas as suas instâncias políticas. O nosso país, infelizmente, em muito tem contribuído com exemplares de outsiders os mais exóticos e diversos, e nessa linha já produziu três ex-presidentes da república. Afora a presidência da república, outros tantos nomes têm surgido em escalões inferiores, quer em cargos executivos, quer em cargos legislativos.

Na esfera presidencial, o primeiro deles foi Jânio Quadros que surgiu na metade do século XX em São Paulo, (sempre São Paulo!) fazendo uso ostensivo de uma vassoura, que segundo ele “varreria a corrupção do país.” Resultou numa frustrante decepção.

O segundo exemplar foi um play boy das Alagoas, de nome Fernando Collor de Mello, surgido na década de 1980 com o fim da ditadura militar de 1964. Collor “com gestos tresloucados e olhos esbugalhados”, gesticulava e bradava espalhafatosa e repetidamente que iria ser o salvador da pátria e um implacável “caçador de Marajás.” Foi outra grande decepção, sendo afastado da presidência da república através de um processo de impeachment.

O terceiro outsider, o qual esperamos ter sido o último deles, foi um indisciplinado capitão reformado do exército brasileiro, de onde foi excluído por indisciplina. Jair Messias Bolsonaro juntou-se aos filhos e à esposa, para montar ao que se informa, um tal gabinete do ódio que funcionava nas próprias dependências do palácio do planalto. Esse órgão informal, comandado ao que se comenta por um dos filhos do próprio presidente, era o centro de irradiação das suas investidas, inclusive contra os demais poderes da república.

Nas suas representações teatrais Bolsonaro gesticulava usando os dedos das mãos para simular uma arma, quando não empunhava armas de fogo reais como: revólver, pistola ou até mesmo metralhadora.

No afã de se agarrar ao posto de presidente da república, promoveu o maior escândalo de corrupção eleitoral de que se tem notícia, como um náufrago agarrado a uma boia. Apesar de derrotado na sua pretensão de continuidade, ele ainda hoje não se conforma e mesmo derrotado ainda intentou à distância, um golpe de estado que felizmente foi abortado.

Entre os outsiders pretéritos resta nos referir a Donald Trump que foi o assumido paradigma de Jair Bolsonaro, mas isso a imprensa mundial tem feito todos os dias. Trump foi transformado no paradigma chique de outsider, o qual satisfaz na plenitude o latente complexo de vira-latas dos outsiders de todo mundo, inclusive os da América Latina.

O último dos nossos exemplos tupiniquins na América Latina é o outsider argentino Javier Milei. Com gestos ainda mais exagerados e mais extravagantes ele fez a sua campanha ao lado da irmã e da namorada, empunhando uma moto serra como símbolo dos cortes que prometeu fazer.7

Após a campanha e uma vez eleito e empossado, ele deu uma verdadeira paulada no mundo do trabalho, sem que até o presente tenha apresentado com clareza um programa econômico claro. O novo ministro da economia Luís Caputo, provavelmente para poupar Milei do primeiro desgaste, foi o encarregado pelo establishment de fazer o anuncio de 09 medidas restritivas. Ao que parece o arauto das notícias mais letais deverá ser mesmo o próprio Milei, provavelmente fazendo uso simbólico do motosserra.

As medidas anunciadas por Caputo foram as seguintes:
“1. O Estado não renovará os contratos de trabalho de funcionários que tenham menos de 1 ano de vigência;
2. Suspensão, por 1 ano, dos gastos públicos com publicidade;
3. Redução de 18 para 9 ministérios, e, consequentemente, de 106 para 54 secretarias;
4. Reduzir ao mínimo as transferências discricionárias do governo central para as províncias;
5. Suspensão das licitações de obras públicas, e cancelamento do contrato de obras já licitadas que ainda não começaram;
6. Reduzir os subsídios aplicados aos preços de energia e transportes;
7. Manter os planos de governo que estimulem a geração de empregos, e fortalecer as políticas sociais;
8. Câmbio oficial sobe para 800 pesos;
9. Substituição de atual sistema estatístico de importações, com o objetivo de liberá-las.” (2)

Um dia após a sua posse, Javier Milei que já houvera dado uma no cravo com seu discurso de austeridade, deu outra na ferradura revogando uma Lei anti-nepotismo. Removido o obstáculo legal, ele nomeou a irmã Karina como secretária geral da presidência da república, incluindo de quebra a nomeação da namorada, já que ele é solteiro e não tem filhos.

O balanço político dos governos dos outsiders citados, via de regra foi negativo. Jânio Quadros o mais intelectualizado entre todos eles, ainda conseguiu uma sobrevivência maior na política, haja vista a sua reeleição para a prefeitura de São Paulo (sempre São Paulo), mesmo depois do fiasco na presidência da república.

Fernando Collor, cujo mandato durou apenas um ano e sete meses, apesar de ainda conseguir um mandato por Alagoas, nos parece estar em fim de carreira.

Trump e Bolsonaro, ambos derrotados na tentativa de um segundo mandato, ainda exercem o Jus Sperniands (Direito de Espernear) e usam toda espécie de estratagema para conseguir sobrevida. Todavia e ao que parece, são atores que já não seduzem mais o establishment econômico e financeiro, o verdadeiro dono do poder que deles já obtiveram tudo quanto pretendiam. Inclusive a posse a preço de bananas dos ativos públicos por via da privatização.

Resta assistir pelo menos o começo dos passos do outsider portenho, que já inicia o seu governo com postulados pífios. O que vai acontecer com ele depois, somente Nuestra Señora de Lujan que é a virgem padroeira da Argentina saberá dizer.

Por enquanto ele já começou a usar o velho e conhecido adágio popular que repete sempre:

“Façam o que eu mando, mas não façam o que eu faço.”

 

 

 

 

Referências:
SciELO – Brasil – <i>Outsiders</i>: um conceito de difícil operacionalização na Ciência Política <i>Outsiders</i>: um conceito de difícil operacionalização na Ciência Política;
Argentina sob Milei: Veja as 9 primeiras medidas anunciadas pelo ministro da Economia, Luís Caputo – Market Insider;
A irmã, a vice e a namorada, as mulheres do círculo íntimo de Milei (correiobraziliense.com.br);

Fotografias:
Trump e o retrato de detento – Pesquisa Google;
(HISTÓRIA) O GOVERNO JÂNIO QUADROS [1961] (hi7.co);
JURU EM DESTAQUE: A fantasia de Fernando Collor de Mello, o ‘caçador de marajás’;
Arminha usada por Bolsonaro – Pesquisar Imagens (bing.com);
Com Javier Milei, Argentina volta a ser uma opereta (terra.com.br);
imagens do golpe de 08 de janeiro – Pesquisar Imagens (bing.com);
As pantomimas de Trump – Pesquisa Google;

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