“A NOSSA FELICIDADE DEPENDE MUITO MAIS DO QUE TEMOS EM NOSSA MENTE, DO QUE EM NOSSA CONTA BANCÁRIA”.
Schopenhauer
Quando chegamos a uma certa idade, começamos a perceber a real importância do dinheiro.
A afirmação de que “o dinheiro não pode comprar a felicidade”, de fato é verdadeira. No máximo, o dinheiro pode nos oferecer alguma segurança material. É igualmente um fato inegável que a pobreza, por si só, também não é garantia da felicidade, nem de paz interior.
Suponho que 99,0% das pessoas que se preocupam excessivamente em amealhar dinheiro e acumular bens materiais, têm como justificativa garantir o futuro do(a) cônjuge, especialmente se possuir filhos. Isso pode ser válido. Todavia, o mais importante seria ensinar as pessoas que amamos, usar com racionalidade e moderação o dinheiro, de modo a evitar toda e qualquer forma de ostentação.
Não há nada de errado em ter (muito) dinheiro, o problema perpassa pelo fato de priorizar o acúmulo de valores monetários a todo custo, como uma meta vivencial, podendo chegar até mesmo à avareza – foco obsessivo em acumular riquezas, aliado à falta de generosidade.
Na concepção cristã, a avareza significa ganância, por isso, ela é considerada um dos sete pecados capitais.
Para a psicanálise, esses sinais norteiam uma condição nosológica que denominamos “estado neurótico comum”, intrinsecamente definido por Freud como “um fenômeno gerado por um conflito psíquico, envolvendo a frustração de um impulso instintivo”.
É nessa busca implacável e sôfrega que algumas pessoas percebem que sua condição financeira nunca foi, nem será, sinônimo de felicidade.
O dinheiro deveria ser um mero facilitador em nossa vida, apenas uma ferramenta para usarmos, mas nunca servir de termômetro para avaliar o nosso grau de felicidade e nossa paz interior.
VEJAMOS: 07 (SETE) “REALIDADES INCIDENTAIS” QUE O DINHEIRO NÃO PODE COMPRAR.
O TEMPO
Dinheiro não compra tempo, nem o tempo de vida que temos e muito menos o tempo com nossos filhos e entes queridos. Cada minuto que passa é um novo tempo que nunca mais voltará. Nossa vida começa a expirar desde o momento em que nascemos. Devemos levar a vida momento a momento, vivendo o “HOJE” com responsabilidade e metas realistas para o futuro.
A SAÚDE
Embora seja verdade que o dinheiro pode comprar planos de saúde, remédios e cuidados especiais com a saúde, ele não pode assegurar a saúde plena, nem reverter a impermanência da vida.
O AMOR
O dinheiro pode comprar o sexo, uma fantasia erótica, contudo, não pode comprar o amor, visto que o amor é algo mágico, misterioso, genuíno, espontâneo e autêntico.
E como afirma Saint-Exupéry “O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem”.
A VERDADE
O dinheiro não pode comprar a verdade. Algumas vezes, o poder econômico pode apenas sufocar ou distorcer a verdade. Todavia, mais cedo ou mais tarde, a verdade será revelada. Segundo Georges Bernanos “Não existem meias-verdades”.
A PAZ INTERIOR
A sua paz interior (paz de espírito) não depende do saldo de seu extrato bancário, mas de como você treina sua mente, norteia suas expectativas e define o que a paz interior realmente significa para você.
“Se engana quem acha que a riqueza e o status atraem inveja. As pessoas invejam mesmo é o sorriso fácil, a luz própria, a felicidade simples e sincera e a paz interior” – Papa Francisco.
OS AMIGOS VERDADEIROS
Os amigos verdadeiros não estão interessados em sua conta bancária. São eles que estarão com vocês em todos os momentos, sejam bons ou ruins.
“Os verdadeiros amigos não só enxugam suas lágrimas, mas também perguntam o porquê delas” – William Shakespeare.
OS BONS MODOS/CLASSE
Pessoas rudes existem em todas as classes sociais, assim como, tratar alguém de uma forma respeitosa, obviamente, não está ligado à sua conta bancária.
O dinheiro pode realmente colocá-lo em uma “classe superior”, mas, certamente, não o faz uma pessoa com classe.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ensine ao seu filho que as coisas mais bonitas da vida não têm preço. Diga a ele que aquilo que traz felicidade não se compra e nem se vende.
A felicidade vai além desse mundo físico que conhecemos; nossa “riqueza imaterial” está circunscrita à família, aos amigos verdadeiros, à uma consciência limpa, à autoestima e, sobretudo, nunca permear o vazio existencial, próprio dos incrédulos e pessimistas.
Só seremos plenamente ricos se tivermos amor, paz de espírito e resiliência, pois a verdadeira felicidade não possui preço, possui “valores”.
Em suma, três valiosas reflexões de grandes pensadores:
● “Quem acha que o dinheiro pode comprar tudo é, provavelmente, alguém que é capaz de fazer qualquer coisa por dinheiro” – Benjamin Franklin.
● “Cada idade tem as suas inclinações, mas o homem é sempre o mesmo. Aos 10 anos é levado por doces; aos 20 por uma amante; aos 30 pelo prazer; aos 40 pela ambição; aos 50 pela avareza.” – Jean-Jacques Rousseau
● “Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o próprio caminho do ser humano” – Thich Nhat Hanh (Monge Tibetano)
(Revisão do texto: Nilma Lima)