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A trégua do Natal

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Na fase do pós-Segunda Grande Guerra, o cinema americano intensificaria a produção de filmes, em sua maioria em preto e branco, contando as histórias do conflito. Lotavam salas inteiras, isto aos finais da década de 40 e primeira metade dos 50. As narrativas dramáticas das escaramuças destacavam sempre o heroísmo e a pujança dos Aliados, os dramas dos quarteis e as aflições que o conflito espalhara pelo mundo. Praticamente o esforço de Hollywood, à época, focalizaria suas câmeras nesse estilo de produções.

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E lembro bem um dos filmes, visto tratar deste período de dezembro, na frente russa, quando os exércitos se digladiavam cruamente e, na noite do Natal, suspenderiam fogo, indo soldados de ambos os lados fazer confraternização em homenagem ao nascimento de Jesus, numa cerimônia conjunta, próxima das trincheiras. Eles, inimigos ferrenhos, nem sabendo falar a mesma língua, ali estiveram reunidos pacificamente, durante algumas horas, no jantar improvisado, para, em seguida, retornarem ao confronto. Naquela noite, no entanto, não disparariam única arma que fosse.

Qual à nossa Humanidade, em respeito ao mistério da Salvação que o Cristo nos veio conceder, permissão de vivenciar a Luz através do Amor, transformação de todos diante da mensagem do Calvário, nesse encontro das duas percepções humanas, a materialidade que ora habitamos e a possiblidade infinita de sermos agraciados com a espiritualidade consciente, Jesus nascerá em nossos corações.

Neste momento da História, pois, quando tantos padecem os tempos difíceis das agruras de uma pandemia até então desconhecida, que espalha medo entre os povos, há que desenvolver o senso de fidelidade ao Criador, em respeito à sua justiça soberana, render-se diante dos desafios evolutivos e erguer a visão ao equilíbrio universal da Paz.

Quais guerreiros na busca de uma certeza maior, cessemos as batalhas internas e nos tranquilizemos pela confiança nos dias melhores que virão trazendo, a todos nós, um pouso de esperança e Fé.

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