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Judeus e Palestinos: Maniqueismo Religioso e Político

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O tema predominante desse mês de outubro de 2023, sem nenhuma dúvida, foi o recrudescimento da guerra milenar envolvendo judeus e palestinos. O tema em pauta, nos estimulou  a escrever um artigo com o máximo de imparcialidade, de modo a fugir da abordagem tendenciosa da imprensa oficial.  Creiam, essa não foi uma tarefa fácil !

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As dificuldades que encontramos, foram decorrentes das referências bibliográficas necessárias à fundamentação da nossa narrativa. As leituras preliminares passadas em revista, nos pareceram na sua grande maioria, comprometidas com uma das versões do conflito. Isso  nos fez recordar  que as narrativas dos fatos  históricos  ao longo do tempo,  historicamente foram feitas pelos vencedores e não seria agora que iria ser  diferente.

Essa realidade nos fez deduzir que, para opinar sobre este conflito milenar entre as duas etnias citadas, seria prudencial  fazer uso de muita leitura das entrelinhas para prospectar a verdade. Contudo, a visualização  dos fatos relativamente recentes e até aqueles atuais, não nos  dispensaria  de  abarcar de forma dialética, toda história antiga, mesmo de forma  an passant,  no longo período entre 3500 a.C e 476 d.C.

Uma leitura superficial do material bibliográfico disponível,  nos permitiu perceber com muita clareza o conteúdo maniqueísta da narrativa dos diversos historiadores.  Alguns deles se esforçam em nos fazer crer que, os personagens considerados bons e divinos sempre foram e continuarão a ser bons e divinos. Enquanto isso os personagens considerados maus e amaldiçoados, permanecerão maus e amaldiçoados até a consumação dos séculos. Como sabemos  que o sempre e o nunca são duas palavras de muita transcendência, procuramos evitá-las, para não incorrermos no erro de  considerarmos um lado como Deus e o outro lado como o diabo.

Já na conceituação dos contendores descobrimos que  Judeus, por definição, são todos aqueles povos pertencentes ao reino do sul ou de Judá, descendentes de mãe judia ou que tenham se convertido ao judaísmo em ritual próprio. Enquanto isso, Palestinos são árabes de religião cristã ou muçulmana que habitavam a área atualmente ocupada por Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza,  até o ano de 1948.

A história dessas etnias  totaliza quase 4.000 anos e não é nosso propósito usá-la totalmente como referência  em um único artigo. Por isso pinçamos alguns fatos históricos relevantes e procuramos nos ater mais à época atribuída à vida do Cristo, que foi  nascido na Palestina e era  filho de uma mãe judia chamada  Maria, e de um carpinteiro de nome  José que  também era judeu.

O Cristo foi  tão grande, foi tão sublime, que não se apequenou diante de uma questão menor que é essa do culto a etnia. Ele preferiu alargar a sua pregação, estendendo-a a todos os povos de boa vontade, de quaisquer raças ou credos, com um olhar mais acurado sobre os mais sofridos, os deserdados  e os desprovidos de bens materiais.

Como a Sua pregação  tinha um forte viés de solidariedade humana, o Seu discurso que nada mais era do que um elenco de propostas políticas de ordem econômica e social, foi considerado herético.  Essa  foi a gota d’água  da qual necessitavam os sacerdotes e escribas judeus, para acusá-lo de transgressor da lei. Contudo e de forma altiva, O Cristo bateu de frente com o status quo,  atraindo  para si a ira das elites, que  prenderam-no sem direito a  defesa  e, em tempo record O julgaram, condenaram e crucificaram.

Um fato inegável e que tem  registro histórico no Novo Testamento, é que Jesus  Cristo foi condenado em dois tribunais a saber: o Sinédrio, que era composto por 23 juízes judeus, e pelo Tribunal Romano, onde a pusilanimidade  de Poncio Pilatos o fez armar a pantomima de lavar publicamente as mãos sobre o rigor do  castigo a ser aplicado ao Cristo, ao tempo em que proferia a celebre frase: “nada tenho a ver com o sangue desse justo!”

O restante da historia é conhecido de toda humanidade e das pessoas de todos os credos. Jesus foi julgado sumariamente,  condenado e obrigado sob forte tortura a conduzir pelas ruas de Jerusalém e nos próprios  ombros, o instrumento da sua morte que era a cruz em que  seria pregado.

Se alguém ainda desconhece, a pena de morte por crucificação era a condenação  máxima que era   reservada exclusivamente aos presos politicos. Nesse episódio histórico da condenação do Cristo, verifica-se uma demonstração clara de maniqueísmo em que, nem os Seus julgadores eram tão bons, legalistas e justos como apregoavam, tampouco os acusadores de  Dimas e Gestas, outros dois presos políticos apontados como  “salteadores” e que foram crucificados juntos com Jesus, eram tão maus como ainda hoje tentam nos fazer crer.

O firme posicionamento político de Jesus Cristo que tinha DNA judeu e era palestino, por pura conveniência,  ainda hoje é colocado em dúvida ou escamoteado por membros de religiões diversas. Todavia a luta política de libertação dos povos ao longo do tempo,  não foi uma particularidade exclusiva de um único judeu como Jesus Cristo. Citaremos apenas três exemplos de judeus de mentes políticas arejadas que, pelas suas posições em defesa dos humildes se tornaram perseguidos, torturados, cassados, injustiçados  e até executados. Foram eles: Karl Marx, Rosa Luxemburgo e Olga Benário Prestes.   O periódico BRASIL PARALELO, produziu um apanhado histórico sobre o conflito entre judeus e árabes/palestinos, em que é possível fisgar algumas conclusões sobre a motivação de todo esse estado belicoso.

O permanente estado de guerra entre duas etnias, que coexistem em conflito desde os tempos de antanho, muito anterior à época cristã, tem como causa fundamental, uma milenar questão material que é a disputa territorial. Uma dessas etnias, no caso os judeus, se auto atribui  um amplo   prestigio junto à divindade, o  que segundo eles, lhes autoriza a se adonarem da chamada terra prometida como se fosse uma dádiva divina que lhes é privativa, em detrimento dos palestinos que ocupam a área. Têm como paradigma a saga dos hebreus que fugiram da tirania do Faraó do Egito  e foram conduzidos por Moisés e Josué como nos mostra a leitura do livro do  Êxodo. Portanto,

Os motivos do conflito entre Israel e Palestina são:

  • criação do Estado de Israel, em 1948, em território ocupado por palestinos;
  • muçulmanos não aceitarem a presença dos judeus;
  • violência praticada por ambas as partes.

Vejamos um breve resumo  histórico:

O movimento sionista que reunia judeus,  defendia  a ideia de que a melhor forma de garantir a sua própria segurança, era a criação de  um Estado próprio. O evento que marcou o início de atuação do grupo, teve o seu primeiro congresso  ocorrido  em  Basiléia na  Suíça.

Como para a religião judaica a terra ocupada atualmente por Israel havia sido prometida aos judeus e é um  direito divino, esse foi o lugar escolhido por eles  para a formação do Estado de Israel.(1)

A verdade é que a partir do início da década de 1940, os judeus espalhados mundo afora começaram a migrar para o território palestino, se arvorando do direito de se concentrarem em núcleos rurais que denominaram em hebraico de Kibutz que a rigor, são pequenas propriedades rurais coletivas espalhadas por toda  Faixa de Gaza. (observem bem  o tipo de propriedade e o nome da localidade de instalação!)

A partir da década de 1940 o sionismo entraria em cena, defendendo intransigentemente a fundação de um estado judeu na palestina que vivia sob domínio Inglês. 

A ideia da criação de um estado judeu seria fortalecida   na esteira do chamado holocausto nazista, um extermínio majoritário de judeus que a bem da verdade eliminou também outras etnias como: civis soviéticos, poloneses, sérvios, ciganos, testemunhas de jeová, ativistas, deficientes físicos e homossexuais, todos foram também vítimas de extermínio juntamente  com os judeus, no sombrio período nazista.

Durante a segunda guerra mundial e na área em conflito do território palestino, árabes e mulçumanos foram empurrados pela intransigência judia e se aliaram a Alemanha, pois tinham dois inimigos em comum que estavam do outro lado da trincheira de luta: em menor escala os britânicos e em maior escala os próprios judeus.

Em 1936 depois de uma revolta árabe contra os seus dominadores britânicos o Lorde inglês William Peel que dirigia a comissão Peel, resolveu criar dois estados independentes para solucionar o conflito, proposta que pelas condições draconianas, não foi aceita por não satisfazer algumas exigências primárias dos palestinos.

Em 1947 os gestores territoriais que eram os ingleses, resolveram entregar a contenda entre palestinos e judeus aos cuidados da Organização das Nações Unidas e na proposta de partilha feita pela ONU, Israel que tinha 20% da população, ficaria com 53,5% das terras e a palestina que tinha 70% da população ficaria com apenas 45,4% das suas próprias  terras.

Além dessa partilha nada isonômica, havia ainda a alegativa da população esbulhada, de que as terras que lhe foram legadas eram as menos férteis e  tinham uma menor disponibilidade de água.

A proposta de Peel foi rejeitada pelos palestinos/árabes, porem o descontentamento dos palestinos não foi obstáculo para que em 29 de novembro de 1947, fosse aprovada a criação do Estado judeu  pela Assembleia Geral da ONU, proclamado oficialmente em 14 de maio de 1948 a fundação do Estado de Israel.

A regra era igual à mesma  “partilha” musical de autoria de João Silva, com  música e interpretação de Luiz Gonzaga:

Um pra eu, um pra tu um pra eu! um pra eu, um pra tu, um pra eu, outro pra eu! “

   

Diante da acintosa expropriação, das terras árabes/palestinas como e mostrado  com clareza na figura anterior, podemos perceber a deliberada invasão gradual e progressiva por parte de Israel, embora a última atualização da referida figura tenha ocorrido em 2010, ou seja, há 13 anos passados. Hoje em dia deve estar pior.

A partir desse ponto e diante de tudo que foi visto, consideramos desnecessário prosseguir com a narrativa das diversas escaramuças pontuais ocorridas a partir de então. Mostraremos apenas as definições e o significado  das palavras  intifada e Hamas, numa narrativa da  publicação DW:

O que é intifada?

A palavra intifada é muitas vezes traduzida como “rebelião”, “revolta” ou “insurreição”, mas o significado original em árabe está mais próximo de livrar-se de algo ou alguém por meio de um movimento de agitação.

Quando a palavra é usada no contexto das décadas de conflitos entre palestinos e israelenses, ela se refere a um levante organizado de palestinos contra o Exército israelense.

Os lados opostos já lutaram em dois desses conflitos. O primeiro começou em 1987 e terminou em 1993. O segundo, muito mais sangrento, iniciou-se em 2000 e durou mais de quatro anos. Irritado com a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, o grupo militante palestino Hamas está agora convocando uma terceira intifada.

Israel reivindica Jerusalém como sua capital. Os palestinos também afirmam que Jerusalém Oriental, atualmente ocupada por Israel, deve ser a capital de um futuro Estado palestino. Com sua decisão, Trump praticamente acabou por encerrar  a questão a favor de Israel.

O que é o Hamas?

O Hamas é uma organização fundamentalista palestina que consiste de um partido político, uma ação social e uma brigada paramilitar. O Hamas é considerado uma organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia.(?)

O grupo é a segunda maior força política nos territórios palestinos, atrás do Fatah, que é moderado. Os dois grupos estão trabalhando para superar suas divisões e formar um governo de unidade.

A carta de princípios do Hamas afirma que o grupo busca a criação de um Estado islâmico no território remanescente da antiga Palestina, o que inclui o atual Estado de Israel, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, tendo Jerusalém como capital. Assim, o Hamas nega o direito de existência de Israel e defende sua destruição.

O grupo lutou várias guerras contra Israel nos últimos anos, incluindo o conflito sangrento na Faixa de Gaza no verão europeu de 2014. A facção também cometeu uma série de ataques terroristas e atentados suicidas contra alvos israelenses.

O Hamas foi fundado em 1987, logo após a primeira intifada, a partir da Irmandade Muçulmana. (2)

Pedimos licença aos leitores para encerrar esse artigo utilizando um trecho do parágrafo final do clássico de Euclides da Cunha Os Sertões:

“Fechemos este livro. Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, haja vista que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados armados até os dentes.​” (3)

O nosso juízo de valor em torno da invasão Israelense está formado. Temos a convicção que nos foi passada pela atitude de autoridades diretamente envolvidas no conflito, coroada com a fala do ministro da defesa de Israel,  que jamais poderia ter dado a declaração que deu de moto próprio. Ele com certeza teve anuência de ordem  superior para fazê-lo e a serem verdadeiras as palavras a ele atribuídas, a atitude de Israel nada deixa a desejar às atrocidades dos  ideólogos nazistas e Joseph Goebbels  seria uma criança inocente com a chupeta na boca. Vejamos a manchete:

“MINISTRO DE ISRAEL JUSTIFICA BLOQUEIO DE ÁGUA E COMIDA AOS PALESTINOS: ESTAMOS COMBATENDO ANIMAIS.”

Por sua vez, Benjamin Netanyaho, primeiro ministro  Israelense que vem mostrando a face de um cruel carrasco judeu,  ordenou o cerco total de toda população palestina residente na área, por ar, por mar e agora por terra COM A ORDEM EXPRESSA DE NEGAR-LHES: ÁGUA, ELETRICIDADE, GÁS, COMIDA E REMÉDIO.

Paralelamente a toda essa carnificina,  temos observado  o comportamento servil de parte da  imprensa oficial: escrita, falada e televisada. Ela tem nos bombardeado com  notícias dúbias, facciosas e maniqueístas sobre os contendores, escamoteando informações e criando outras. O fato é que o conflito se agudiza com requintes de crueldade por parte de Israel.

Esperamos que este artigo contribua para despertar o discernimento dos leitores e que eles encontrem nas entrelinhas como nós encontramos, as verdadeiras causas dessa guerra suja! 

Ouçam isso para finalizar: 

 

 

Fonte:  (20+) Facebook  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referencias:

Hamas: o que é, origem, atuação, questão palestina – Brasil Escola (uol.com.br);

Israel-Palestina: 11 distorções sobre Gaza e Hamas na mídia (intercept.com.br); (1)

Como foi criado o Estado de Israel? | National Geographic (nationalgeographicbrasil.com);

Israel e Palestina – Entenda As Raízes do Conflito (brasilparalelo.com.br);

O que são as intifadas? – DW – 08/12/2017; (2)

Fechemos este livro. Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao – brainly.com.br; (3)

 

 

 

 

 

 

 

Fotografias:

Faixa de Gaza: onde fica, governo, economia, mapa – Mundo Educação (uol.com.br);

Quem são os dois salteadores? – Por Eloir Vieira – A Gazeta News;

Olga pelos olhos de sua filha | SUPER NOTICIA (otempo.com.br);

Cem anos sem Rosa Luxemburgo: uma vida pela revolução | Política (brasildefato.com.br)

Marxismo: origem, características, influências – Brasil Escola (uol.com.br)

Questão Israel-Palestina: 73 anos de limpeza étnica – Jornal do Campus (usp.br);

O que é um Kibutz? Entenda o funcionamento da estrutura rural de Israel – Folha PE;

 

 

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