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El Niño e seus efeitos no Brasil e no mundo

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O El Niño é um fenômeno climático natural preexistente à presença dos seres vivos na face da terra, inclusive daquele que é o mais devastador entre todos eles que é o animal humano. A inexistência de registos históricos pretéritos que comprovassem a sua presença milenar, não foi suficiente para disfarçar os indícios de sua ancestralidade. Se o curso das mudanças climáticas continuasse a ocorrer de forma natural, ou seja, sem a presença humana para agravar-lhe as consequências, o rito da mãe natureza continuaria praticamente imutável e causando  leve impacto. As suas ocorrências desconhecidas continuariam a ser creditadas aos desígnios divinos,  como prêmio ou como castigo. (aqui)

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A presença do El Niño passou a ser percebida e estudada, notadamente na medida em que a sua frequência e magnitude aumentavam em resposta a ação daninha de apropriação dos recursos naturais pelo bicho humano. O desejo incontido de acumulação desenfreada de tudo quanto é recurso natural para fazer fortuna, ainda hoje é muito presente na mente da maioria. Essa sofreguidão tem levado as pessoas a ignorar solenemente as indispensáveis regras de sustentabilidade e a agredir cada vez mais brutalmente a natureza.

Somente a partir da década de 1970 do século passado, esse fenômeno passou a ser estudado cientificamente e de forma mais efetiva. Os novos instrumentos que foram sendo desenvolvidos, permitiam avaliar com mais precisão os fenômenos climáticos através de indicadores como a temperatura; a umidade reletiva do ar; a pressão atmosférica; a evaporação e a movimentação dos ventos. Além disso, o surgimento de órgãos específicos para tratar dos “mistérios” do clima, induziam a um maior envolvimento cooperativo entre órgãos afins, convergindo para um acúmulo de estudos exitosos de ações futuras.

O Centro Tecnológico da AeronáuticaCTA, o Instituto Nacional de Pesquisas EspaciaisINPE, e a Fundação Cearense de MeteorologiaFUNCEME, foram pioneiros que aliados às Universidades Federais nordestinas iniciaram um estudo climático profícuo, sem desprezar o grande acervo acumulado no reservatório da sabedoria popular. No tocante à Paraíba, foi criada no ano de 2005 a Agência Executiva de Gestão das ÁguasAESA, genuinamente paraibana, que tivemos a honra de presidir.

A AESA, que ainda hoje tem um quadro de pessoal muito limitado, tem contado com a dedicação e o esforço hercúleo de um grupo de profissionais competentes e abnegados, assumiu definitivamente a vanguarda dos estudos climáticos no nosso Estado e tem realizado um proveitoso e meritório trabalho.

Em parceria com as duas universidades federais do Estado, UFCG e UFPB e da Universidade Estadual da Paraíba- UEPB, a AESA tem produzido um considerável conteúdo científico. Foi a partir de então que a Paraíba deu um grande salto cientifico no tocante ao estudo do clima e hoje detém grande credibilidade. Os meteorologistas da AESA tiveram o seu batismo de fogo, no qual foram provados e aprovados, no longo período de irregularidade de chuvas ocorrido entre os anos de 2012 e 2018.

A escassez crescente das reservas de água, obrigou a um racionamento severo, penalizando inclusive a segunda maior cidade do estado da Paraíba que é Campina Grande.

Esse longo e sofrido racionamento, somente alcançou o êxito almejado, graças ao meritório trabalho da AESA, com os seus impecáveis prognósticos climáticos que orientavam os rumos do racionamento. Tornou-se uma verdadeira guardiã da pouca água disponível. Contou para tanto com os esforços inestimáveis da Companhia de Água e Esgotos da ParaíbaCAGEPA, que se portou como uma distribuidora competente e disciplinada.

Nesse ano de 2023 a história se repete e mais uma vez todos os prognósticos estão apontando para uma recorrência do fenômeno natural do El Niño, com prenúncio sombrio de consequências catastróficas em quase todas as regiões do planeta. Aliás e pelo depoimento dos estudiosos, o fenômeno já está em curso e teria começado no mês de junho de 2023, com características bem distintas das edições anteriores e por isso mesmo muito mais preocupantes.

O fato é que mal iniciado o El Niño, estamos presenciando a ocorrência galopante de fenômenos climáticos diversos e de grande magnitude, em todos os continentes. Estamos vivenciando: variação acentuada de temperaturas em quase todos os continentes; derretimento da neve das geleiras; o surgimento de icebergs gigantescos; derretimento de gelo nas calotas polares; aumento do nível das águas dos mares e oceanos, com a consequente inundação de áreas costeiras.

Exemplos práticos do que estamos tratando neste artigo, ocorreram recentemente com a elevação de temperatura no Alaska e no Canadá provocando queimadas gigantescas.
No chamado Vale da Morte no estado da Califórnia nos Estados Unidos, a temperatura atingiu 55°C, enquanto isso, a América Latina de clima tropical enfrentava uma onda de frio intenso, de ciclones, chuvas de granizo e furacões devastadores.

As discussões em torno das questões climáticas têm se repetido com muita frequência em conferências diversas que têm contado sempre com a presença de Chefes de Estado e de Governo de vários países. Todos eles se dizem muito preocupados com os rumos da catástrofe anunciada, com a devastação ambiental progressiva, com o lançamento de gases nocivos na atmosfera e até com a insensatez que tomou conta de um grupo de países devastadores, entre os quais estava Brasil, durante todo governo Bolsonaro. Essas discussões têm ocorrido com certa frequência e países como os Estados Unidos, o maior poluidor do planeta, tem participado, tem discutido, tem debatido e discordado, sem que até o presente tenha assinado um só compromisso.

O presidente Lula mesmo antes da sua posse, viajou no mês de novembro de 2022 para participar da COP-27 no Egito. Viajou acompanhado das ministras: Marina Silva do Meio Ambiente, da ministra Simone Tebet do planejamento, do ministro da fazenda Fernando Hadad além da primeira dama Janja.

A COP-27 contou com a participação de 90 chefes de estado e o presidente Lula foi recebido como um deles, tomando parte também de outras reuniões paralelas, entre as quais a do dia 16 de novembro, onde foi apresentada e debatida a Carta da Amazônia.

Além disso o presidente lançou uma proposta que de pronto foi aceita por unanimidade para que a realização do próximo encontro climático aconteça no Brasil e na cidade de Belém do Pará, o epicentro da devastação da amazônia, sediará o encontro no ano de 2025.

Lula viaja ao Egito para COP27 e cita “compromisso” com o clima (poder360.com.br)

Quanto à recorrência do El Niño que se anuncia e que teve início no mês de junho próximo passado, segundo a Organização Meteorológica Mundial-OMM, ele nos legou o junho/julho mais quente da história. Dizem eles:

“O mundo acaba de ter a semana mais quente já registrada, de acordo com dados preliminares”, disse a OMM em comunicado, acrescentando que as temperaturas estão quebrando recordes em terra e nos oceanos, com “impactos potencialmente devastadores nos ecossistemas e no meio ambiente. Com o comunicado, a ONU confirmou que o mundo está entrando em “território desconhecido” das mudanças climáticas: as consequências foram teorizadas, mas nunca antes vividas, então podem chegar a níveis não previstos pelos cientistas. Tal descrição vem sendo usada por pesquisadores para alertar sobre a gravidade do momento. Estamos em território desconhecido e podemos esperar que mais recordes sejam batidos à medida que o El Niño se desenvolve, e esses impactos se estenderão até 2024”, disse Christopher Hewitt, diretor de serviços climáticos da OMM.”

Toda essa preocupação com o fenômeno El Niño nos sugere um permanente estado de vigilância e adoção imediata de medidas efetivas, no sentido de rompermos a correia de transmissão do que poderá se transformar numa hecatombe.

Numa frase atribuída ao chefe guerreiro apache Cochise ele diz:

 

 

 

 

 

Referências:
Lula viaja ao Egito para COP27 e cita “compromisso” com o clima (poder360.com.br);
O que é o fenômeno El Niño? -Oceano Pacífico (oceanopacifico.org);
Desmatamento da Amazônia é o maior desde 2006 (observatorio3setor.org.br);
Nível do mar: Ministro de Tuvalu fez discurso na água para COP26 (uol.com.br);
Discurso de Lula na COP 27 revela desejo do país de liderar corrida pela descarbonização – NET Zero (projetodraft.com);
Fotografias Cochise apache e imagens de alta resolução – Alamy;
enterrem meu coração na curva do rio – Pesquisa Google;

Fotografias:
-Oceano Pacífico (oceanopacifico.org)O que é o fenômeno El Niño? -Oceano Pacífico (oceanopacifico.org);
El Niño e efeitos possíveis para 2023 e 2024 – Meu Guru;
Desmatamento da Amazônia é o maior desde 2006 (observatorio3setor.org.br);
Estação meteorológica: convencional ou automática (ofitexto.com.br);
Governo da Paraíba (paraiba.pb.gov.br);
Apenas um momento… (portalcorreio.com.br);
Nível do mar: Ministro de Tuvalu fez discurso na água para COP26 (uol.com.br);
Discurso de Lula na COP 27 revela desejo do país de liderar corrida pela descarbonização – NET Zero (projetodraft.com);
Fotografias Cochise apache e imagens de alta resolução – Alamy;

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