Chegamos ao mês de maio o mês do amor. A Energia que o mês provoca em todos nós, na verdade é inexplicável. Muitas mulheres resolvem casar durante este período por acreditar ser o mês que garantirá um casamento feliz.
Não sei se existem estatísticas para provar tal afirmativa. Certo é que também é o mês dedicado à Mãe de Jesus, simbolizando a Mãe de todos nós, também dedicando o segundo domingo de maio a todas às mães.
São Bernardino de Claraval falou de Maria: “Maria, que se fez tudo para todos, a todos abre o seu coração misericordioso, de modo que todos possam receber de sua plenitude; o doente, saúde; o aflito, consolo; o pecador, perdão; a Deus, glória.
Ainda sobre Maria, no Livro do Apocalipse – 12:1 “Apareceu em seguida um grande sinal no céu; uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas”.
Trago neste artigo uma homenagem à Mãe de Jesus, representando não só a mulher, mas o Amor. Quero apresentar Maria- Amor, mostrando como esta Mulher é vista pelas religiões ou doutrinas filosóficas, tendo como ênfase O AMOR.
A mãe tem, ou deveria ter, um grande significado para todos nós, por inúmeras razões.
Quando católicos, estudando o catecismo, aprendemos a amar “Nossa Senhora” a Mãe de Jesus. Eu sempre a amei independente de compreender seu papel no mundo visível e invisível, sempre tive uma ligação com ela. Espero não cansar nosso leitor, pois vou voltar aos arquivos de minha memória. Sou levada a fazer isso, e acredito que muitos que tiverem a oportunidade de ler este artigo terão em sua memória, mesmo que remota, alguma lembrança com Maria, que para mim é Maria de Nazaré.
Voltando às minhas memórias, me vejo em alguns momentos de dificuldades, que já me visitavam ainda muito jovem, sentada no primeiro banco da Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, Padroeira da cidade de Pombal que, ainda por volta de 1963 ou 64, não sei precisar, existia uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que ao ali me sentar, meus olhos fixavam nos olhos dela, como se realmente ela estivesse me olhando. Não tem problema dizer que nesta época estava com sete anos, e por determinação de nossa mãe, deveríamos comungar e assistir missa, além das naturalmente celebradas nos dias de domingo, todo dia 13 de cada mês dia dedicado a referida Santa Aparecida em Fátima. Sem contar, que na sala de jantar da casa de minha avó materna, havia um quadro com aquela imagem e os três pastores.
É obvio que eu não tinha nenhum conhecimento aprofundado da religião, nem tampouco da vida de Nossa Senhora, nem compreendia como ela “apareceu” àquelas crianças. Mas toda aquela história me fascinava.
Os anos se passaram, a vida nos leva a outros caminhos, mas “Nossa Senhora” nunca me deixou.
Foi a partir dos caminhos que me levaram a estudar a Doutrina Espírita que pude compreender e conhecer um pouco Mais sobre Maria. Aprendi que, ao contrário dos ensinamentos obtidos anteriormente, os santos não ficam deitados em nuvens, nem tampouco podemos garantir que foram realmente “santos”.
Mas, Maria, ah! Esta só me fez admirá-la mais e mais, à medida que lia os livros que traziam através da psicografia dos Espíritos quem foi e o que faz a nossa Mãe, Maria de Nazaré.
Sei que algumas religiões falam que, ao “morrermos”, vamos para lugares específicos a depender da conduta do Homem quando passou pela Terra. Para nós espiritistas, as informações são bem diferentes. Por exemplo, os que desencarnam, pois o que morre é nosso corpo, nosso espirito continua sua caminhada para o processo de aperfeiçoamento, ao deixarmos o corpo, se for o caso de morte natural, seguimos para colônias que nos acolhem de acordo com nossas atitudes por aqui. Os que passam para o outro lado da vida levado por doenças, na grande maioria dos casos, são direcionados para hospitais em diferentes Colônias, até que seu perispírito, ou corpo espiritual, se recupere, ou, ainda, poderemos ir para os Umbrais. Quem quiser conhecer um pouco mais sobre esse tema, poderá ver o filme Nosso Lar, ou mesmo ler o livro com o mesmo nome, ditado pelo Espirito André Luiz através da psicografia de Francisco Candido Xavier.
Como nossa intenção neste momento é falar de amor, enfatizando Maria, a Mãe de Jesus, é de nosso conhecimento que ela exerce uma das funções mais difíceis na Espiritualidade. Administra a Colônia Maria de Nazaré, que tem por função acolher os suicidas. Para quem não está familiarizado com o tema, o amor de Deus é tão grande e, por justiça, “nenhuma de minhas ovelhas ficará desgarrada”.
o contrário do que algumas religiões pregam, o suicídio é realmente o ato terrível, mas nem mesmo o suicida ficará à deriva na espiritualidade. A trajetória de um suicida é bastante penosa, e não caberia aqui aprofundarmos o tema, mas é um dos trabalhos mais difíceis, que só poderia ser feito por quem tem como missão Amar indistintamente, e essa é a missão e o poder de Maria de Nazaré.
Eu também gostaria de falar de outros amores que recebemos e damos aqui mesmo na terra. É evidentemente que o amor de Mãe, ainda que com exceções, é o amor mais puro e verdadeiro, tanto que temos informações de muitos casos em que elas continuam cuidando de nós, mesmo estando do outro lado da vida.
Temos, ainda, outras mulheres que devemos agradecer o seu amor, mas peço licença aos nossos leitores para recorrer a citação de uma encantadora obra de Clarissa Píncola Estés – A ciranda das mulheres sábias. Nela se lê:
“Por todas as tias perspicazes e todas aquelas que se postam como avós guardiãs para qualquer alma necessitada… por aquelas que acolhem filhas e filhos, de sangue ou não, com a mesma facilidade e compatibilidade com que as flores acolhem as abelhas…, ou seja, qualquer mulher mais velha que seja amada por uma mais jovem… (cinco segundos mais jovem ou mil anos mais velha, não importa). Por todas as idosas que estão tecendo uma vida vigorosa, preenchendo a trama com o mínimo um fio de ousadia, dois fios de impetuosidade e três de sabedoria,
(…)
Por elas… que continuem sempre a nos ensinar a amar este mundo e todos os seres que nele estão…das formas que mais importam para a Alma”. (Estés, 2007, pag. 99)
A nossa mãe, Julita, a grande professora de nossas vidas. A vovó “Doninha” pelo berço em seus braços e em suas saias, quando ficava de cócoras, para que eu sentasse em seu colo para receber o mais inesquecível abraço e cheiro.
Por minhas tias, Maria, Severina, Mirinha e Terezinha, nossa gratidão, por terem sido, em muitos momentos de nossas vidas, Pai, Mãe e, como professoras, terem nos ensinado a viver com dignidade, elegância e, acima de tudo, terem sido fontes para todos nós, de muitas formas de amar.
A minhas filhas e neta que me ensinaram e que me mostraram um tipo de amor, que não pensei existir, que elas representem as anciãs que pregarão, no futuro, o amor que a Divindade precisa que seja ampliado todos os segundos de nossa existência.
A todas as mulheres, que distribuem amor, afeto e aconchego, seja para nossas almas ou para nossos espíritos, assim como as árvores que se expandem para dar fruto, sombra e teto.