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E nós aonde vamos? A esquerda morde e assopra

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Morde e assopra! essa é uma velha expressão popular muito conhecida, que qualifica o comportamento das pessoas hipócritas e falsas, as quais agem de modo incoerente para depois mudarem de repente de atitude. São pessoas que, pela prática constante de um comportamento incoerente, podem ser comparadas aos morcegos vampiros, embora o ataque de morcegos vampiros aos seres humanos sejam acontecimentos  muito raros.

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Um dos exemplos mais conhecidos na história, e de cunho ficcional, envolve a história ou a lenda de um famoso vampiro fictício muito conhecido como Drácula, que fez muito sucesso no cinema com os filmes de terror que nos amedrontava.

Concretamente os registros zoológicos, dão conta da existência de 178 espécies de morcegos, das quais apenas 03 delas se alimentam de sangue. São os morcegos denominados vampiros, entre os quais apenas 01 das espécies, se alimenta de sangue animal, inclusive o animal humano.

Pelas informações biológicas, os vampiros produzem naturalmente uma saliva anestésica de forma a tornar as suas mordidas insensíveis. Na ocasião em que  eles estão sugando o sangue, inoculam parte dessa saliva no local do corte, de modo a tornarem  a sucção um ato  indolor que  neutraliza  a reação do animal.

Mutatis mutandis, a ação hematófaga do morcego é usada como um exemplo de pusilanimidade. É uma metáfora que define o comportamento humano nas  suas indecisões,  quando no relacionamento  com as outras pessoas. Principalmente por ocasião das atividades laborais, sejam elas  administrativas ou políticas.

No artigo de hoje, mais uma vez  reafirmamos a nossa descrença no modelo eleitoral liberal burguês atualmente em uso no Brasil. A essas alturas, pelo menos parte das pessoas, já têm informações suficientes para perceber nitidamente que o modelo vigente foi concebido exclusivamente para aumentar e manter a acumulação e a reprodução do capital. Não há, por parte da  burguesia liberal, o mínimo interesse no bem estar e nas condições de vida da grande massa da população.

Aqueles que se auto definem como  interessados pelas causas do povo e pelas suas lutas, estão eternamente  envolvidos numa discussão até agora estéril, sem um ponto de convergência. O longo e interminável debate, gira em torno da maneira mais adequada de fazer chegar aos oprimidos, aquilo que lhes é devido na apropriação dos bens e na divisão da riqueza do estado nacional. Os resultados dessa partilha vêm sendo secularmente negados pela burguesia liberal e a grande massa de oprimidos, na medida que o tempo passa, está cada vez mais excluída do processo de  desenvolvimento. Vejam na figura abaixo:

A banda Social Democrata do Partido dos Trabalhadores, nutre uma preferência clara pela via eleitoral por acreditar ser o caminho possível para chegar ao governo. Enquanto isso, a outra banda do Partido entende que o caminho mais curto para chegar ao poder, embora seja ele o mais doloroso, é a luta popular. Esses são os partidários da ideia ensinada no dito popular que enfatiza:

“Ninguém consegue fazer omelete sem quebrar os ovos.”

Em 30 de novembro de 2022, todos os segmentos populares e progressistas desse país celebraram efusivamente a chegada do companheiro  Luiz Inácio da Lula da Silva à Presidência da República. Aliás e pelas circunstâncias,  essa foi uma vitória eleitoral muito importante e que em  muito nos alentou, por considera-la como uma forma de acumulação de forças muito necessária para às lutas futuras.

Foi uma campanha eleitoral dura e desigual, marcada pela violência e por toda espécie de dificuldades, onde predominou a grande influência e o apoio maciço dos grupos econômicos e financeiros. Além disso toda máquina do anoréxico governo de Jair Bolsonaro foi usada explicitamente, numa conjugação de forças reacionárias em que foram jogadas  todas as cartas possíveis e imagináveis, na mesa de jogo do pôquer eleitoral.
A reação perdurou mesmo depois da posse de Lula, vítima que foi de uma tentativa ousada, mas felizmente fracassada de golpe de estado há apenas sete dias após a  sua posse como presidente eleito.

Debelado o fracassado golpe de estado  de 08 de janeiro, teve início e permanece em pauta, as seguidas tentativas de desestabilização do governo, onde a principal delas  tem o  apoio indecoroso do congresso nacional. O parlamento  insiste em negar ao presidente Lula a necessária governabilidade, em aparente  obediência às ordens da burguesia econômica e financeira, que é detentora do poder de fato.

No momento atual, está em curso na câmara federal e no senado da república, um elenco de ideias econômicas liberais ortodoxas que preconizam: a preservação do teto de gastos; a manutenção da responsabilidade fiscal, indiferentemente da responsabilidade social; a obediência inquestionável às premissas recessivas e alinhadas ditadas pelo Banco Central; a preservação de um arcabouço fiscal em defesa do rentismo de modo a assegurar sem risco a féria do sistema financeiro; a manutenção da venda indiscriminada de ativos do país; a rejeição incontinente da ideia de reestatização de ativos essenciais privatizados. Toda essa catilinária vem sendo publicamente  verbalizada em coro, pelo  presidente da câmara, pelo presidente do senado e por lideranças políticas oportunistas contumazes  e conservadoras diversas.

Esse é um cenário muito preocupante  ao qual a banda Social Democrata do PT parece estar indiferente, É uma miragem política  que mostra  a vitória eleitoral do presidente Lula como se fosse  a chagada da classe operária definitivamente ao paraíso e  pernas pro ar que ninguém é de ferro. Ledo engano!

Por sua vez é imperativo  que a classe dominada seja  informada de tudo quanto está se passando e para depois  de reconhecer seu erro em  eleger esse arremedo de  parlamento, arregaçar as mangas, colocar  a panela de pressão no fogo para cozinhar o feijão liberal burguês.

Nas eleições de  2022 foi cometido mais um daqueles repetidos  equívocos eleitorais, com a inadvertida ajuda do voto dos oprimidos. Foi eleita a pior representação parlamentar da história da república brasileira, que com honrosas exceções, tem uma composição oportunista, fisiológica e sem nenhum compromisso público.

Para que o governo do presidente Lula possa realizar pelo menos o mínimo daquilo que ele combinou com o povo durante a campanha eleitoral, ele precisará ter o apoio do congresso para governar. Apoio que não é devido somente ao presidente Lula, mas um apoio que é devido ao país e à nação.

Para manter o elenco de leis e decretos antinacionais e excludentes que aí estão, não precisaria ter mudado o governo. Em sendo mantido o status quo o pirão continuaria o mesmo, as moscas seriam as mesmas e tudo continuaria como dantes no quartel de Abrantes. Até que o status quo se transformasse num qui pro quo como querem que aconteça.

Minoritário no congresso e com o país dividido, o presidente vem tentando a duras penas cumprir as suas promessas de campanha, adotando o formato proposto pelos aliados e endossado pela banda Social Democrata do governo. Para tanto tem celebrado alianças leoninas e tem feito concessões as mais diversas, no tocante às nomeações do seu corpo de auxiliares. Vem construindo um verdadeiro cavalo de Tróia de médio prazo, e para compensar vem ingressando de vez no jogo do morde e assopra.

Morde e assopra na tentativa de romper com o limite do teto de gastos; morde e assopra na manutenção da PEC 95 que congela investimentos por 30 anos; morde e assopra na manutenção da lei de responsabilidade fiscal; morde e assopra tentando desatar o nó cego do Banco Central; morde e assopra na reestatização imperativa de ativos do estado como os da Petrobrás e da Eletrobrás; morde e assopra na questão da composição dos preços dos combustíveis e derivados; morde e assopra na questão escandalosa da privatização da água; morde e assopra até para ceder espaço para construção de um arcaico e subordinado arcabouço fiscal.

Vejam o que pensam os grupos econômicos e financeiros sobre os rumos da nossa economia. Percebam que eles não mais escamoteiam, já não mais se se escondem para manifestar os seus propósitos, nos quais não há espaço para a atenção aos interesses do povão.

A Folha de São Paulo, uma das vivendas da economia liberal burguesa e porta voz do capitalismo econômico e financeiro, traz na sua edição do dia 20 de maio de 2023, uma matéria da qual pinçamos alguns trechos onde revelam sem cerimônia, uma declarada censura ao governo:

“As investidas do governo Luiz Inácio Lula da Silva para tentar desmontar medidas aprovadas nas gestões de Michel Temer e Jair Bolsonaro se tornaram a grande preocupação de uma parte expressiva do empresariado.As dúvidas quanto às pretensões do governo de mexer nas reformas trabalhista e previdenciária, assim como as falas de Lula contra a independência do Banco Central, já vinham provocando incômodo no setor privado, mas o sinal de alerta cresceu depois dos movimentos do petista contra a lei de desestatização da Eletrobras e o Marco do Saneamento nas últimas semanas”

Se queixam mais:

“Os países perdem quando, em cada troca de governo, os verbos conjugados são: revogar, cancelar, destruir, criticar. Não podemos tornar o passado incerto. Temos que unir e não dividir a sociedade. Temos que dirigir olhando para frente com propostas, atos, leis e ações de futuro. A ideologia tem que ser fundamental para traçar o futuro e não para só mudar o passado.”

E arrematam:

“As falas do presidente relacionadas à economia preocupam, mas não têm respaldo da maioria do Congresso. É preciso que ele entenda isso e tente se alinhar. Caso contrário, a aprovação de um arcabouço fiscal vai emperrar, e a economia vai continuar travada com juros nas alturas”

É legítimo que um novo governo, que assume com uma proposta de governo aprovada nas urnas pelo povo, queira analisar as práticas e processos administrativos  vigentes, adaptá-los se possível  ao seu programa   e implementá-las. Destarte, é preciso ter o entendimento que as mudanças que pretende fazer irão encontrar  reações.

Frei Beto nos ensina que o governo Lula está sendo obrigado a tocar  o governo com ‘duas tornozeleiras eletrônicas’:  (isso porque só tem duas pernas dizemos nós)

São duas tornozeleiras eletrônicas: O Congresso, majoritariamente conservador, e o Banco Central. Quanto mais um governo tem apoio popular, mais ele tem condições de dar um chega pra lá na elite. É preciso fortalecer as bases populares do governo, reativar os comitês pró  Lula  que atuaram durante a campanha eleitoral e fortalecer o sistema do movimento sindical e dos movimentos populares. O importante é que os movimentos sociais não vistam a camisa partidária do governo.

A democracia social do Partido dos Trabalhadores parece estar disposta a continuar mordendo e assoprando. E nós, vamos assistir tudo isso e permanecer silentes? Não estaria na hora de romper com esse modelo de politica liberal burguesa excludente?

 

 

 

Referencias:
Slide 1 (agricultura.rs.gov.br);
Estudo revela como morcegos-vampiros sobrevivem com uma dieta de sangue – Notícias – R7 Tecnologia e Ciência;
Empresários criticam investidas de Lula contra medidas aprovadas sob Bolsonaro e Temer (msn.com);
A crise de civilização capitalista (por Eduardo Mancuso) – Sul 21;
Bolsonaristas fazem tentativa patética de escapar da culpa pelo 8 de janeiro | Partido dos Trabalhadores (pt.org.br);

Fotografias:
Vídeo mostra gado atacado por morcego; Cenas fortes! – CompreRural;
A crise de civilização capitalista (por Eduardo Mancuso) – Sul 21;
A pirâmide da desigualdade global da riqueza (ecodebate.com.br);
Bolsonaristas fazem tentativa patética de escapar da culpa pelo 8 de janeiro | Partido dos Trabalhadores (pt.org.br);
PL elege maior bancada da Câmara dos Deputados para 2023 (blogdopaixao.com);
MORDE E ASSOPRA? – Turma do Focinho;

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