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A linguagem dos anjos

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“Estamos vivendo tempo difíceis”, nos disse um velho amigo. E continuou a falar: “antigamente as pessoas eram mais caridosas”. Refletindo a respeito dessas palavras ditas com uma certa melancolia, me chamou atenção, o tema.

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Resolvi buscar em um dos livros que utilizo quando preciso de esclarecimentos sobre as “coisas do céu”. O Evangelho Segundo o Espiritismo – obra organizada por Allan Kardec sob a orientação dos Espíritos com base nos ensinamentos de Jesus.

Os dicionários trazem como sinônimo de caridade: compaixão, amor, bondade, benevolência, piedade, misericórdia, beneficência, generosidade, humanidade, humanitarismo, prodigalidade, liberalidade, filantropia, altruísmo, solidariedade, magnanimidade, munificência.

Em outro artigo nesta coluna, tivemos a oportunidade de abordar a caridade, mas como dizia Helena Blavatsky, que fala que o “mito legítimo tinha que ter sete, portas ou sete chaves”, ou seja se você lê um livro hoje e após dez anos for lê-lo novamente, você pensará que está lendo outro livro ou aquilo não estava lá quando você leu anteriormente. Evidentemente estava, apenas seu conhecimento se ampliou e você está mais preparado para identificar coisas que não pudera entender anteriormente.

Assim, quero, após novos conhecimentos, ou melhor, novos fatos identificados, falar de uma outra forma, tentando abordar o tema por uma “nova chave”. Não podemos falar da linguagem dos anjos, sem lembrar das palavras do Apóstolo Paulo:

“Ainda que eu falasse a língua dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine, ainda quando tivesse o dom da profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até o ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou”
Ainda continua o Apóstolo dos gentios: 

A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é jubilosa; não é temerária, nem precipitada, não se enche de orgulho, não é desdenhosa, não cuida de seus interesses (…) (Kardec, E.S.E pág. 210 e 211).

O Apóstolo, coloca a caridade acima da fé, ela pode ser exercida por qualquer um, mas em suas observações podemos aprender que precisamos ter paciência para ser caridoso, porque dependendo de como a exercida, pode se tornar humilhação.

É branda porque se exerce caridade quando se aconselha a outras pessoas, quando se doa para que o outro não receba a caridade por imposição. A caridade pode exigir de você uma grande dose de doação pessoal, de generosidade, em alguns casos, de uma boa parte de sua vida. Não podemos esquecer, que é dito em Mateus 7:7-8; pedi e vos será dado; esta é uma grande lição para todos nós.

Muitas vezes na ânsia de se oferecer ajuda, você pode dar qualquer coisa que o outro não precisa, por outro lado, ele pode não está preparado para receber e se sentirá envergonhado.

Diante de todas estas questões, passamos compreender que, o que normalmente se pratica por caridade, nada mais é que uma esmola. Você doa para se ver livre.

O Apóstolo ainda diz: “Buscai e achareis”; você poderá ser o que oferece o que está sendo procurado, mas tem que se identificar o momento certo da doação; “Batei e vos será aberto; pois todo o que pede recebe”; precisamos ainda compreender que a porta só é aberta de dentro para fora. Quando você está pronto para abri-la, já sabe o que precisa e está aberto a mudança necessária, e, para receber o que está do outro lado da porta; “o que busca, acha e ao que bate se lhe abrirá”. Mas se eu ainda não sei o que quero, não sei pedir. Outro grande aprendizado, que também é caridade, é receber um “não” como resposta. Naquele momento, para quem não compreende os desígnios da divindade, não compreenderá e pode até se sentir injustiçado. Mas nem tudo que pedimos é o ideal para nós.

Humberto de Campos, em uma de seus contos, nos relata o caso de uma mãe desesperada por ter um filho com tuberculose e já havia feito de tudo em busca da cura, mas “parecia que Deus não lhe ouvia”. A pobre mãe continuava desesperadamente pedindo a intervenção dos Amigos dos Céus para que aquele filho tão amado pudesse voltar a ser um rapaz como tantos outros de sua idade.

O filho querido daquela senhora havia adquirido a tuberculose pela vida desregrada em longas noites de jogo e farras. Os Amigos Espirituais resolveram dar àquela mãe o que ela tanto pedia. A mãe é orientada a procurar nas terras de Minas Gerais, um lugar, que pelo clima, favorecia a cura da doença. Após alguns dias de tratamento, o rapaz se sentindo melhor, e já tendo notícias de um cassino que existia na redondeza, foge para mais uma noite de jogo. Ali, ele perde o que ainda lhe restava, e penhora a casa de morada, o único bem que a família ainda possuía, pois já tinham utilizado todos recursos financeiros em busca da cura.

Ao voltar para casa de repouso no dia seguinte, ele adquire a consciência do mal que havia feito e ao contar a mãe o que fizera, essa entre em desespero. Naquele momento, ela compreende que a doença que mantinha o filho preso a uma cama de hospital era o meio que Deus oferecia para que ela mantivesse ainda, seu único patrimônio e sua paz.

Foi por caridade que a doença se fizera companheira daquela família. Esta história nos faz refletir sobre alguns problemas que se fazem presentes em nossas vidas. Se não compreendemos que Deus como Pai, nos dá o melhor, não compreendemos a caridade.

Ainda podemos abordar a necessidade do conhecimento da caridade para nós mesmos. Quando estabelecemos limites para nós. Nossa autopreservação como seres da criação. Não estamos separados do sagrado. O sagrado está em nós. Aqui podemos entender que o conhecer a si mesmo, é um dos grandes sinais da inteligência que precisamos desenvolver. O homem sábio, desenvolve a capacidade de compreender o que quer e o que é melhor para si, em sua passagem pela Terra.

Somos seres espirituais. O significado disso? Se faz necessário que sejamos menos matéria. Devemos buscar, como tantos grandes homens da humanidade, a nossa melhora íntima para quando chegarmos do outro lado da vida, na passagem para outra dimensão. Utilizando um pouco do conhecimento Egípcio, que seu coração seja leve como uma pena. Que ao chegar diante de Osiris, Isis e Néftis, você possa ser recomendado para uma nova encarnação.

Parece que estamos misturando as histórias e os temas, mas é só um lembrete que em toda história da Humanidade, houve orientação para que procurássemos a elevação de nosso Espírito.

Sem caridade, isso não será possível. Pensemos nisso!

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