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A Gritaria em Defesa do Status Quo

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A expressão latina status quo, se tomada isoladamente, significa o estado das coisas. Surgida por volta de 1700, é uma forma reduzida da frase “in statu quo res erant ante bellum,” que pode ser traduzida como: no estado que as coisas estavam antes da guerra.

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Mutatis mutandis, ou seja, mudando o que deve ser mudado, poderíamos cunhar uma frase que viria muito bem a calhar no momento atual.

A euforia raivosa e a dissonância cognitiva que tomou conta dos arraiais do establishment e dos grupos econômicos, permeou toda campanha eleitoral passada, e se intensificou com a vitória e a posse do presidente Lula.

Provocou a inquietação de agentes econômicos e financeiros, que através da mídia venal e da pequena burguesia, induziu os incautos e se unirem num projeto violento e raivoso de destruição onde o ódio era o tempero.

O comportamento de um dos tentáculos  ideológicos da superestrutura do estado burguês, que são  a imprensa oficial e as milícias digitais, sugere que houve a sinalização por parte de agentes econômicos e financeiros, no sentido de desenharem através do artificio das fake news, o pior dos cenários para a economia nacional durante o governo do presidente Lula.

Essa atitude nada mais é do que uma ameaça intimidatória, veiculada através da mídia e de grupos sociais, a serviço dos mercados. Esses conglomerados são terminantemente contrários à implementação de políticas públicas que venham garantir a permanente responsabilidade e seguridade social para a grande maioria da população. Projetos de atenção social são considerados por eles como coisa supérflua que só servem para aumentar os gastos públicos.

Essa fixação psicossomática, é o indisfarçável medo que têm de tudo que possa comprometer a responsabilidade fiscal e o controle dos gastos públicos. Para essa gente, é preciso acumular superávit fiscal. Não pra distribuir riqueza com a população através de obras sociais estruturantes, mas para pagar, mensalmente, os escorchantes juros da dívida externa. Essa obsessão, é o  que move uma parte da mídia venal, principalmente as milícias digitais, que fabricam fake news e distorcem informações visando  convencer  os incautos a  promoverem  o desgaste do governo que se inicia.

Ora, que mal teria feito o presidente Lula e os seus ministros para merecer tanta advertência em forma de censura?

No seu discurso de posse ele disse, alto e bom som:

“Nenhuma nação se ergueu, nem poderá se erguer sobre a miséria do seu povo. Os direitos e interesses da população, o fortalecimento da democracia e a retomada da soberania nacional serão os pilares do nosso governo.”

E finalizou dizendo:

“O Brasil tem que ser dono de si mesmo, dono do seu destino. Tem de voltar a ser um país soberano.”

Em sã consciência, qual é o mal contido nas palavras do presidente Lula? que  sacrilégio teria cometido ao falar numa situação real de: desemprego, de fome, de miséria, de transgressões ao estado democrático de direito e da soberania nacional? Teria ele faltado com a verdade?

Para essa gente, o grave pecado cometido pelo presidente Lula foi dizer claramente, que é imperativo inverter prioridades de gastos para que o povo tenha trabalho, tenha comida, tenha habitação, tenha saneamento básico, tenha transportes, tenha lazer, enfim tenha dignidade. Se isso fere a sensibilidade e os interesses da melindrosa classe dominante, se isso atrapalha o equilíbrio fiscal e o teto de gastos, se isso dificulta a usura, se isso desagrada os mercados, paciência! que se danem essas  hienas perversas.

É obvio, é ululante, que todo acesso de raiva dos mercados e seus prepostos é por saber que é imperativo albergar no orçamento da união, todas essas demandas retro citadas, apesar da discordância, do olho gordo e do desmedido apetite das elites econômicas.

A apreensão e ansiedade dos mercados e a razão de todo esse esperneio é porque eles sabem muito bem que:

“o problema das contas públicas tem nome: sistema financeiro.”

Eles sabem muito bem que o investimento que o país vem fazendo em saúde é de apenas 2,85% do orçamento como ocorreu em 2021; sabem que o investimento em educação é de apenas 2,69%; sabem que o dinheiro que vem sendo transferido aos estados e municípios é de apenas 6,92%; enfim, sabem que o dinheiro investido na seguridade social, incluindo a previdência que eles demonizam, é de apenas 19,46% do orçamento público da união.

Se adicionarmos tudo isso teremos:
19,46 + 6,92+ 2,69 + 2,85 = 31,92%
Enquanto isso, o sistema financeiro usa todas as suas armas aterrorizantes, para através das fake news criar um cenário catastrófico, que lhe permita continuar a abocanhar sem resistência simplesmente a bagatela de 53,92% do orçamento da união, ou seja, mais da metade do orçamento.

É isso, somente isso, e nada mais do que isso, que os “tolinhos” querem que continue a acontecer.

Aliciam até a mãe de pantanha para conseguir seus intentos, querendo convencer a nação de que os famintos estão errados e eles é que estão certos. Querem nos fazer crer que fome é apenas a sensação entre o café da manha e o almoço.

Todos os dias e os dias todos, brotam fake news pela voz de tudo quanto é cuspidor de microfones e através dos escritos inexpressivos de milicianos digitais sub medíocres, que visam desgastar, de saída, um governo que sequer começou na sua plenitude.

O Mercosul, importante bloco comercial que foi criminosamente ignorado por Bolsonaro, foi uma iniciativa exitosa de construção de um bloco comercial entre os países da América o Sul.

O Mercosul pôs fim inclusive, às tensões históricas com a Argentina e foi uma forma inteligente de juntar a força dos fracos para torna-los forte e abrir espaço no mercado internacional para enfrentar o neocolonialismo costumaz dos os USA.

Agora, na efervescência do festival de fake news que estão divulgando, houve um faniquito dos áulicos do capital no sentido reduzir a importância do Mercosul, aproveitando para bravatear contra a moeda única, como coisa do presidente Lula.
Choveram críticas à moeda única, mesmo sabendo eles que, as moedas de cada um dos países do Mercosul continuarão a valer e a circular livremente.

Ora todos os países, mesmo os países periféricos como os da África e até mesmo os países centrais como os da Europa, têm se aglomerado em blocos comerciais para proteger os seus produtos de exportação. Além de abrir um espaço para eles no mercado internacional, em melhores condições de competitividade.

A própria catedral do capitalismo, os USA, criaram o NAFTA juntamente com o México e o Canadá, para se defender da invasão comercial chinesa e estender seus tentáculos pela América Latina.

O Peso mexicano, o Dólar canadense e estadunidense continuou a existir mesmo sendo o Dólar a moeda do NAFTA.

Na zona do Euro, moedas como o Escudo português, a Peseta espanhola, a Lira italiana o Dracma grego, o Florim holandês, o Franco francês e até o marco Alemão, mesmo com pouco ou nenhum uso não deixaram de existir.

Esses ventríloquos deveriam se informar melhor até para mentir com mais convicção, adquirir credibilidade para defender o status quo.

Exemplificando: um dia desses vinhamos ouvindo no rádio do carro um desses programas do meio dia, quando irrompeu ao microfone um locutor tabacudo, dando a notícia da desregulamentação de quase todas as profissões existentes no Brasil, num esforço concentrado para colar a responsabilidade em Lula.

Fomos averiguar a informação e constatamos tratar-se do PL 3081/2022, de autoria de um deputado de Minas Gerais, pertencente ao baixo clero da câmara federal. O referido projeto de Lei foi apresentado no dia 22/12/2022, e se encontra aguardando despacho do presidente.

A justificativa: “Revoga e altera Leis, Decretos-Leis e um Decreto, afim de desregulamentar profissões e atividades que não ofereçam risco à segurança, à saúde, à ordem pública, à incolumidade individual e patrimonial.”

A fila indiana das revogações se inicia com o Decreto 21981/1932, passando pelo Decreto Lei 8620/46 referente aos engenheiros, (colegas) até a Lei 1394/2019, num total de, pasmem, 82 (oitenta e duas revogações)

É possível crer que a uma aberração dessas prevaleça? Eles, os cuspidores de microfone, sabem que não. Mas precisam mostrar serviço maquiando e adornando um verdadeiro qui pro quo midiático.

Nos faz lembrar o inesquecível Chico Bocão que foi vereador em Patos, pai do nosso amigo e companheiro Nego Bocão da CAGEPA.

Chico Bocão foi um vereador de vários mandatos (12) na câmara municipal. Era um homem do povo, amante da natureza e tinha um discurso despojado.

Reza a lenda que, em 22 de novembro de 1963, Chico Bocão se dirigia à sessão ordinária da câmara municipal de Patos pilotando o seu fusquinha, quando ouviu através da pioneira Rádio Espinharas, a noticia do assassinato do presidente dos USA, John Kennedy.

Apressado para repercutir o furo na casa legislativa ele  acelerou o fusquinha em direção ao prédio da câmara municipal, subiu os degraus de dois em dois e, ao entrar em plenário, ergueu a mão pedindo licença ao colega que ocupava o microfone. Se perfilou e informou solenemente ao microfone:

“Informo aos colegas, ao povo de Patos e à população do sertão da Paraíba, que acaba de ser assassinado à bala (Dallas) o presidente dos Estados Unidos, João Quenga.”

Diante de uma notícia que era  verdadeira, o silêncio baixou no recinto, aplaudindo de forma solene o furo de reportagem de Chico Bocão.

Já não se fazem mais arautos fiéis aos fatos como antigamente!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Consulta:
Posse de Lula: principais frases do discurso do presidente (uol.com.br);
O problema das contas públicas tem nome: sistema financeiro – Pesquisa Google;

Fotografias:
O problema das contas públicas tem nome: sistema financeiro – Pesquisa Google;
Campanha #FakeNewsNão – Portal CNJ;
https://www.google.com/search?q=discurso+de+lula+no+parlat%C3%B3rio+do+palacio+do+planalto;
Fome e situações de extrema pobreza se tornam rotina no país – Notícias – R7 Economia;
)Cidade de Patos enlutada! Morre o ex-vereador Francisco Antônio de Maria “Chico Bocão” – Rádio Espinharas de Patos (radioespinharas.com.br)

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