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“Amai-vos”

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É chegada a hora optarmos pelo uso das “armas “ pela democracia, e não para o que foram largamente utilizadas nestes últimos meses. Nosso objetivo maior deverá ser lutar para a nossa reconstrução. Não me refiro aqui somente na reconstrução do nosso querido Brasil, tão massacrado, pisoteado e, acima de tudo, desrespeitado em vários cantinhos desse país. Falo da reconstrução de nosso povo, da reconstrução de nossa alegria em sermos brasileiros.

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Agora deveria existir uma trégua na luta do “bem e do mal”. É obvio que não é tão simples assim: Já temos conhecimento suficiente para saber, assim como disse Machiavelli, em sua valorosa obra “O Príncipe”, que “o novo legislador terá por inimigos todos aqueles a quem as leis antigas beneficiaram e terá tímidos defensores nos que forem beneficiados pelo novo estado das coisas”. Isso justifica-se pela natureza do homem de rejeitar tudo que é novo. No caso do Brasil, essa experiência já aconteceu, no entanto como parte da população ainda não aceitou que o velho príncipe perdeu o poder, fica com o direito de espernear da forma mais absurda, como vem acontecendo no decorrer dessa semana.

Apesar de que no Brasil a democracia ainda é muito nova, pudemos ver, com as manifestações dos dirigentes dos poderes constituídos, demonstrado, logo após a apuração das urnas, o reconhecimento do resultado das eleições, que essa “menina”, já está bastante amadurecida. Entretanto, ainda há parte da população que apoia, ou, ainda, outros que não acordaram para realidade, e continuam esperneando e esperando que parte dessas instituições aja de forma imatura e golpista assim como eles, ao invés de reconhecer as vitórias e derrotas inerentes do jogo democrático.

Estamos iniciando um novo tempo, tempo que sabemos não serem de absoluta paz e perfeição, pois não existe a perfeição na política nem em seus dirigentes. Entretanto, se faz necessário que possamos, assim como demos nosso voto de confiança em um novo “príncipe”, também possamos contribuir para o que queremos e acreditamos aconteça.

A reconstrução desse Brasil, não será tão simples assim. As instituições foram desrespeitadas, o desmonte das políticas públicas que vinham sendo construídas, e, ainda não consolidadas, foram cruelmente desmontadas. O Brasil que antes exercia o protagonismo em várias áreas, passou a ser criticado e abandonado por órgãos importantes da política internacional.

Tudo aconteceu por falta de conhecimento do que significa o Estado e suas nuances. Vivemos em mundo globalizado. Que para alguns que só olhavam para seu umbigo, não tem noção do que significa a participação popular na construção de políticas públicas.

O Brasil que já tinha avançado em termos de segurança alimentar, retrocedeu e três décadas. Infelizmente o Comando desse país, não conhece o que é pobreza.

Quando tive a oportunidade, fiz uma breve pesquisa, mesmo que bem rápida, que tipo de carros carregavam a bandeira do “Mito”. Rapidamente percebia-se que os que estavam no pico da pirâmide econômica, considerando o valor dos carros que portavam tais bandeiras. Entretanto, não só estes, mas essa bandeira também foi carregada por pessoas que não conhecem nem sabem o que estavam na verdade defendendo. São os pobres, que como boiada seguia o boi da frente.

Como bem disse Amartya Sen (professor e filósofo com cátedra, em Harvard) em 1999, “ A pobreza deve ser vista como privação de capacidade básicas em vez de meramente como baixo nível de renda, que o critério tradicional de identificação de pobreza” Se prestarmos atenção a este conceito, podemos identificar o real nível de pobreza do nosso País. Falamos muito em desenvolvimento, outro conceito que precisa ser largamente conhecido para que saibamos nos posicionar frente as verdadeiras necessidades de nosso povo. A verdadeira concepção de desenvolvimento deve ir muito além de aumento de riqueza e do Produto Interno Bruto e de outras vaiáveis relacionadas a renda.

Fonte: Ig Economia

A política de distribuição de renda adotada até agora, não pode ser nem chamada de política. Com o desmonte da Educação desse governo, e que havia melhorado nos governos anteriores, fez aumentar a disparidade entre alfabetização, escolaridade e pobreza, que estão diretamente ligadas; ainda, precisam ser resolvidas neste país, as altas taxas de repetência, as disparidades idade/série, associado ao baixo rendimento dos alunos, ao fracasso escolar e, por fim, a evasão escolar. Não foram poucas vezes que vimos depoimentos de jovens que durante a pandemia, já não satisfeitos com a escola, aproveitaram o período para abandonarem definitivamente os estudos. Todas estas disparidades, fazem parte do grande “pacote” que determina a pobreza de qualquer pais. São os excluídos que por sua vontade direta, ou por necessidade, jamais chegarão aos maiores patamares do emprego, por falta de qualificação e consequentemente farão parte daqueles que no passado, em um estudo voltado para a primeira infância, constatou-se que filhos de pais pobres, tendem a ser pobres.

Estou me referindo apenas a um importante segmento de nosso país que precisará de muita atenção do novo governo. Em todos os países do mundo que passaram por grandes índices de pobreza, foi através da educação que as riquezas desses países foram alcançadas. O Capital humano de um país, pode ser a peça-chave para que se alcance o desenvolvimento e a base da pirâmide que todos nós conhecemos, pode mudar.

Por outro lado, a dívida social é fundamentalmente um grande problema de desenvolvimento sustentável e não apenas desenvolvimento econômico. É urgente (parece que estamos falando do passado), que o novo governo desenvolva uma ação de combate à pobreza que não se baseie numa ação de pobreza definida exclusivamente por critérios econômicos de renda.

Na foto, resultado da escola sem partido…

Precisamos rever na má distribuição dos gastos públicos, haja visto que muitas vezes desses se apropriam os menos pobres, em detrimento dos mais pobres. Qualquer política redistributiva que não leve isso em conta, não poderá ser eficaz.

Baixos índices de distribuição de Capital humano, de capital social e de capital empresarial significarão, sem qualquer dúvida, baixos índices de desenvolvimento social e, além disso de desenvolvimento econômico sustentável.

Parece que este discurso, diz respeito aos anos 2000, mas acreditem, veremos já nos próximos meses, a situação real em que se encontra nosso país.

Esperamos, que as armas que doravante sejam utilizadas, sejam as armas do bem, da compreensão e da reconstrução de nosso país. Nossos irmãos que foram morar na rua, e para suportarem essa nova situação de vida, tiveram que entrarem inclusive, no uso de droga da prostituição, possam ter reconstruídas suas vidas e consequentemente seu poder econômico, voltando a ser cidadãos que participem da vida econômica desse país. Que os jovens redescubram a necessidade de voltarem as salas de aulas, pois sem o conhecimento, não se chega a lugar nenhum.

Rogamos, finalmente, a Deus que esse país possa voltar a ser um país onde todos nós possamos ter orgulho, do povo que somos. Que a alegria do brasileiro volte a ser um de nossos melhores patrimônios, que a nossa liberdade com responsabilidade, possa ser exercida, e que nosso povo, possa viver sem medo, pois nascemos não só como nação, mas como um povo que partindo do amor, possa ser realmente feliz!

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