Sabe, quando escrevemos alguma coisa sobre alguém, o fazemos porque os queremos muito bem ou porque os admiramos. Alguém pode discordar desta afirmativa, mas não importa. Já disse um sábio que toda unanimidade é burrice.
Não discuto. Pode ser. Mas digo apenas que quem quiser discordar, fique à vontade. Não estou aqui para convencer ninguém de nada, e acredito também, que eles, cada um em seu tempo e a seu modo, quiseram apenas mostrar que tinham fé em algo. E com base nesta fé, seguiram em frente sem olharem para traz. Quem disse que foi fácil? Quem disse que não sofreram? Imagino como foi difícil para cada um deles mudar totalmente de vida e de opinião sobre algo tão difícil de ser repassado. Não foi uma lição aprendida e repetida, foi sentimento, vivência, convivência, foi um tocar de coração, um chamado que tinha tantas coisas para serem observadas e sentidas, que não se importaram com os poderosos, com a crítica, com a pobreza que esses ensinamentos e esse modo de vida lhes trouxeram. Se fosse hoje, diríamos: “entraram de cabeça”.
Antes de dar continuidade ao assunto, farei como fazem o Reisado de Pombal, quando quer entrar em uma casa: (Apresentação feita pelo grupo durante o mês de outubro na festa de Nossa Senhora do Rosário)
Abre essa porta
Se queres abrir
Nós somos de longe
Queremos unir
Abre essa porta
Por Nossa Senhora
(…) ( Luiz Barbosa Neto. Folclore Pombalense. Reisado , 2011.
A essas alturas, com esse mesclado de informações, quem será que imagina de quem falo?
Caros leitores, quero falar de alegria de conhecimento de Ciência de Paz e de Luz. Então, como diz a poesia, peço licença em primeiro lugar, aos dois a quem quero por pura audácia, elogiar; peço licença para entrar em suas mentes, em seus corações.
Seguindo o tempo cronológico de vida: Quero falar de Francisco de Assis – nosso Irmão Sol. Quero falar de Allan Kardec. Só tendo muita admiração e respeito pelo que cada um fez, que preciso render essa homenagem. Será um tantinho diferente das que se costuma prestar a quem merece toda nossa reverência, mas do meu jeito e com o coração repleto de amor e regado por simplicidade, que quero trazer neste espaço um pouquinho de casa um. Claro que vou fazer um grande recorte e pegar apenas uma palhinha do trabalho de cada um para que vocês se sintam motivados a conhecê-los melhor.
Então, vamos falar de Francisco de Assis.
De menino rico criado na fartura e sendo servido por seus empregados, não gostava da forma desumana que o pais os tratava; o rapaz alegre e, como todos de sua classe social, resolveu servir a sua fé, indo para as cruzadas. Lá é capturado e preso. Os dias que passou na prisão o leva a reflexão, a contrair seus primeiros problemas de saúde. Ao ser solto, Francisco, através de um velho empregado de seu pais, ouve falar de Cristo e de sua mãe Maria como se fossem pessoas de sua intimidade. O bem-estar que o envolveu naquele momento, parecia que havia passado muitos anos nos maiores colégios de sua cidade. Não saíram mais de sua cabeça aqueles ensinamentos que falavam de verdade de amor e humanidade. A partir daquele dia sua cabeça muda, e Francisco abandona a riqueza da família para viver entre os pobres, doentes e coloca como único objetivo de sua vida, servir. Depois de muito “perguntar a Deus por onde começar”, começa reconstruindo uma igrejinha, e nunca mais deixa de ser um servidor do Pai Celestial, passando por todas provações que a fé e a incompreensão do mundo o levou, mas Francisco nunca mais foi como o antigo menino que não gostava da forma como pais usavam da usura e do desrespeito aos seus empregados. Só entendia do amor que Jesus pregou e procurava praticar. Nunca entendeu que a riqueza e a opulência que a Igreja, dizendo ser a representante do Cristo na terra, praticava. Não, não era Aquele Cristo que ele conheceu. Viveu entre os pobres e os doentes, sempre servindo. Da guerra, compreendeu que precisava pregar a Paz e o Bem entre todos os que viviam na Terra, pois todos deveriam ser tratados igualmente. E o amor, passaria ser seu lema. O amor que Cristo pregou e que poucos compreenderam. Mas Ele mesmo disse só verá quem tem olhos de ver, só ouvirá quem tem ouvidos de ouvir. Pois viria um outro Consolador para explicar coisas que a humanidade, no tempo de Francisco, não conhecia.
Surge então, centenas de anos depois um homem de Ciência, um pedagogo um estudioso, na França, houve falar da comunicação entre os mundos, e por ser cético começa a pesquisar e descobre que existia um mundo pós morte. Ou melhor, que ninguém morria, apenas mudava de estado. Surgia, exatamente quando a Ciência resolve se separar de Deus, um Cientista que inicia sua trajetória de pesquisa e em comunicação com os Espíritos, passa a trazer através desses Espíritos ensinamentos que não puderam ser compreendidos à época da vinda do Cristo. E de Professor Denisard Hippolyte Léon Rivail, conhecemos o pseudônimo Allan Kardec, que, dentre outras coisas, nos ensinou pela lição passada pelos Espíritos, que existia um elemento utilizado por Jesus, por Francisco de Assis, mas também que outros também poderiam fazer como disse o Cristo: “Podereis fazer o que faço e muito mais”. Estava se referindo ao magnetismo utilizado nas curas por ambos. E mais ainda, que a Ciência e a Religião precisam se unir, pois uma sem a outra ficam incompletas; foram esses ensinamentos: que me fizeram encontrar no Espiritismo o que Jesus ensinou. E, assim como Cristo, Francisco de Assis curou, Kardec, através dos ensinamentos dos Espíritos, veio ensinar que através do conhecimento de nossos corpos, utilizando o amor e a fé. Ensinando que todos somos iguais, que não devemos julgar porque não somos Juízes, e que só a Paz, a compreensão e o amor ao próximo poderão salvar a humanidade das doenças, do orgulho e da prepotência.
Somos todos iguais perante Deus. E ninguém poderá chegar ao Pai se não conhecer e praticar os ensinamentos de amor e caridade. “Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei”. Esses ensinamentos estimularam Francisco a dedicar sua vida à caridade, também estimularam Kardec a querer saber mais sobre esses ensinamentos. Estudante e pesquisador do Magnetismo, com a cooperação dos Espíritos, trouxe-nos as informações de como aconteceram as curas efetuadas por Jesus. Dois homens em tempos diferentes buscaram de acordo com o tempo em que viveram a compreensão do amor e da caridade nos deixando o legado para se viver a Paz e o Bem. Nos deixaram ainda um recado: enquanto não pensarmos no outro como irmão, as doenças, as guerras, o ódio e o distanciamento de Deus, nos tornarão cada dia pessoas infelizes com cada vez mais débitos perante o Pai. O que plantamos, colheremos. A vida continua, e não sairemos do cárcere do sofrimento enquanto não pagarmos até o último centavo de nossos débitos, e só o pagamos através do amor. Pensemos nisso!