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A manipulação da fé

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Como a grande maioria do povo brasileiro, e parte do mundo, nascemos e nós criamos ouvindo e aprendendo o que a Igreja Católica nos ensinava através, principalmente, das homilias nas missas. Nos batizamos, fizemos aula de catecismo, e, com nossos pais, aprendemos a respeitar a igreja, os sacerdotes e, claro, os santos.

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Posteriormente, como já me referi neste espaço algumas vezes, por inúmeras razões, fui buscar em outras fontes o conhecimento, não mais do catolicismo, mas dos ensinamentos dos profetas que vieram antes de Jesus, e do próprio Jesus. Mas não fui em busca desses conhecimentos da forma como eram, e são, pregados na igreja. Eu queria ver o que a academia tinha a nos ensinar a respeito da fé e dos ensinamentos pregados por várias religiões. Eu já havia aprendido muito com os ensinamentos que Allan Kardec trouxe com a participação do Espíritos. Eu queria mais. Fui, e vou buscar sempre os verdadeiros ensinamentos de todos iniciados que pela terra passaram e o que eles nos deixaram como roteiro para vida.

Sei que na vida nada nos acontece por acaso. E encontrei o que buscava. Na própria Universidade Federal da Paraíba, encontrei, em primeiro lugar, um Mestrado chamado “Ciência das Religiões”. Como aprendi! Aprendi, inclusive, que nada sabia. Pois diante da imensidão do conhecimento, o meu era ínfimo. Mas estudando conheci o alicerce de cada religião. Entretanto, passei, mesmo na Universidade, por inúmeros constrangimentos apenas por ser espírita. Uma das primeiras matérias voltadas para elaboração do projeto da dissertação, tivemos que apresentar nossas propostas. Preparei apenas um quadro, que sintetizava a minha proposta de pesquisa. Para minha grande surpresa, quando coloquei no retroprojetor (ainda não tínhamos Datashow), a professora pulou da cadeira e disse:” isso não é assunto para ser tratado na academia, mas no centro espírita!”. Foi grande minha surpresa, uma vez que eu havia passado por uma prova escrita, apresentação do projeto de pesquisa, aprovada em 5º lugar, e agora, o tema não poderia ser pesquisado.

Começa aí a primeira demonstração de intolerância religiosa em um curso que se propunha a falar das religiões. Senti, inúmeras vezes, a saída das colegas católicas e evangélicas das aulas quando eu apresentava alguma coisa de meu projeto. Finalmente, terminei o mestrado orientada por uma das figuras humanas das melhores que aquele quadro de professores possuía. E, finalmente, aprovada com distinção. Depois, fiz algumas alterações na dissertação e publiquei um Livro que leva o mesmo título da dissertação: Cirurgias Espirituais como prática terapêutica.
Olha, não foi fácil. Nem é fácil falar de sua religião quando a maioria das pessoas só conhece a delas mesmas. A Doutrina Espírita não é considerada religião, mas se apoia na Ciência, Filosofia e Religião, esta última, porque somos seguidores dos ensinamentos de Jesus, assim como Ele nos ensinou. Ou seja, a nossa fé é raciocinada. Não aceitamos, ou não deveríamos aceitar ensinamentos, só porque alguém importante disse ou ditou como regra. Não. Se tem fundamento científico, aceitamos. Caso contrário descartamos.

Fiz todo esse trajeto para falar do que mais se tem visto neste momento crucial pelo qual estamos passando no Brasil. Uma eleição das mais importantes de nossa história, pois o Brasil, com seu tamanho e riqueza, é espelho não só na América Latina, mas em várias partes do mundo. Não vou me aprofundar no tema, pois temos outros articulistas que dão show de conhecimento a esse respeito.

No Brasil, quem tem um pouco de senso crítico vem podendo observar que uma grande parcela dos brasileiros tem aproveitado essa campanha para “sair da caixinha”. Criou coragem para assumir sua homofobia, sua xenofobia, seu machismo, seu racismo e, ainda, sua verdadeira intolerância religiosa. Como diziam os antigos, “tem um, porém”. A coisa tá tão feia que a fé, que é diferente de religião, tem sido bastante utilizada nesta campanha para conquistar o voto daquele que, sem perceber, tem pouco se importado com sua religião, com a situação de sua família. O Importante mesmo é defender seu candidato, sem pouco se importar com o que ele fala. Alguns realmente viraram boiada. Boiada agressiva.

O que aconteceu nesta última quarta-feira na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, merece ser observado com um pouco mais de atenção e inteligência. A casa dedicada à Mãe de Jesus, a padroeira do Brasil, foi desrespeitada. Sim. Isso é intolerância religiosa. Quando entramos nos templos de outros credos religiosos, devemos respeitar o que ali se prega. Não posso deixar de ressaltar a reação do arcebispo, quem acredito ter falado o que muitos de nós quer falar e não tem espaço. Peço licença para transcrever parte do deu discurso, por entender que não é uma questão apenas religiosa, é uma questão de nossa sobrevivência como seres humanos na Terra nos emprestada por Deus, com o objetivo de ser escola. A escola que eu preciso respeitar, porque nela viveram meus antepassados, em que hoje vivo, onde viverão meus netos e bisnetos, que também serão eu, ou melhor, seremos nós.

Prestem atenção nestas palavras, caro leitor:
Disse o arcebispo: “Para ser pátria amada não pode ser pátria armada. Para ser pátria amada, seja pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake News. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos somos irmãos construindo a grande família brasileira.

Estamos vivendo em um país, conhecido pela alegria de seu povo, com medo de falar em quem votamos. Isso não é pátria voltada para a família. A família brasileira precisa de amor, de assistência social, de educação, ciência, acesso de todos ao conhecimento, ao emprego. A família brasileira, precisa de teto de comida, de saúde.

Se querem utilizar a fé para conseguir votos, esqueceram de tudo que Jesus ensinou. Vou lembrar aos que esqueceram, porque só têm olhado para seus umbigos. Deixaram de olhar para o Céu, para as Estrelas. Deixaram de sentir empatia e AMOR AO PROXÍMO. FORAM ESSAS AS PALAVRAS DE JESUS: “AMAR COMO EU VOS AMEI!” Alguém precisa parar de falar em ódio em poder, deixar o egoísmo e pensar no próximo.

Dizem que brasileiro tem memória curta: Será? Não quero acreditar que esquecemos a causa de muitos de nossos amigos, familiares partiram para outra vida. Foram mais 600 mil pessoas que perderam a vida, porque não tiveram assistência médica. Quando muitos brasileiros morriam, alguns dirigentes falavam em “que morram”! Esses, ainda tem a coragem de abrir a boca para falar de Deus? Que Deus é o de vocês?

 

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