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Bicentenário ou Evento de Campanha?

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O polêmico ato da Proclamação da Independência do Brasil, ocorrido no dia 07 de setembro de 1822, foi apenas o anúncio da edição de um Decreto de Independência firmado entre o nosso país, naquela ocasião representado pela Imperatriz Leopoldina, e o Rei de Portugal D. Joao VI.

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A assinatura aposta pela Imperatriz, ocorrida em 02/09/1922 formalizava a nossa independência e assegurava a nossa autonomia como país, pelo menos formalmente.

A história oficial não conta, mas o famoso grito de independência de D. Pedro I serviu apenas para dar conhecimento público daquilo que já houvera sido formalizado. 

O expansionismo de Napoleão Bonaparte, motivo maior da vinda da corte de D. João VI para o Brasil em 1802, tinha obrigado o rei de Portugal a elevar o nosso país à condição de sede do reinado, assim permanecendo até 1821, quando do retorno de D. João VI à Lisboa.

À frente do governo do Brasil ficou D. Pedro I, filho de D. João VI, na condição de Príncipe Regente. Preocupados em restabelecer vantagens pretéritas, os grupos econômicos portugueses passaram a pressionar o rei de Portugal, exigindo o retorno do Brasil à condição de colônia, para que fosse restabelecida entre outras vantagens o afrouxamento fiscal.

A solução encontrada em comum acordo foi a celebração de um documento formal, desvinculando o Brasil do domínio português e tornando-o um país independente.

Na ausência de D. Pedro I que houvera se ausentado em viagem a São Paulo, o documento foi firmado entre o Rei de Portugal e a Imperatriz Leopoldina. Teve de ser levado às pressas ao Imperador que se encontrava ausente, através de um mensageiro que seguiu viagem a cavalo, o transporte terrestre mais rápido da época.

Ao encontrar o imperador nas margens do Riacho Ipiranga, o mensageiro entregou o documento e D. Pedro I encenou aquele gesto inócuo que foi registrado na tela do pintor paraibano Pedro Americo.

Por todos esses acontecidos, é possível perceber que, o famoso Grito do Ipiranga exaustivamente narrado pela história oficial, resumiu-se apenas a uma caixa de ressonância.

No último dia 07 de setembro, ou seja, dois séculos após o gesto simbólico do grito do Ipiranga, data chancelada como o Bicentenário da Independência do Brasil, (ou seria o bicentenário da dependência como diz Frei Beto?) foi programado um grande ato cívico para celebrar as comemorações, transformado pelo próprio presidente da república num grande comício eleitoral.

Desde o início do ano, anunciavam-se uma comemoração efusiva do Bicentenário, inclusive com a presença física de um coração dito de D. Pedro I, uma importação necrófila, cá pra nós sem nenhum sentido. Foi mais uma ideia estapafúrdia dos atuais ocupantes do Palácio do Planalto, para projetar eleitoralmente o nome do atual inquilino do Palácio do Planalto e mais uma vez enganar o povo.

O coração chegou ao Brasil por mãos diplomáticas, foi entregue pela embaixada de Portugal, e na data aprazada, 07/07/2022, estaria no pódio para apresentação pública.

O professor José Ricardo de Sousa do grupo Muita História Para Contar, imbuído da maior boa vontade, desde o início do ano, fazia a contagem regressiva da celebração do Bicentenário. Porém, no dizer do indefectível poeta Carlos Drumond de Andrade:

“No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse
Acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do
Caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra”

A pedra interposta no meio do caminho das comemorações do Bicentenário, mutatis mutandis, era assemelhada à pedra da qual tanto falava Drumond. Foi revelada ao público exatamente na data festiva do bicentenário da república, em pleno período eleitoral, com o fito de catapultar a raquítica campanha política do presidente da república, candidato a reeleição.

Diante da alta rejeição ao seu nome pela maioria dos eleitores, o presidente tornou-se muito mais interessado em reverter o quadro eleitoral que lhe é desfavorável, do que participar das comemorações oficiais do Bicentenário.

O cerimonial, devidamente orientado, não hesitou em colocar em segundo plano a comemoração oficial e realizou com dinheiro público, um grande comício nacional de autopromoção, transmitido ao vivo por uma empresa de televisão estatal. Os espalhafates do presidente Jair Bolsonaro são sobejamente conhecidos, mas cremos que dessa vez ele excedeu todos os limites da nossa tolerância.

O atual chefe de governo e de estado brasileiro, não teve nenhum pejo em transgredir acintosamente a legislação eleitoral vigente, afrontando recorrentemente as normas do Tribunal Superior Eleitoral-TSE, incorrendo em crimes de conduta vedada, improbidade etc.

O agravante de toda essa farra feita de forma premeditada e insana com o uso do dinheiro público, foi a ameaça velada da hipotética deflagração de um golpe de estado. Para tanto e segundo ele, contando com apoio de alguns militares da reserva, para “preservar a democracia ameaçada pela ação dos comunistas!”

Essa ideia fixa que faz parte do seu desvario cotidiano, é permanentemente repetida como um mantra, sob tom de ameaça aos contrários, às instituições jurídicas e à população de um modo geral.

No dia 07 de setembro passado, apesar do blefe golpista, felizmente nada aconteceu além de mais uma escaramuça aterrorizante de um golpe militar de Itararé, e das corriqueiras bravatas, sua marca registrada.

Um palanque multifacetado para a realização do espetáculo político, foi montado para acomodar os seguidores da seita bolsonarista. Contou com a presença de figuras exóticas que o cercam como o costumaz sonegador de impostos, amigo do presidente da república, Luciano Hang, o esfuziante Velho da Havan.

Pelas informações que nos chegam através da imprensa, até o presente momento, cinco partidos políticos anunciaram representações em juízo contra as transgressões legais da chapa Bolsonaro e Braga Neto, por ocasião da farra eleitoral do dia 07 de setembro em Brasília.
Por conta das inúmeras acusações de transgressão das regras eleitorais praticadas pelo Presidente da República e seus seguidores, o TSE teria aberto investigação para apurar os fatos.

Nesse sentido o ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral- TSE, atual Corregedor Geral Eleitoral, teria despachado em uma ação apresentada pelo PDT junto ao TSE. Escreveu ele:

“Em primeira análise, a petição inicial preenche os requisitos de admissibilidade.”

Ato contínuo o ministro abriu prazo de cinco dias para que Bolsonaro e Braga Neto apresentassem as suas defesas no processo. Além dessas, outras demandas judiciais foram interpostas para impedir o uso das imagens do dia 7 de setembro como material de campanha.

A coligação Brasil da Esperança que tem em Lula (PT) a liderança maior, protocolou no dia 10/07/2022 no TSE, uma ação solicitando entre outras coisas que:

“Bolsonaro seja impedido de promover ou utilizar na campanha eleitoral quaisquer materiais gráficos, fotografias ou vídeos, produzidos por ele ou por terceiros, dos atos realizados em Brasília (DF) e no Rio de Janeiro/RJ no dia 7 de setembro de 2022.
Entre as demais solicitações da coligação estão inclusive o pedido de quebra de sigilo bancário, telefônico e de mensagens dos apoiadores do presidente, os quais atuaram na organização dos atos de campanha.
A campanha de Lula quer ainda que a Justiça Eleitoral tome os depoimentos de Bolsonaro, Braga Neto, Mourão e os demais envolvidos.”

Como todos nós conhecemos o rito lento da justiça, não devemos esperar nenhuma consequência imediata dessas demandas. Todavia, é preciso que não permitamos que, com o decorrer do tempo todo esse espetáculo financiado com dinheiro e alvo  púbico caia no esquecimento, como se nada tivesse ocorrido.

A imprensa oficial, além de alinhada com o pensamento do atual governo, tem sido uma aliada incondicional do establishment no processo de abrandamento das peripécias e tropelias do Sr. Jair Bolsonaro.

Ora, o que temos assistido é que qualquer liderança que venha a se insurgir contra esse estado de coisas será tratada como adversária e passará a ser alvo de intensa campanha difamatória pela imprensa venal. É o que vem ocorrendo atualmente com o ex governador Ricardo Coutinho, vítima da mais sórdida cassada que se pode fazer a um homem público.

Trabalham diuturnamente para inviabilizar a sua candidatura vitoriosa ao senado da república e parecem não sossegar enquanto não conseguirem exclui-lo do processo político. Para tanto se valem da mentira, da calunia, da insidia e do opróbio, contra a maior liderança política e o maior governante da história da Paraíba. Não poupam ninguém que os contrarie e Ricardo é a bola da vez.

A nós, povo, compete esclarecer as massas a votar contra quaisquer candidatos que venha compactuando e dando aval a esse governo de traição nacional.

Aguardemos vigilantes o desenrolar dos fatos sem um minuto a perder. Temos a obrigação cívica de levar a mensagem de esclarecimento e de esperança ao nosso povo sofrido e apoiar a eleição dos candidatos populares e progressistas comprometidos com os interesses maiores da nação.

Às urnas, decididos e conscientes!

 

 

 

 

 

Consulta:
Coligação de Lula entra com ação no TSE contra Bolsonaro por atos no 7 de Setembro | Eleições 2022 | G1 (globo.com;);
https://www.google.com/search?q=cnn+elei%C3%A7%C3%B5es+2022+a%C3%A7ao+do+pdt+contra+bolsonaro;
A mensagem de Pedro Américo aos historiadores no quadro ‘O Grito do Ipiranga’ (uol.com.br)

Fotografias:
A mensagem de Pedro Américo aos historiadores no quadro ‘O Grito do Ipiranga’ (uol.com.br);
Conselho de Estado decide pela independência do Brasil – Ensinar História – Joelza Ester Domingues (ensinarhistoria.com.br);
Transferência da corte portuguesa para o brasil (slideshare.net);
Exposição com coração de Dom Pedro I começa neste sábado, no Itamaraty (correiobraziliense.com.br);
https://www.otempo.com.br/eleicoes/7-de-setembro-lira-pacheco-e-fux-nao-comparecem-a-desfile-em-brasilia-1;
Pedra no caminho – Josias Gomes
https://www.jota.info/eleicoes/tse-proibe-bolsonaro-de-usar-imagens-do-7-de-setembro-na-campanha;
Gastança da Coroa e rebeliões mostram Independência além do discurso oficial – 27/08/2022 – Ilustríssima – Folha (uol.com.br;)

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