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O que diz a Espiritualidade sobre a igualdade entre homens e mulheres

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Antes de iniciarmos essa pequena reflexão, dando continuidade ao que imaginamos escrever no mês dedicado às mulheres, vamos falar, ao nosso modo, o que espiritualidade diz a respeito do tema. Vários autores têm sua forma de ver e de descrever esse conceito. Senti isso na pele, quando, ainda durante o mestrado, fui apresentar um artigo na universidade do Rio Grande do Sul, em um Congresso Internacional sobre a espiritualidade e saúde. Ao término de nossa apresentação, tive a ingrata surpresa de ouvir de um dos analistas da banca que se surpreendeu com o nosso conceito de espiritualidade, pois ele, e o grupo de estudo da referida universidade, não haviam encontrado um conceito que eles pudessem adotar como correto.

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Desde então, sempre que vou falar ou escrever sobre esse tema, gosto de dizer o que “Espiritualidade significa para mim, e não tem nada a ver com Religião. Espiritualidade, tem a ver com algo que liga você ao transcendente e imaterial. Parte desse conceito, me facilita a aceitação e respeito de todos os credos religiosos, e também aos que não praticam nenhum. Cada um de nós tem uma forma de se conectar com o divino. Seja, a água, o vento, as plantas o fogo ou mesmo uma imagem que se liga a ela. A Espiritualidade é aquele ao que recorremos a na hora de nossas aflições e alegrias. Dr. Branden, autor do “Código de Deus”, aponta estatísticas, ainda do ano 2000, que indicam e apontam que no planeta, com aproximadamente 6.2 bilhões de indivíduos da nossa espécie, 95%, ou seja, 5,9 bilhões de pessoas, acreditam na existência de um poder superior, ou Ser Supremo, de algum tipo.

Quando me refiro a Espiritualidade, me refiro a algo tão superior, que não sabemos, nem temos palavras para defini-lo. É com todo respeito que digo, que fazemos parte de um todo. Lembro sempre o exemplo que um amigo utilizava, quando trabalhávamos fazendo capacitação de produtores. Ele desenvolvia uma dinâmica com um barbante, formávamos um círculo e todos deveriam receber o barbante do outro e segurá-lo, dessa forma criávamos uma teia como a de uma aranha. Deveríamos segurar nossa ponta desse barbante com toda nossa força e cuidado, pois assim, nos tornávamos iguais, responsáveis uns pelos outros, e quando alguém soltava uma ponta do barbante, a teia se tornava fraca. O significado disso, todos devem conhecer. Quando vivemos de mão dadas, suportando um ao outro, somos fortes, temos a mesma força e capacidade.

Mas, por que falar disso agora, e o que isso tem a ver com a igualdade do homem e da mulher? Se voltamos ao exemplo da teia, cada um que segurava uma ponta do barbante, independentemente de seu gênero, era responsável pela sua parte e sustentação da teia. Só isso. Não interessava se era homem ou mulher. Mas, ainda encontramos nos ensinamentos de algumas religiões, que Deus disse que a mulher deveria ser submissa ao homem, e para corroborar esse argumento o exemplo bíblico de Adão e Eva, sendo o mito de que a mulher foi feita para ser a companheira do homem. Vejam: Deus criou suas leis e elas são inabaláveis. Roubo, homicídio e tantos outros conceitos são tidos como universalmente errados, creio que as leis e Deus, se mostram atemporais e universais, e podemos vê-las nesses exemplos compartilhados, creio, por todas as culturas. Então, por que, conceitos como o “lugar” da mulher se mostram tão radicalmente variáveis no tempo e no espaço?

A ciência nos mostra não haver diferença alguma entre as capacidades masculinas e femininas. Apesar da diferença de nossos corpos, nossos cérebros são idênticos. Qual a causa, a não ser o machismo, impregnado no homem desde os primórdios da humanidade e ratificado por interpretações Bíblicas, por ocasião das várias traduções, também feitas por homens que relegaram nós mulheres a um lugar inferior? Não precisamos de nenhuma grande descoberta científica para contestar o argumento bíblico de que a mulher foi criada a partir de um homem, basta apenas observarmos que todos os seres humanos neste planeta foram gerados por mulheres. Indo um pouco além na argumentação, já há algum tempo sabemos que nos primeiros estágios da gestação os fetos possuem características femininas, sendo apenas com o avanço da gestação que o corpo masculino toma suas formas distintas, o que explica, por exemplo, por que homens têm mamilos.

A este tema, não poderei trazer sem a contribuição de Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, Livro III – Capítulo IX, onde é tratada a Lei de Igualdade. Na questão 817 –Kardec pergunta aos Mentores: O Homem e a mulher são iguais perante Deus e têm os mesmos direitos?

Como resposta, Kardec recebeu: “Deus não deu a ambos o conhecimento do bem e do mal e faculdade de progredir? ”
Continuando as indagações sobre a mulher, Kardec pergunta: (Q.818) De onde procede a inferioridade moral da mulher em certos países? (Lembrando que este livro foi compilado e publicado no ano de 1857).

Resposta: “Do domínio injusto e cruel que o homem assumiu sobre ela. É resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. Entre homens moralmente pouco adiantados a força faz o direito.

Mas, não se encerra por aí a preocupação de Kardec, com as mulheres. Ele ainda pergunta: “Com que objetivo a mulher, do ponto de vista físico, é mais fraca que o homem? A resposta é que “para lhe determinar funções especiais. Cabe ao homem, por ser mais forte, os trabalhos mais rudes, à mulher, os trabalhos leves; e ambos o dever de se ajudarem mutuamente a suportar as provas de uma vida cheia de amargor”.

Vejo, nesta colocação dos Amigos Espirituais, uma sutileza que talvez esteja sendo compreendida apenas agora. Homens e mulheres são, sim, diferentes. Mas a diferença se dá apenas no plano físico. Intelectual e moralmente somos todos iguais.

Entretanto, o capítulo que se dedica às igualdades e a preocupação dos esclarecimentos com a mulher, não acaba aí. Kardec, ainda pergunta: “A fraqueza física da mulher não coloca naturalmente sob a dependência do homem? ” Vejam a resposta; “Deus deu a uns a força para protegerem o fraco e não para o escravizarem. E continua – Deus apropriou o organismo de cada ser às funções que lhe cumpre desempenhar. Se deu à mulher menor força física, deu-lhe ao mesmo empo maior sensibilidade apropriada à delicadeza das funções maternais e à fragilidade dos seres confiados aos seus cuidados. É indagado, ainda, se “As funções a que a mulher é destinada pela Natureza terão importância tão grande quanto as conferidas ao homem? ” Eles respondem: Sim, e até maiores. É ela quem lhe dá as primeira noções de vida”.

Percebe-se assim, dado o devido respeito ao tempo em que a obra foi publicada e ao entendimento daqueles a que se dirigiam os Amigos Espirituais, que a preocupação com a mulher, quando nas perguntas seguintes, ele se refere a Lei de Deus quanto a igualdade do homem e da mulher, e os mentores lembram a Kardec que “O primeiro princípio de justiça, é esse: Não façais aos outros o que não gostaríeis que vos fizessem. Ou seja, a essa Lei está submetida toda humanidade, não importa o gênero. E, ainda, uma das perguntas não mais importantes, mas que ao meu entender é atemporal. Kardec ainda procura dirimir qualquer dúvida sobre os direitos da mulher quando pergunta: “Sendo assim, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher? “

Concluindo, peço licença para reproduzir essa resposta que é suficiente para que tenhamos a certeza do direito que temos, não só diante da lei dos homens, mas também, da Lei de Deus, e qualquer coisa dita ao contrário, não passa de manipulação e busca de um falso poder.

“De direito, sim; de funções não. É preciso que cada um tenha um lugar determinado; que o homem se ocupe do exterior e a mulher do interior, cada um de acordo com sua aptidão. A lei humana, para ser justa deve consagrar a igualdade dos direitos do homem e da mulher. Qualquer privilegio concedido a um a outro é contrário à justiça. A emancipação da mulher acompanha o progresso da civilização; sua escravização marcha com a barbárie. Além disso, os sexos só existem na organização física. Já que os Espíritos podem encarnar num e noutro, sob esse aspecto não há nenhuma diferença entre eles devendo, por conseguinte, gozar dos mesmos direitos.

Mesmo considerando desnecessário essa explicação, me atrevo a lembrar que quando a Espiritualidade Amiga, fala do interior na mulher, fala da delicadeza, da sensibilidade e de um sentimento que só nós temos. É no osso interior que geramos um filho, nossas forças e energias, que não podem ser entendidas, nos diferenciam neste interior, voltado à produção da vida.

Quanto ao exterior do homem, muita coisa pode ser entendida, principalmente à sua força física e sua capacidade bruta de mudar o seu meio, mas a energia da vida, que acontece no útero, só a mulher poderá sentir. Não quer dizer com isso que sejamos diferentes, apenas capacidades distintas no plano físico dadas pela Mãe Natureza.

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