Calcula-se que quase um terço dos vegetais mais consumidos pelos brasileiros há excesso de agrotóxicos ou agrotóxicos não autorizados para aquela cultura, que pode representar um risco enorme à saúde dos consumidores.
Numa pesquisa realizada em 2011, em cerca de 92% das amostras de pimentão, foram encontradas irregularidades. O morango teve 63% de amostras irregulares; o pepino, 57%; a alface, 54%; e quase 50% das amostras de cenoura tinham agrotóxicos acima do permitido ou não autorizados. O tomate, que já esteve no topo do ranking, apresentou menos contaminação, 16%. E uma boa notícia: na batata, nenhum problema foi encontrado entre as amostras examinadas.
Veja baixo a quantidade em porcentagem que cada alimento continha de contaminação.
Embora seja uma pesquisa antiga, esses números não estão diferentes dos atuais. Isso porque, além do Brasil, desde 2008, ser o campeão mundial no consumo de agrotóxicos, periodicamente vários agrotóxicos novos são liberados para a comercialização e uso. Calcula-se que cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano.
O mau uso dos agrotóxicos além de intoxicar pode levar ao óbito. O principal motivo de contaminação, seja no meio ambiente, nos trabalhadores rurais ou nas demais pessoas e seres vivos, tem sido o uso desordenado e abusivo desses produtos, sem a obtenção de certeza científica sobre existência de impactos.
Comprovadamente, além do linfoma de Hodgkin, os agrotóxicos também podem causar problemas neurológicos, dificuldades respiratórias, irritações na pele, manifestações gastrointestinais, alterações no sistema reprodutor masculino e feminino, além de cânceres como no cérebro, mama, esôfago, de pele e sistemas digestivo e de reprodução.
Além de causar doenças nos seres humanos, as abelhas são sensíveis aos agrotóxicos à base dos ingredientes ativos Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, podendo seu uso descriminado pode dizimar colônias inteiras, alterando a capacidade de polinização, inclusive de culturas do agronegócio.
Para se ter uma ideia da importância dos polinizadores, estudo realizado por cientistas do Institut Scientifique de Recherche Agronomique (INRA), do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e da Helmholtz Association of German Research Centres (UFZ), estimou que o valor econômico global dos serviços de polinização, realizado pelos insetos, principalmente abelhas, foi, em 2005, da ordem de R$ 395 bilhões (153 bilhões de euros).
Para terem uma vida mais saudáveis, as pessoas devem procurar consumir alimentos orgânicos na qual a produção respeita o meio ambiente, porque não utilizam agrotóxicos sintéticos, transgênicos ou fertilizantes químicos e assim não causam nenhum dano à saúde, além de serem alimentos mais saborosos e nutritivos.
Assista ao vídeo abaixo, que trás um alerta sobre a situação do uso de agrotóxicos no Brasil.
