Reza o texto bíblico que, o nascimento de João Batista antecedeu em pouco tempo ao nascimento do Cristo. Isabel que foi a mãe de João, tinha como esposo Zacarias, era parenta de Maria que tinha por esposo um carpinteiro de nome José, todos da cidadezinha de Nazaré, na Palestina. A narrativa do nascimento de João Batista está registrada no Novo Testamento, no livro de Lucas cap 1 vers. 1 – 25, de onde extrairemos alguns trechos:
8 Certa vez, estando de serviço o seu grupo, Zacarias estava servindo como sacerdote diante de Deus. 9 Ele foi escolhido por sorteio, de acordo com o costume do sacerdócio, para entrar no santuário do Senhor e oferecer incenso. 10 Chegando a hora de oferecer incenso, o povo todo estava orando do lado de fora.
Mutatis mutandis, 2023 anos depois a história se repete, não na cidadezinha de Nazaré na palestina, mas num país muito jovem chamado Brasil situado a alguns meridianos a oeste.
O anunciante e o anunciado não são mais os mesmos e o anuncio atual não tem o mesmo conteúdo, mas que guarda similaridade com o fato pretérito, isso guarda! Karl Marx nos ensinava que: “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa.”
Zacarias, o pai de João Batista, “servia como sacerdote diante de Deus e foi escolhido por sorteio para entrar no santuário do senhor e oferecer incenso, quando foi abordado por um arcanjo dizendo que ele iria ser pai e que ao filho deveria dar o nome de João”.
A gestação do Batista foi singular pelo fato de tanto Izabel como Zacarias já estarem fora do processo reprodutivo por força da idade avançada, entrando a gravidez de Isabel, para a conta dos milagres bíblicos, nos mesmos moldes que acontecera a Abraão e Sara, com registro no livro do Gênesis..
A emoção de Zacarias foi tamanha que lhe deixou mudo, não se sabe se por recomendação do anjo, por emoção ou por conveniência, me parecendo a última hipótese a mais plausível, pois curiosos e fofoqueiros sempre existiram.
Aqui na província d´além mar os propósitos e os nomes não são os mesmos do marco zero da era cristã, mas guardam uma certa semelhança entre si.
Em primeiro lugar, a figura do Anjo anunciante foi incorporada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal – STF Ricardo Lewandowski e se revelou através de um Habeas Corpus preventivo, com um anuncio escrito assegurado em despacho, beneficiando o ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello, assegurando – lhe “o direito ao silêncio, ou seja, não responder a perguntas que possam por qualquer forma, incriminá-lo, sendo-lhe, contudo, vedado faltar com a verdade reativamente a todos os demais questionamentos não abrigados nesta cláusula;”
Vocês entenderam? Muito menos eu!
No entanto, como nem rábula eu sou, com certeza serei perdoado ao me agarrar com a minha sagrada ignorância, para manifestar a minha estranheza e recorrer ao exercício do direito à dúvida, por não compreender como é que alguém indiciado em ilícito e que é intimado pela justiça a depor, recebe da própria justiça a permissão ao silêncio?
O ministro Lewandowski superou em eficiência o Anjo Gabriel, o qual apenas recomendou silêncio a Zacarias. Lewandowski foi além e concedeu a Pazuello o direito de “ficar mudo”, com amparo legal em um depoimento em que foi intimado para falar. A tão esperada audiência finalmente ocorreu no dia 19/05/2021 e, em que pese toda blindagem oferecida ao depoente, no caso o ex ministro Pazuello, os senadores mais comprometidos com o povo, cumprindo com o seu dever constitucional conseguiram encurralar o depoente privilegiado e extrair da sua fala, algumas contradições e omissões:
A primeira delas foi a negativa de Pazuello em confirmar a veracidade da ordem dada pelo presidente Bolsonaro no sentido de não adquirir a vacina CoronaVac fabricada pelo Instituto Butantã, mesmo havendo registro de postagens e declarações do presidente da república desautorizando a compra. Ainda juntaram ao feito, a frase atribuída a Pazuello: “um manda e o outro obedece” em vídeo divulgado por Bolsonaro, enaltecendo à obediência e submissão do seu então então ministro da saúde.
Enquadrar num artigo todas as contradições do depoente, seria muito maçante, mas vale a pena ver a opinião do senador Randolfe Rodrigues no processo, quando ele fala de acareações: “se formos intimar testemunhas para fazer acareações e constatar todas as contradições de Pazuello, essas medidas ocuparão toda a agenda. Teríamos de acarear com a Pfizer, com o Butantan, com o secretário de Saúde do Amazonas. Se for acarear com todos, acabava a CPI só com acareações”, afirmou ele.
O que deduzimos é que a própria necessidade de algumas acareações inerentes ao inquérito investigativo, poderão revelar alguns indícios que conduza à comprovação material do ilícito.
O senador pelo Amapá Randolfe Rodrigues já citado, é vice-presidente da CPI e apontou já no primeiro dia de depoimentos, algumas contradições que iremos pontuar a seguir:
“O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou nesta quarta-feira (19), em entrevista à imprensa, que o depoimento do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi sofrível e teve contradições flagrantes. Entre as falas de Pazuello, ele destacou a negação do ministro de que teria ignorado ofertas da Pfizer e a defesa do militar sobre sua atuação no colapso do sistema de saúde em Manaus. O senhor Pazuello, embora tenha negado o que foi dito aqui pelo CEO da Pfizer, não trouxe documento nenhum. Então já tem elemento para o juízo de valor da parte do relator sobre isso”
“A questão do Amazonas, aí sim, me parece que tem uma contradição clara. Uma contradita clara entre o que alega o estado do Amazonas e o que diz Pazuello”, completou, defendendo que a CPI ainda pode promover outras acareações entre o ex-ministro e as autoridades citadas em seu depoimento.
“Sobre a crise de oxigênio no estado do Amazonas, Pazuello disse que a falta dos cilindros ocorreu entre 13 e 15 de janeiro. Ele foi rebatido pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), que disse ter outra informação. “Faltou [oxigênio por] mais de 20 dias, é só ver o número de mortos.”
A CPI a rigor, é uma ópera que está apenas começando, mas não sabemos que rumo tomará, onde irá parar e em quem vai chegar. Pazuello, ferindo o Regime Disciplinar do Exército-RDE, anda promovendo comícios e andando em garupa de motos sem capacete, em companhia do Presidente, para tirar a atenção do povo e tentar esvaziar a CPI.
Essa é a angustia que aflige e enerva o presidente da república e toda seu entourage do Palácio do Planalto além de uma parte do congresso acumpliciada. O presidente Jair Bolsonaro e os seus filhos que são ministros sem pasta, estão em frenética articulação, respaldados ao que se comenta, por um orçamento paralelo de R$ 200 bilhões de reais “para pacificar parlamentares aliados, mas convenientemente arredios”. Para tanto estão movendo céus e terra para que a CPI não corra o risco de arrasta-los para a liça. Aguardemos, Mistééééério!
Consulta: Lucascap.1.vers.1-25;
Fotografias: www.jw.org;
www.cartacapital.com.br;
blogdoedsonsilva.com.br;
pt.wilkpedia.org;
www.nsctotal.com.br;
A METÁFORA é interessante. E vou acrescentar o seguinte; enquanto Zacarias preconiza a verdade rompendo o seu silêncio para dar nome ao seu filho João, O BATISTA o maior de todos os PROFETAS, pregoeiro da JUSTIÇA e da VERDADE ao extremo de ser MARTIRIZADO, Pazuello rompeu o silencio para defender vergonhosamente o maior PREGOEIRO DA MORTE e do descaso, que com seu comportamento sórdido,seu péssimo exemplos, suas palavras acres e gracejos inconvenientes ja vitimou mais de 445.000 brasileiros podendo ser reconhecido como o GENOCIDA DO SÉCULO. Pazuello caso não volte atrás será mais um dos TRAIDORES da nossa historia