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Perestroika e Glasnost

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Outsider é uma palavra inglesa que por definição significa: “aquele que se desvia do caminho usual e diverge do caminho majoritário” e a isso nós acrescentamos,  perde  o caminho, o rumo, a senda da sua classe!

Para os que gostam de cinema o filme Outsider, segundo os diretores, ”é  inspirado em fatos reais e conta a história do trade (comerciante) que quase quebrou o banco francês Societê Générale.

“A trama do longa metragem francês, conta a história real do operador Jerôme  Kerviel,  um francês de origem humilde, que conseguiu emprego em um dos maiores bancos do mundo e conquistou um lugar na mesa de operações da instituição no inicio do ano 2000.”

Trabalhando na mesa de contratos futuros  do Société Générale, Jerôme conseguiu gerar milhões de euros  ao banco, e tornou-se um respeitado trade de ações”

Essa curta narrativa, teve como único propósito, propiciar o entendimento do real  papel do outsider, para nos tirar  do campo da ficção  e  chegarmos  ao que queremos mostrar nesse artigo com o auxilio dessa metáfora.

Deu para perceber que o outsider existe no meio econômico sim, mas ele existe também e principalmente, na vida política e disso cuidaremos a partir daqui.

Em nível internacional a maior demonstração de outsider político foi dupla  e teve dois  protagonistas famosos como exemplo. O primeiro deles, um russo de nome Mikhail Gorbatchev, membro do Comitê Central do Partido comunista da URSS, que se apresentou ao mundo com as bandeiras simpáticas da Glasnost (transparência) e da Perestroica (reestruturação) que a rigor era uma Social Democracia maquiada e na verdade  resultou no fim da poderosa União Soviética, objetivo colimado  de todas as forças conservadoras  aliadas aos Estados Unidos.  Gorbachev foi o instrumento pinçado dentro do Kremlin e usado por uma poderosa coalizão de forças de direita, representando interesses maiores na geopolítica internacional e interessados na débâcle da União Soviético-URSS, um empecilho remanescente  ao fim da II Guerra Mundial que  se estendeu por todo período da guerra fria.

A URSS foi vencedora da II guerra mundial que livrou a humanidade do nazismo e libertou principalmente os países do leste europeu, todos eles invadidos pelas forças alemãs. Para tanto contou com a coragem a a determinação dos nacionalistas desses países, que se somaram  ao glorioso exercito vermelho e viraram o rumo da guerra em favor da liberdade dos povos.

Detentora de uma máquina de guerra poderosa,  a URSS fazia contraponto aos USA e  era  como já dissemos, em tempos de guerra  fria,  um empecilho à expansão econômica e política dos Estados Unidos.  

A URSS por todos os motivos  precisava ser  detida,  enfraquecida e desmontada e, Gorbatchev  foi  o instrumento usado como outsider político  e isso a história se encarregou de mostrar a posteriori.

 Lech  Walesa  e Karol  Wojtyla

A Polônia país europeu  que geograficamente sempre foi  um corredor que interliga o ocidente e oriente  europeus  e por onde podem circular vários tipos de mercadoria, inclusive petróleo sempre despertou interesse geopolítico. Era o país  que mais  interessava  à coalizão e de onde foi pinçado  o segundo outsider., um polonês presidente do Sindicato dos Portuários de Gdansk na Polônia, de nome Lec Walesa, recebeu as bençãos do Papa João Paulo II, tambem polonês, surgiu aos olhos do mundo exibindo uma proposta simpática de ampliação de liberdades, oferecendo o capitalismo como prêmio, sendo por isso o instrumento usado contra o governo da Polônia. 

A particularidade é que os fatos se desenrolaram durante o papado de João Paulo II, a quem é atribuída toda articulação para o desmonte político do leste europeu, o que acabou ocorrendo. 

Hoje em dia, Gorbatchev   é condenado por 58% dos soviéticos e o mais curioso é que a maioria é composta de jovens que não vivenciaram a URSS, numa prova de que pela  a opinião de 58% da Rússia de hoje, não  absolverá Gorbatchev.

           

Walesa foi menos discreto, ou mais acintoso como queiram e, chegou a declarar alto e bom som: “derrubei o sistema, agora é com vocês.” Essa comprometedora declaração por si só, permite ler nas entrelinhas o real papel que o seu conterrâneo Karol Woitjilla havia lhe atribuído na conspiração.

Wojtyla, o papa João Paulo II, era um expoente da ala ultraconservadora da igreja católica e fazia parte da coalizão de interesses de que já falamos.  Emprestou à causa   conspiratória  o prestigio da igreja  católica e  como polonês, escolheu a dedo Lec Walesa e o projetou mundialmente com a simpática bandeira da solidariedade que camuflava muito bem a conspiração.

                                                         Bandeira usada por Walesa na sua missão

Eu vi muita gente boa e  até de partidos ditos de esquerda, fazendo a louvação a Lec Walesa, vestindo  camisetas com esta bandeira, sem uma avaliação mais profunda  da estratégia,  sem interpretar os fatos correntes e sem fazer a leitura política nas entrelinhas daquilo  que era divulgado pelo grupo de coalisão a que já me referi.

Como “recompensa” Walesa recebeu um efêmero premio que foi, mesmo  sem densidade eleitoral  o fato de vencer nas urnas  as eleições para um novo governo polonês de viés conservador. Assumiu  um mandato  que durou  apenas quatro anos e não mais se reelegeu para nada, sendo jogado na vala comum reservada aos oportunistas e hoje amarga o  ostracismo precoce que a história lhe reservou.  

O fracasso pessoal de Lec Walesa,  mostra uma realidade reveladora:  O  populista  pode ate dar  o diagnóstico correto,  mas quase nunca dá a solução adequada do ponto de vista  político/econômico/social.

 O prêmio de ambos foi, mesmo “vitoriosos” nas urnas, assumir os respectivos governos de forma simbólica,  até porque o poder real  já estava em outras mãos e  no caso de Walesa isso  ficou comprovado nas eleições do ano 2000, a sua última tentativa de voltar à presidência, obtendo apenas 1% dos votos, abandonado por todos os seus “beneméritos”, já que  havia cumprido sua parte e por ela  recebido o pagamento. Era o bagaço imprestável da laranja.

Hoje em dia, vive anonimamente em Gdansk  se queixando do modelo de governo implantado a partir de então,  governo que  ajudou a montar,  cumprindo o destino histórico geralmente reservado aos ousiders e oportunistas,  o ostracismo.

Voltemos a Mikhail Gorbachev, “o coveiro soviético” que  recentemente fez 90 anos de idade e vive o ostracismo dos outsiders, fracassado como governante e como líder  político. Para maiores detalhes sugerimos o artigo de André Cintra publicado em 04/03/2021 no endereço  vermelho.org.br 

O Fato é que hoje em dia, 58% dos russos dizem que Gorbachev “desempenhou um papel negativo na história,” vivendo hoje no anonimato.

Citamos dois exemplos de maior repercussão mundial,  sem entrar no cenário nacional prenhe de casos de outsiders oportunistas, na sua grande maioria, posteriormente fracassados e relegados. 

Os ousiders políticos do Brasil, incorporam às suas ações um  tempero  de oportunismo que vez por outra lhes rende  uma sobrevida mediana, para depois invariavelmente  sucumbirem.

Os exemplos mais marcantes tiveram início com o Cacique Juruna e Aguinaldo Timóteo, prosseguindo com Tiririca,  Sergio Reis, Celso Russomano, Luciano Huck, Kim Kataguire  entre outros.

Na Paraíba tivemos os nossos “expoentes.” Desde Leonel Medeiros de Campina Grande, (Bolo Crú) e Juracy Palhano. A Parahyba , mais fértil, nos legou: Enock Pelágio, Pedro do Caminhão, Toinho do Sopão, Santino,  Nilvan Ferreira, Walber Wirgulino, Julian Lemos, Cabo Gilberto e Gobira,  lá na  culta e querida  Cajazeiras, terra que ensinou a Paraiba a ler.

Com a sedução exercida pelo glamour, existem por aí algumas “promessas,” de outsiders (ou seriam ameaças,?)  com o pé no estribo para montar no alazão da aventura e disputar espaço na política, para viver poucos anos de glória.

Consulta:vermelho.org.br;www.dw.com;noticias.r7.com;

Fotografias: snpcultura.org; pt.wikipedia.org;

Istockphoto.com;revivendoviagem.com

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5 COMENTÁRIOS

  1. Excelente aula de história, que "troca em miudos" fatos que contribuiram para elevar cada vez mais o patamar a supremacia dos Estados Unidos que tanto tanto tem massacrado os paises da Amerca Latina o Brasil, portanto
    Também nos alerta para indentificar os nosso OUTSIDERS. Aqui no Ceara temos muito

  2. Sempre com uma abordagem suave e impactante. Nos leva a desbravar e passar fronteiras. Obrigada pelos aprendizados diários. Quando não acordo e leio uma coisa é certa, não vou dormir sem passar por aqui.

  3. Ao tempo em que agradecemos os generosos comentários dos leitores, reafirmamos o nosso compromisso com a fidelidade da notícia e a independência da linha editorial do sítio.
    O nosso salário moral será o entendimento e a satisfação dos leitores e dos internautas. Apelante!

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