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Apertem o cinto que o piloto sumiu

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Pela ótica dos economistas, notadamente aqueles mais acreditados e menos comprometidos, o Brasil vive um aumento rápido de preços dos alimentos, fato que não ocorria há 18 anos, ou seja, desde 2003.

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Pela  a opinião de Alexander Bush, “O país caminha para o pior de todos os mundos, estagnação econômica e inflação em alta, uma combinação que vai acelerar o processo de empobrecimento dos brasileiros.”

Não sendo economista por formação, creio que serei perdoado e posso me abraçar com a minha ignorância para levantar aquilo que os articulistas especializados às vezes não fazem por excesso de cautela, ou por otras cositas mas.

Às vezes é preciso fazer uso da lógica para desvendar certos “mistérios” e por isso convidamos vocês para nos ajudar nesse mister.

A minha pouca intimidade com as ciências econômicas me faculta pelo menos entender as intervenções feitas  na macro economia, e  ter condições de interpretá–las à luz da lógica, tudo isso para  nos defendermos da empáfia  do economês. 

Temos vários amigos que são respeitáveis  economistas, dentre os quais alguns deles são técnicos do DIEESE, instituição de alta e inquestionável credibilidade  e  da qual fiz parte,  compondo a diretoria nacional sindical por mais de oito anos.

Recentemente o  Comitê de Política Monetária – COPOM, órgão do Banco Central – BACEN, aumentou inesperadamente a taxa básica de juros, num índice (Selic) surpreendente de  0,75%, passando a valer 2,75% ao ano, o primeiro aumento há quase seis anos, com a sinalização de que outros aumentos poderão vir, com o fito de conter a inflação e é aqui que começam as contradições e os nossos questionamentos.

Se o leitor perguntar a qualquer estudante de economia a forma adequada  de conter a inflação ele responderá na ponta da língua: “aumentando a taxa de juros!”. Isso é verdade? Para mim é uma meia verdade, e uma meia verdade é mentira.

           
                                                           
Basta olhar para a figura das duas  pizzas  para perceber o proselitismo dos intelectuais orgânicos do establishment.

O trabalho formal no setor público, somado ao trabalho formal no setor privado, representa 43,8% da força de trabalho. Por sua vez a informalidade, o desemprego e o subemprego representam o restante, ou seja, 61,6%, aqui incluídos  pobres e o miseráveis.

Se nos voltarmos para o lado do crescimento econômico iremos constatar  uma enorme recessão que diga-se de passagem, antecede  à  crise sanitária  que atravessamos e que se arrasta desde 2015. 

A dura carta aberta dos banqueiros e economistas, publicada no dia  22/03/2021, enfatiza com veemência as fragilidades econômicas do governo Bolsonaro, sendo pela ideologia dos signatários,  mais parecida com um freio de arrumação, ou seja, uma reprimenda: diz a carta no trecho inicial:

“Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas”, afirmam mais de 200 economistas, banqueiros, empresários e ex-autoridades do setor público.

E prossegue na análise macroeconômica:

“A situação econômica e social é desoladora. O PIB encolheu 4,1% em 2020 e provavelmente observaremos uma contração no nível de atividade no primeiro trimestre deste ano. A taxa de desemprego, por volta de 14%, é a mais elevada da série histórica e subestima o aumento do desemprego pois, a pandemia fez com que muitos trabalhadores deixassem de procurar emprego, levando a uma queda da força de trabalho entre fevereiro e dezembro de 5,5 milhões de pessoas.”

As opiniões expressas nos dois parágrafos anteriores nos são suficientes para o que pretendemos mostrar, começando pelas leis físicas e as leis econômicas.

Adam Smith, um economista britânico nascido na Escócia em 1723 e que falecido em 1790, 28 anos antes do nascimento de Karl Marx, é  considerado o pai da economia liberal. Foi responsável pela descoberta de um fantasma que é  a tal  “mão invisível do mercado,” a qual  opera “o milagre” do equilíbrio da chamada lei oferta e da procura, que todo estagiário de graduação em economia tem na ponta da língua, muitos deles como dogma de fé.

O aumento na taxa de juros em 0,75% surpreendeu ate os economistas ortodoxos que, como todos nós, estão assistindo o desempenho nulo da economia que apresenta crescimento negativo.

Com apenas 43,8 % da força de trabalho com emprego formal, mesmo assim com limitadas condições de acumular poupança para consumir, de que explosão de consumo falam? Seriam os produtos alimentares da cesta básica? esses para uma parcela significativa da população, representa a ração de subsistência.

Se o aumento dos juros estipulados em 0,75% foi de fato para conter o consumo e segurar a inflação, eu me abraço com a minha santa ignorância para perguntar curioso: 

De qual  consumo vocês falam cara pálida? Esqueceram que 61,6% da força de trabalho está no desemprego e no subemprego? O que escondem com esse aumento que vai inflar ainda mais a divida pública?  ele ira  exigir mais recursos orçamentários para pagar juros à banca internacional que já consome mais de 38% do orçamento, segundo a execução orçamentária de 2019, enquanto que para a saúde, com ou sem pandemia, foi destinado apenas 4,21%?

Quem tomou conhecimento prévio desse aumento? Será que o sigilo foi mantido? Miiiistériiiio! 

Sendo assim, sinceramente nós não enxergamos nenhuma necessidade desse aumento na taxa de juros   que consideramos anódino.

Vejamos algumas taxas de juros praticadas no mundo:

No ranking mundial entre países parecidos, o Brasil  é campeão de juros reais ao ano e mesmo assim a inflação cresce inversamente proporcional ao crescimento, naquilo que os economistas chamam de estagflação. 

Se a compra for com o cartão de crédito veja o histograma acima!

Falar em contenção de juros, nessas condições, com a justificativa de conter a inflação pela via do consumo é no mínimo cinismo.  As leis econômicas que dizem regular o mercado, muitas vezes precisam da intervenção do estado para que a tal “mão invisível do mercado” funcione. 

O capitalismo é um modelo econômico considerado ideal, mas tem um “pequeno probleminha”, a abundancia gera crise. Dá para entender isso? Já vimos produtores derramar leite na via pública para torna-lo escasso e forçar o preço; já vimos cebola ser jogada nas águas do Rio São Francisco para diminuir os estoques e forçar o preço. Que lei é essa?  Eu conheço uma lei que afirma e prova que, se alguém se atirar do alto de um edifício em queda livre, não há como impedir o impacto fatal no solo.

O desmonte do estado seria o grande fator de desmonte da economia, mas isso é tema para outro artigo.

Consultas:noticiasuol.com.br;censo2021.ibge.gov.br;

Fotografias: universidadeaesquerda.com.br;

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5 COMENTÁRIOS

  1. Amigo Ronilton, antes de mais nada o nosso agradecimento peloteou comentário e dizer que toda e qualquer mudança que se opere no país, em qualquer país sempre vai depender da vontade soberana do povo.
    A nos compete educar as massas para s vitória final..

  2. Boa reflexão. Na verdade o BC não tem como segurar a inflação apenas com aumento do juros. O problema está no lado fiscal, a conta não fecha dizem eles. Mas na verdade, eles estão estrangulado a galinha dos ovos de ouro (a economia real). É consenso que esse governo está perdido, o mistério é o porquê ainda não tiramos esse "desgoverno.

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