Por João Vicente Machado
O natal juntamente com o ano novo, forma uma operação casada que via de regra, só termina com a folia de Reis do dia 06 de janeiro. Todavia, esse aspecto não pode confinar o nosso pensamento, aprisionando as nossas ideias, até porque é no decorrer do ano que a economia se movimenta, ou não, nos proporcionando em termos materiais a satisfação das nossas necessidades e nos dando o suporte necessário para a nossa sobrevivência.
Pensando nisso, estamos fazendo um apanhado de opiniões de especialistas, principalmente na esfera econômica, ouvindo e lendo os expoentes do pensamento das duas vertentes, para nos condicionarmos a fazer juízo de valor sobre o ano de 2021 que se aproxima. Todos sabem que temos, como todos têm, um posicionamento econômico definido que nunca escondemos, ou seja temos lado. Contudo não seria honesto de minha parte, transformar as minhas convicções em dogma de fé. Isso responde pelo nome de manipulação e o respeito que temos para com o ser humano jamais nos permitiria manipular alguém.
Pensando nisso, é que antes mesmo de ler o pensamento de Karl Marx, fomos ler o pensamento de Adam Smith e David Ricardo, que viveram mais ou menos 90 anos antes de Marx. Delfim Neto X Celso Furtado; Marcio Pochmann X Rodrigo Constantino; Luis Gonzaga Belluzzo X Merval Moreira.; Gramsci X Fukuiama.
Se a lira não nos for canhestra, vamos tentar decifrar 2021, com a certeza que as coisas não vão acontecer por decreto e, ao invés de desejar feliz ano novo convido a todos os “descamisados” como bradava Evita Peron, para juntos construirmos o novo ano à nossa maneira.
Não esperemos que a classe dominante construa um ano pela cartilha da exploração e sacuda no nosso colo.
“ Vamos fazer tudo quanto for possível e o impossível o povo nos ajudará a fazer”
Miguel Arraes.