Por João Vicente Machado
A imprensa noticia o nono aumento em 2020 do Gás Liquefeito de Petróleo- GLP, ou gás de cozinha como queiram. Como ainda estamos no dia 30/12 e o ano não findou, ainda há espaço para mais um aumentozinho, quem sabe?
A referência aos combustíveis fósseis nos traz à mente a PETROBRAS, que vem sendo objeto de desmonte por parte do governo pós golpe parlamentar. O processo teve inicio com Fernando Henrique Cardoso-FHC que numa adesão incondicional aos ditames do Consenso de Washington, gestado nos escaninhos da Escola de Chicago, de onde era anunciado ao mundo os princípios econômicos de Francis Fukuyama e Friedrich Hayek, que apregoavam o fim da história, a derrota final do socialismo e a vitória triunfal do neoliberalismo.
A Petrobras foi criada por Getúlio Vargas em 1953 e em 1960/1970, o Brasil que resolvera incentivar o transporte terrestre como novo modal de transportes, como produzia pouco óleo bruto, na chegada das montadoras de veículos automotores no governo Juscelino Kubitschek-JK, foi obrigado a importar combustíveis para atender a demanda interna.
Daí em diante a prospecção cresceu exponencialmente, estendendo-se para a plataforma submarina, onde a Petrobrás desenvolveu tecnologia de ponta em águas profundas, ampliou sua frota marítima perseguindo até alcançar a tão sonhada autossuficiência que chegaria com o Pré Sal.
Simultaneamente as forças antinacionais operavam nas sombras, para desmontar não somente os ativos físicos da Petrobrás, como também o seu precioso e capacitado capital humano, sem similar no mundo da prospecção e do refino de petróleo.
No governo de Fernando Henrique Cardoso com a conivência e a cumplicidade do Congresso Nacional, foi promulgada a chamada Lei do Petróleo de n° 9478/97 de 06/08/1997 que, além de flexibilizar a política para o petróleo, criou o Conselho Nacional do Petróleo- CNP e a Agencia Nacional do Petróleo ANP que passariam a partir de então, a dar as cartas na prospecção e refino do petróleo.
A partir de então foi quebrado o monopólio estatal e o capital internacional passou a transitar celeremente e o fato é que, enquanto os países produtores são vitimas de toda espécie de sabotagem para entregar seu ouro negro e o defendem se necessário no fúsil, o Brasil está acabando de entregar com as próprias mãos a nossa soberania no setor, sem dar um tiro sequer.
O establishment elegeu meia dúzia de trombadinhas da própria convivência deles e, investido no papel de paladino moral, repercutiu diuturnamente através da imprensa oficial, ilícitos que deveriam ter sido apurados, julgados e os seus autores uma vez culpados, que fossem punidos exemplarmente.
Ao invés disso, transformou-os em perigosos carrapatos para justificar à opinião pública, a necessária matança da vaca para acabar o pernicioso carrapato.
No processo criminoso de desmonte da Petrobrás e segundo palavras do presidente executivo da estatal, Roberto Castello Branco, “a Petrobrás espera concluir a venda de 08 refinarias até o final de 2021.” Naquilo que eles chamam descaradamente de “Plano de Desinvestimento”.
A estatal vai fazer um caminho completamente inverso dos países produtores, desinvestindo ao invés de investir, ou seja, vai crescer como rabo de cavalo, para baixo.
Quando o atual governo é tachado de desgoverno, os bolsominions ficam apopléticos e põem a culpa até em Tomé de Sousa pelo fracasso da aventura da eleição de um despreparado. Esse não é o governo do faz e sim o do desfaz; não é o governo do constrói e sim do destrói; não é o governo do sim, é o governo do não; não é o metro de 100cm e sim de 90cm; não é o quilo de 1000g e sim o quilo de 900g.
Você que nos lê, precisa refletir muito sobre isso e perceber que o país esta sendo transformado numa grande fazenda e que se os governantes não têm a mínima responsabilidade, o mínimo escrúpulo, nós nação, nos povo temos obrigação de nos defender.
Consulta: economia.uol.com.br
Fotografias: mundovestibular.com.br