Por: Cristina Couto
No Ceará não tem disso não:
No Ceará não tem disso não:
Tem Chico Anysio que na pele de Justo Veríssimo odiava pobre, quase morreu daquilo quando viveu Apolo, o marido de Pureza, que assombrou o Brasil quando veio do aquém do além, adonde que véve os mortos, o vampiro brasileiro, o eterno Bento Carneiro, o símbolo sexual vivido pelo apresentador e ator Alberto Roberto, o mentiroso Pantaleão, o Jovem um eterno adolescente rebelde que detestava a superproteção da sua mãe, e muitos outros personagens que satirizou a sociedade e a política brasileira com um humor sutil e inteligente.
No Ceará não tem disso não:
Tem Raquel de Queiroz, a primeira mulher brasileira a assumir uma vaga na Academia Brasileira de Letras, a primeira Secretaria de Cultura a ser criada no Brasil, antes mesmo da criação do Ministério da Cultura, a primeira Academia de Letras do Brasil, a eterna e imortal Padaria Espiritual, onde o padeiro era intelectual, o pão eram os escritos, a fornalha a data da edição e o estabelecimento era um café em plena Praça do Ferreira e no coração de Fortaleza. Tal movimento literário proporcionou a consolidação do Realismo e o nascimento do Simbolismo no Ceará.
No Ceará não tem disso não:
E se você fosse um dia ver as coisas bonitas do meu Ceará, tenho certeza que você se apaixonaria pelos mares bravios das praias de lá, onde os coqueiros têm palmas bem verdes e a jangadinha vai ao mar deslizando e trazendo saudades das terras de lá.
Quatro Ases e Um Coringa – NO CEARÁ É ASSIM – 1942. 👇
A capacidade que tem Cristina Couto de elaborar textos históricos usando um trocadilho interessante é uma característica tipicamente sui generis. Meus parabéns pelo conteúdo mas também pela beleza de narrativa .
Uma aula perfeita sobre a cultura, a história e o humorismo do Ceará. PARABÉNS!