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NO CEARÁ NÃO TEM DISSO NÃO, NO MEU CEARÁ É ASSIM:

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Por: Cristina Couto


No Ceará não tem disso não: 

No Ceará tem dunas brancas de onde eu queria ficar,  tem filho do Nordeste e cabra da peste chamado Patativa do Assaré, tem Cego Aderaldo que viveu a eterna peleja com Zé Pretinho de Tucum, tem o pavão mistério que arrastou na sua cauda aberta em leque o eterno moleque Ednardo, que se valendo do Artigo 26 cantou livremente os ideais da Revolução Francesa em plena ditadura militar, tem Fagner que só deixou o Cariri no último pau de arara, e ainda viveu o romance no deserto, tem Belchior um rapaz latino americano que sem dinheiro no banco desceu do norte e foi morar na rua, Tem Amelinha que sendo uma mulher nova, bonita e carinhosa fez o paraibano Zé Ramalho gemer sem sentir dor. 

No Ceará não tem disso não:

Tem Chico Anysio que na pele de Justo Veríssimo odiava pobre, quase morreu daquilo quando viveu Apolo, o marido de Pureza, que assombrou o Brasil quando veio do aquém do além, adonde que véve os mortos, o vampiro brasileiro, o eterno Bento Carneiro, o símbolo sexual vivido pelo apresentador e ator Alberto Roberto, o mentiroso Pantaleão, o Jovem um eterno adolescente rebelde que detestava a superproteção da sua mãe, e muitos outros personagens que satirizou a sociedade e a política brasileira com um humor sutil e inteligente.

No Ceará não tem disso não:


Tem Raquel de Queiroz, a primeira mulher brasileira a assumir uma vaga na Academia Brasileira de Letras, a primeira Secretaria de Cultura a ser criada no Brasil, antes mesmo da criação do Ministério da Cultura, a primeira Academia de Letras do Brasil, a eterna e imortal Padaria Espiritual, onde o padeiro era intelectual, o pão eram os escritos, a fornalha a data da edição e o estabelecimento era um café em plena Praça do Ferreira e no coração de Fortaleza. Tal movimento literário proporcionou a consolidação do Realismo e o nascimento do Simbolismo no Ceará.

No Ceará não tem disso não:

Tem Dragão do Mar e sua liderança no Movimento Abolicionista no Estado do Ceará, tem Pereira Filgueiras, Tristão Gonçalves e senador Alencar que lutaram e consolidaram a Independência do Brasil, tem Padre Mororó que aderiu e liderou a Confederação do Equador no Sul do Estado, tem Bárbara de Alencar a sediciosa da Revolução Pernambucana e Jovita Feitosa a combatente na Guerra do Paraguai, tem padre Cícero, Dom Helder, Antônio Conselheiro, padre Ibiapina e o beato Zé Lourenço, homens que através da fé e da esperança lideraram os menos favorecidos.

E se você fosse um dia ver as coisas bonitas do meu Ceará, tenho certeza que você se apaixonaria pelos mares bravios das praias de lá, onde os coqueiros têm palmas bem verdes e a jangadinha vai ao mar deslizando e trazendo saudades das terras de lá.

        

Quatro Ases e Um Coringa – NO CEARÁ É ASSIM – 1942. 👇

                  

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