Por: João Vicente Machado
Ontem foi o prazo final concedido pela justiça eleitoral para a realização de convenções partidárias, visando o registro oficial de candidaturas eletivas às eleições municipais de novembro próximo.
Serão eleitos em eleições majoritárias e proporcionais, prefeitos e vereadores respectivamente, que irão gerir os destinos dos municípios brasileiros, pelo período de quatro anos.
No nosso processo eleitoral, os mandatos têm duração de quatro anos e não são reversíveis como em alguns países, onde o partido pode, por decisão dos eleitores, substituir os mandatários que não tenham correspondido às suas expectativas, tanto na esfera executiva como na esfera legislativa.
No Brasil, os cargos executivos têm sido mais sedutores por ser o carro chefe da gestão, relegando sempre os vereadores a um plano secundário numa dependência espúria sem que a tão falada independência dos poderes se materialize.
O cuidado na escolha dos seus representantes cresce enormemente a cada eleição, exigindo dos os eleitores uma enorme responsabilidade, que a bem da verdade não tem sido uma prática.
Vivemos num país de desigualdades sociais profundas, onde os direitos fundamentais da população têm caráter inviolável, intemporal e universal, remontando ao século XVIII a,C e expresso no código de Hamurabi, uma obrigação do gestor que nem sempre são prestados.
A constituição federal de 1988 trouxe em seu título II, direitos e garantias fundamentais, subdivididos em cinco capítulos:
01-Direitos individuais e coletivos;
02-Direitos sociais;
03-Direitos de nacionalidade;
04-Direitos políticos;
05-Direito relacionados à existência, organização e a participação em partidos políticos, entre outros.
Sem pretender polemizar, podemos afirmar que muitos dos direitos fundamentais prescritos na nossa constituição, não são prestados, ou deixam muito a desejar.
Educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer, segurança, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados, para não citar os demais, são direitos negados ou descumpridos pela imensa maioria dos gestores.
Portanto, a escolha que se aproxima no próximo mês de novembro, pode ser efetivada se o eleitor tiver em mente o acesso a esses direitos e se tiver um olhar seletivo conferido pelo tempo.
Nessa época, as oligarquias que exploram o povo secularmente, se articulam em bloco e saem à cata de votos apostando na fragilidade social da grande massa, acenando com benefícios imediatos efêmeros de cunho financeiro, gastando uma fortuna na compra pura e simples de votos.
Nesse momento o seu voto pode valer quatro anos ou apenas um dia. Valerá quatro anos se você escolher e votar corretamente no seu candidato. e a partir daí acompanhar o destino do seu voto, cobrando sempre a responsabilidade assumida, e mensura-la através de um balanço entre as propostas e compromissos que ele acertou com você nas urnas e o que efetivamente realizou durante o mandato.
O voto valerá apenas um dia, se você trocar o seu futuro e o futuro dos seus filhos por dinheiro. Nesse momento, você além de vender a sua dignidade, estará vendendo o seu direito de cobrança, não tendo nada mais a reclamar.
Aquela falácia enganosa que todo político é igual, porque não é! A própria classe dominante, através dos grupos econômicos de sua propriedade, criam fantoches, ventríloquos, arautos, saltimbancos, mamulengos e através dos meios de comunicação, uma concessão pública conseguida com a influência que você com seu voto errado o presenteou, repercute com o auxilio das milícias virtuais e das seitas pentecostais esse conceito.
Chafurdam tanto a política, que inculcam em você a ideia que você ainda comete a ingenuidade de difundir: “odeio política”!
Você passa a odiar a política e ele, o político que meteu isso na sua cabeça, além de não odiar a política, se elege em toda eleição, se locupleta, lhe engana e segue impávido se elegendo.
Nós já temos um candidato, e você?