Por: Bodão Ferreira;
Uma narrativa
Como outras, falsa
Embala a valsa
Que é apelativa
Essa narrativa
“Nordeste de esquerda”
Abre uma vereda
De consolação
Não se engane, não
Ou só haverá perda
Os mesmos senhores
Dos escravizados
Hoje são deputados
Também senadores
Grupos opressores
Sempre no poder
Não querem perder
O lugar de coronéis
Mantém seus papéis
Para assim se manter
Mesmos sobrenomes
Vêm há tantos anos
Mantendo seu plano
Pra aumentar a fome
Porque quem não come
É fácil controlar
É assim, conservar
Os seus privilégios
E o regime régio
Se perpetuar
Por isso, falar
Em uma tribuna
Em “nordeste comuna”
É pra ludibriar
Te fazer pensar
Que algo mudou
Mas quem se atentou
Em olhar o congresso
Viu retrocesso
Que ali se firmou
Veja o legislar
Aqui do nordeste
Num instante se preste
A observar
Qual partido está
Ocupando as cadeiras
Não ouça as besteiras
Pra te coagir
E vamos destituir
As famílias herdeiras
