Por: Neves Couras;
Nossa missão com esse trabalho é trazer esclarecimentos aos mais desavisados. Compreendo que cada um está na religião, ou doutrina filosófica, que precisa estar. Temos todo respeito à diversidade religiosa e, por isso, escrevo este artigo. Sei que hoje tenho mais olhos de ver.
Os Espiritualistas e Espíritas, ao longo dos estudos que nos são oferecidos, aprendem que cuidar da mente, espírito e corpo, são necessidades prementes, considerando que iremos precisar disso mesmo a após a morte de nosso corpo físico.
Se faz necessário dizer que temos vários corpos. Na figura que está neste espaço, mostramos em parte, através das imagens apenas alguns de nossos corpos. Da direita para esquerda: Nosso corpo físico que é a matéria mais densa, nele está nossos órgãos; é, neste corpo que a medicina terrena atua; o segundo, o duplo etérico, é uma espécie de “luva” que estando entre o corpo físico e o espiritual, é tão sutil esse corpo, que espiritualmente falando, ele se esgarça como um tecido envelhecido, quando fazemos uso de drogas ou álcool. Tem a função de proteger o perispírito que é constituído de matéria mais fluídica ao qual chamamos de nossa matriz energética. Este, é um dos corpos que a medicina espiritual atua. Nele estão nossos órgãos que permanecem ao voltarmos para o mundo espiritual; e quando os órgãos estão afetados pelas doenças e/ou vícios, precisam ser recuperados; o quarto, nosso corpo mental, é o lugar que abriga nossa mente, e por último, nosso Espírito, nossa centelha divina, que comanda todos os outros. Vejam o quanto é importante o cuidado com nossos órgãos, que nossos construtores criaram uma “barra” de proteção para que estes não sejam afetados.
Ao deixarmos nosso invólucro carnal sob a Terra, seguimos com nosso corpo espiritual, pois a missão continua. Quando vivemos por aqui numa liberdade irresponsável, em geral utilizando de drogas, álcool, ou mesmo a comida ou o sexo desvairadamente, não cuidando da saúde de nosso corpo, nossos órgãos são afetados, E partindo dessa existência necessitamos de cuidados especiais.
Quando desenvolvemos um câncer, por exemplo, ele pode ter ficado no corpo que deixamos na terra, há vezes em que partimos para outra dimensão necessitando ainda de cuidados médicos. São muitas situações, mas por ora, essas informações são suficientes para mostrar a necessidade de cuidarmos de nosso corpo.
Dentre a literatura, encontramos várias orientações sobre essas questões, podemos citar o livro Nosso Lar – psicografia de Francisco Candido Xavier através do Espirito Emmanuel.
Ao chegar no mundo espiritual, como médico bem sucedido no lado de cá da vida, que aproveitara tudo que a riqueza e o poder oferecido pelo seu meio, ao se deparar com a nova realidade do mundo espiritual, André Luiz se assusta. Há um momento que ele reconhece situações diferentes que surgira diante de seus olhos, mas segundo ele, era tarde. Diz:
Pensamentos angustiosos atritavam-me o cérebro. Mal delineava projetos de solução, incidentes numerosos impediam-me a considerações estonteantes. Em momento algum, o problema religioso surgiu tão profundo a meus olhos. Os princípios puramente filosóficos, políticos e científicos, figuram sê-me agora extremamente secundários para a vida humana.
André Luiz reconhecia os erros que cometera nessa existência e sofria muito pelo tempo que perdeu. Mas o que importa em tudo isso é que em algum momento reconheçamos que é se erramos que é possível entrarmos numa rota de correção. Ele ainda fala: “Verifica-se que alguma coisa permanece acima de toda cogitação meramente intelectual. Esse algo é a fé, manifestação divina a homem. Semelhante análise surgia, contudo, tardiamente”. Percebe-se um certo arrependimento do médico por não ter dado a devida atenção aos ensinamentos filosóficos religiosos ou doutrinários.
Essas observações que os trago neste pequeno artigo, é a nossa forma de dizer que a vida após a morte não é uma história ou uma fantasia de uma doutrina filosófica ou religião, nós todos que vivemos do lado de cá da vida ainda temos tempo para mudar, para rever nosso modo de ser e viver.
A divindade é paciente e o tempo sempre será nosso aliado. Não existe limite. Mas quanto mais demorada for nossa mudança como seres humanos, mais sofreremos. As atitudes de parte da Humanidade, precisa ser mudada. Sofre a Natureza, sofrem os homens e mulheres vítimas de uma sociedade egoísta, desumana e acima de tudo egocêntrica.
O mundo está literalmente “pegando fogo”, e como diz a música de Raul Seixas, muitos estão de boca aberta cheia de dentes esperando a morte de chegar. Sem nada fazer apenas conquistando o que Raul mesmo denomina na música, “Ouro de tolo”.
Precisamos cada um de nós reconhecer que esse “ouro” não é o que precisamos conquistar nem dominar. Nossas ações não ficam impunes, e não é Deus que vai nos castigar por esse descuido com a vida, com o corpo com o Ser. No momento que estivermos a sós com nossa consciência e descobrirmos que precisamos voltar para corrigir o que fizemos. Nossa dor e lágrimas talvez sejam mais sofridas, que se acordássemos e usássemos urgentemente nosso conhecimento para mudar a nós mesmos e esse mundo caótico que estamos construindo.
Fontes consultadas: Nosso Lar -A Vida no Mundo Espiritual. Francisco Candido Xavier. Pelo Espirito André Luiz. FEB, 61. Edição- 2010.