Por: Mirtzi Lima Ribeiro;
Todo ser humano deseja intimamente ser notado por aqueles que ama e quer ter por perto. Isso é intrínseco ao ser humano desde que nasce, e se não obtiver essa atenção, cuidado, carinho e amor, morrerá ou se criará sob as sombras de patologias na personalidade, ou ainda, desencontros internos que poderão causar inúmeros dissabores e protagonizar relações tóxicas.
Sem ternura, sem o aconchego da amizade e do amor, não há significado e não há nutrição ao coração, ao emocional, à mente. O ser humano precisa disso para viver bem.
Basta ver que até mesmo pessoas na idade madura, de vida comum e que estão dentro de padrões normais, desejam ser validados, notados, amados e precisam receber doses generosas de afeto, de amor, atenção, para efetuarem ricas trocas afetivas e efetivas.
A vida só tem valor com esses elementos de interação e de intimismo.
Ao partilharmos nossas vidas, em fotos, textos, conversas, postagens, queremos ser notados e dividir nosso mundo particular com aqueles que nos são caros, queridos.
Esse desejo de ser notado, só passa a ser nocivo quando extrapola os limites da normalidade comportamental, invade o terreno pantanoso do egoísmo ou da vaidade narcisista.
Lançando fora o que seria um padrão anormal, é saudável a partilha da vida com aqueles que amamos, assim como o desejo de se mostrar e de ser percebido pelo outro.
Anomalia é a apatia, o desinteresse, e, até mesmo a aversão à felicidade ou às realizações que alguém expõe diante de amigos e conhecidos.
O desinteresse pelo outro se torna prejudicial e tóxico, porque essa pessoa não retribui em medida semelhante aquilo que recebe em mimos, carinho, cuidados e atenção.
Uma situação dessas, chega a um ponto em que as pessoas precisarão, forçosamente, fazer uma triagem, e, para se manter bem, tratar de se afastar daqueles que recebem muito e não doam absolutamente nada de si mesmo, ao outro: nem retribuem, nem se encantam com a realização e o esforço dos amigos, e, se mantêm indiferentes ao afeto que recebem.
