Por: Mirtzi Lima Ribeiro;
A lua hoje está na fase cheia, decrescendo para o período minguante. O negro céu com poucas nuvens, o ar úmido da praia nas narinas e na pele, nos convidam às reflexões e pensamentos.
Quantas pessoas sentiram esse céu, seu véu aveludado a esconder mistérios e segredos?
Ao olhar esse cenário, lembrei da trajetória humana e de como ela nos foi contada. Os livros de história clássicos nos trazem fatos unilaterais, na ótica dos povos vencedores, portanto, parciais.
Penso que essa história humana deva ser reescrita, de modo a contá-la com isenção. Não se trata de eliminar obras do passado, mas sim o fato de que elas precisam do contraponto, sem a sua exclusão. É necessário trazer uma ótica crítica que contenha as outras versões dessas histórias, especialmente, os registros dos povos vencidos e oprimidos, ausentes dos tratados clássicos que conhecemos.
A sociedade precisa tirar a venda de seus olhos e aprender a examinar tudo com imparcialidade, de modo a compreender aqueles fatos pretéritos.
Exatamente porque nos inundaram com meias verdades e até com mentiras inteiras, é que precisamos reavaliar seus registros, saber-lhes a origem e a tendência.
Por longo tempo compramos a versão do “Sonho Americano” versus a saga “comunista”. E o que, de fato representa essa dicotomia, essa versão? É preciso afastar fantasmas, olhar os fatos de todos os ângulos possíveis, para então obter um posicionamento sem facciosismo.
O que é mentira? O que é verdade? O que foi mascarado? O que ou quem foi o “lobo” que comeu a vovozinha em “Chapeuzinho Vermelho”?
Demonizaram muita coisa para que o povo ficasse temeroso e esquecesse de se ater à cadência e aos aspectos inerentes a esses fatos.
Sem a capacidade de analisar e compreender, ideias fragmentadas nos foram impostas sem que soubéssemos da história integralmente.
Aceitamos passivamente essa versão parcial.
Isso precisa ser modificado. É necessário se afastar de clichês e de medos infundados e tacanhos.
Todos nós deveríamos ter predisposição real para com a verdade, sem prejuízo ao nosso senso de julgamento e tirocínio, de modo a compreender acertadamente nossa própria história humana.
Só depois disso podemos dar “opinião” que seja sensata.