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Afinal quem é Corina Machado na fila do pão?

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Por: João Vicente Machado;

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Diante dos fatos políticos e econômicos vividos nos últimos tempos pela maioria da população nacionalista da Venezuela, o sitio JVM resolveu investigar o histórico de vida dos personagens centrais de um conflito que se arrasta desde 2008 naquele país. Hoje a escolha recai sobre Maria Corina Machado, tida e havida por grande parte da imprensa liberal como uma grande e sofrida vítima.

Corina é filha do empresário Enrique Machado Zuloaga falecido em 2023, um dos maiores empresários da Venezuela que operava no ramo de metais pesados e energia. Zuloaga em tempo record construiu um verdadeiro império privado e por volta dos anos de 1990 dirigiu as primeiras exportadoras privadas não petroleiras daquele país. A sua ação comercial não demorou a entrar em choque com a política nacionalista do  ex-presidente Hugo Chaves.

Em 2009 o governo Chaves desapropriou por decreto, duas filiais da siderúrgica Sivensa, de propriedade da familia Zuloaga, e em 2010 nacionalizou outra filial da Sivensa a Sidetur.

Naquele mesmo período Corina já atuava politicamente e dirigia uma organização fundada por ela mesma de nome Súmate. Era uma ONG criada para monitorar eleições na Venezuela. A entidade criada por Corina teve participação ativa nas mobilizações golpistas que culminaram com o golpe de estado contra o presidente Hugo Chaves em 2002 e na campanha para convocação de um referendo visando a revogação do mandato do ex-presidente em 2004.

O presidente Hugo Chaves obteve 60% dos votos do referendo e uma vez abortadas todas as tentativas de afastá-lo do poder, a Súmate foi acusada de conspiração pela justiça venezuelana, por terem recebido doações do National Endowment for Democracy-NED, uma instituição estatal do Estados Unidos da América do Norte-USAN.

Golpe contra Chávez e visita a Bush

“Além do apoio da Súmate ao golpe que derrubou Chávez por 48 horas em 2002, María Corina apoiou pessoalmente o governo golpista que se apoderou do país momentaneamente naquele ano. Na ocasião, o então diretor da principal entidade empresarial do país, Pedro Carmona Estanga, se autoproclamou presidente da Venezuela e assinou um decreto que fechava o Congresso, anulava a Constituição, dissolvia a Suprema Corte e suspendia garantias legais. María Corina estava entre as mais de 300 pessoas que fizeram parte do breve governo golpista e assinaram o chamado “Decreto Carmona”.
Após o golpe e a derrota no referendo revogatório em 2004, Machado ampliou sua ação e buscou apoio internacional para a Súmate. Em 2005, visitou a Casa Branca e se reuniu com o então presidente dos EUA, George W. Bush (grifo nosso). O encontro gerou repúdio por parte de Caracas, que alegou que, naquele momento, nem o embaixador venezuelano em Washington conseguia uma reunião com Bush.” (1)

Deputada cassada e ‘guarimbas’

“Em 2010, Machado foi eleita como deputada pelo Estado de Miranda, mas não chegou a terminar o mandato. Ela foi cassada em 2014, após aceitar um cargo de embaixadora do Panamá na OEA (Organização dos Estados Americanos), violando o artigo 149 da Constituição venezuelana que impede funcionários públicos de aceitar cargos de governos estrangeiros sem a autorização do Congresso. Segundo María Corina, o posto oferecido pelo governo panamenho serviria para “denunciar a violência cometida” pelo presidente Nicolás Maduro.
Enquanto ocupou o cargo na OEA, Machado pediu mais sanções contra a Venezuela para pressionar o governo. As violências às quais Maria Corina se referia eram as ações policiais contra diversos protestos opositores, que ficaram conhecidos no país como “guarimbas”. O estopim das marchas foram as declarações dadas em 2013 pelo então candidato opositor à Presidência, Henrique Capriles, dizendo que não reconheceria a vitória de Maduro e que convocaria a população a protestar contra os resultados eleitorais.
No entanto, ao longo dos meses, os protestos foram ganhando amplitude e ficaram marcados pelo alto nível de violência empregado pelos manifestantes que incendiavam prédios públicos, atacavam sedes de partidos de esquerda e agrediam trabalhadores que se recusavam a aderir às marchas. Neste momento, Capriles tentou afastar sua imagem dos distúrbios e enfrentamentos quase diários entre a polícia e os manifestantes. A decisão abriu brecha para que outros líderes opositores assumissem a liderança dos protestos. Entre eles, estava María Corina Machado.
As “guarimbas” voltaram a ocorrer três anos mais tarde, em 2017. Os protestos daquele ano, no entanto, duraram mais tempo e se mostraram ainda mais violentos que os de 2014. Segundo a versão do governo, ao menos seis pessoas foram mortas e 23 foram atacadas durante os atos por serem simpatizantes ou apoiadores do chavismo.
O caso mais emblemático da violência das “guarimbas” ocorreu em maio de 2017, quando Orlando Figuera, um jovem de 22 anos, foi linchado, esfaqueado e teve seu corpo incendiado após ser acusado de ser chavista durante uma marcha na zona leste de Caracas. Segundo a mãe do rapaz, que o encontrou no hospital ainda com vida, os participantes da marcha perguntaram a Figuera se ele era chavista e o jovem respondeu que sim. “O apunhalaram, lincharam, colocaram gasolina e queimaram. O queimaram vivo porque ele era negro e porque era chavista”, disse a mãe em uma entrevista ao jornal português Público.” (1)

Pelo visto Maria Corina Machado não é nenhuma vestal política e comanda desde 2010 uma organizada oposição política de extrema direita  com viés anti nacionalista e é incentivada e estimulada pelos USAN.

A própria Organização dos Estados Americanos-OEA, que funciona como uma sucursal do governo dos USAN, nunca assumiu nada que contrariasse os interesses estadunidenses na Venezuela.

Agora aquela organização faz coro com o Uruguai, a Costa Rica, o Equador e o Panamá, que comandados pelos USAN, reconhecem a vitória do fantoche Edmundo Gonzalez, alegando a não apresentação das atas de votação.

Para os que desconhecem informamos que o processo eleitoral venezuelano adota urnas eletrônicas como as que são adotadas no Brasil. Que a conferência da fidelidade dos votos é feita por amostras aleatórias e inicialmente era de até 5% das urnas como é atualmente no Brasil.

A Venezuela foi além e em meio às acusações de fraudes a todas as eleições que realizam, cada eleitor recebe um impresso do o voto dado e deposita na urna, ou seja, tem duas checagens. A conferência de fidelidade antes de 5% hoje em dia é de +/-54%.

Mesmo assim, não satisfeitos com 54% das atas e para chaleirar os USAN, continuam num coro internacional a repetir o mesmo mantra pedindo a apresentação das atas de votação.
Lembremos que aqui no Brasil, até o dia de hoje ainda não houve o reconhecimento da derrota por parte do derrotado Jair Bolsonaro.

Nos próprios USAN, proclamado como a basílica da democracia, Donald Trump nunca aceitou a derrota nem reconheceu a vitória de Biden.

O questionamento das urnas eletrônicas ainda é presente no Brasil e o que é pior, Bolsonaro veio alegar isso depois de 30 anos sendo eleito pelas mesmas urnas que condena.

Diante do que foi visto podemos responder: Maria Corina Machado está à direita de Jair Bolsonaro e seria uma Damares mais ousada.
Encerramos o nosso texto com a frase do poeta inglês John Donne e aproveitada por Ernest Hemingway na abertura daquele que talvez tenha sido o seu maior clássico: Por Quem os Sinos Dobram:

“Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”

John Donne

 

 

 

 

 

Referências:
Quem é María Corina Machado, opositora por trás da | Internacional (brasildefato.com.br); (1)
Depois dos EUA, 4 países latino-americanos também reconhecem a vitória do oposicionista Edmundo González na eleição venezuelana | Jornal Nacional | G1 (globo.com);
Por quem os sinos dobram? – Direito em Comprimidos;

Fotografias:
Quién era Henrique Machado Zuloaga, empresario que apostaba a la creatividad en Venezuela (elestimulo.com);
O que se sabe sobre a inabilitação da pré-candidata opositora da Venezuela – Opera Mundi (uol.com.br);
Chávez o Maduro? Le preguntamos a los venezolanos quién tiene la culpa de la crisis | MUNDO | EL COMERCIO PERÚ;
News | National Endowment for Democracy Leases 82,000 Square Feet on Pennsylvania Avenue (costar.com);
Eleição na Venezuela: como funcionam as atas eleitorais – e como verificar autenticidade – BBC News Brasil;

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