Por: Mirtzi Lima Ribeiro;
Apesar do apelo midiático que tem como foco alavancar vendas na comemoração do Dia das Mães, esse dia deve ser visto como um lembrete da importância do papel ímpar que representa a figura materna.
Segundo Efu Nyaki, pedagoga e atuante nos trabalhos sociais em periferias, “Metade da humanidade é feita de mulheres e a outra metade é constituída dos filhos delas”.
Já o saudoso Papa Francisco, em sua imensa sabedoria cristã de acolhimento nos disse: “Não existe mãe solteira. Mãe não é um estado civil.”
O místico Osho ressaltou um aspecto importante ao dizer: “No momento em que uma criança nasce, a mãe também nasce. Ela nunca existiu antes. A mulher existia, mas a mãe, nunca. Uma mãe é algo absolutamente novo”.
O que podemos inferir dessas assertivas?
Tudo é inédito na maternidade. Mas, há uma nata sabedoria na natureza e nela podemos obter grandes lições pela observação do instinto maternal presente nos animais.
As mães golfinho cantam para seus filhos ainda no ventre e continuam cantando até que seu rebento tenha sua própria nota fonal, a assinatura pela qual ele será reconhecido pelo grupo ao qual pertence.
As mães lobas são um grande exemplo de comunidade. Na alcateia apenas um casal reproduz e vive junto até um deles morrer, quando são substituídos por outro casal do grupo. A mãe do grupo dá atribuições a cada membro. Enquanto ela os ensina de modo seguro, apenas no momento certo ela define quando estarão prontos para a vida adulta.
As mães águias funcionam de modo educativo, cujo modelo servirá a todas as mães humanas contemporâneas. Como?
Quando uma águia vai ter filhotes, ela arruma seu ninho com penas e ervas macias aconchegantes para receber os novos membros da família. Toma conta deles assim que nascem, alimentando, protegendo-os de predadores, oferecendo segurança, calor e ambiente propício ao seu crescimento. Mas quando ela vê que chegou o momento adequado, o ninho ficará apenas com gravetos e espinhos, desconfortável como um bom convite para que os novos membros queiram sair e ver o mundo. Ela começa o treino para que aprendam a voar. Ao perceber que eles estão prontos para um grande voo, ela vai com eles ao penhasco mais alto que puder, com seu bico joga um a um ao ar para que voem e eles voam!
Essa é uma grande lição que delimita aquilo que os “contos de fadas” preconizam: a mãe boa precisa morrer e em seu lugar a mãe que instiga ao crescimento precisa surgir.
Por mais que doa ver os filhos prontos para voar, a mãe precisa empurrá-los para que realmente voem, para que se desenvolvam e possam ter iniciativas, para serem fortes e destemidos por conta própria. Eles precisam assumir seu poder pessoal. E essa é a maior prova de amor que uma mãe pode dar.