Os males do século

Por: Mirtzi Lima Ribeiro;

Aqueles que procuram ser isentos e imparciais no seu máximo possível, inclusive consigo mesmos, sabem quem são e geralmente estão cientes das tendências que possuem. Isso é o suficiente para serenar o espírito, apesar de eventual caos que impere ao seu redor.

Não se pode negar que atualmente as mentes de muitos habitantes deste planeta estão colapsando com os ditos males do século, a exemplo da depressão, da desorientação cognitiva, do juízo de valor obstruído, da fuga para alguma irrealidade criada por bolhas ideológicas parciais e perniciosas, do abraço ao negacionismo e de teorias da conspiração, que pregam ódios ao “sistema” e se apegam a profecias dantescas.

Observamos esse cenário entre vizinhos, em gente que pensávamos que tinha juízo mais acurado para depois perceber que nos enganamos a seu respeito, em colegas de trabalho ou em conhecidos que proferem certas sentenças as mais absurdas possíveis.

A era da conexão trouxe males e toxidades que parecem ser insanáveis: os algoritmos levam consigo quatrilhões potencializados de mentiras deslavadas, de informações completamente deformadas, de meias verdades cuja metade tirada de contexto é monstruosa.

Muitos se arvoram de ser conhecedores de “verdades”, que na realidade são mentiras descomunalmente ilógicas, o que lhes move a simpatizar e deificar déspotas ou idiotas contumazes, seres desfigurados de alma que têm o hábito de se aproveitar desses inocentes úteis que passam a considerar esses crápulas como se fossem heróis. Esses que servem a interesses e objetivos escusos sem ter consciência desse fato, se tornam perversos porque espalham desinformações como se elas fossem absolutamente corretas, e também agem para desqualificar, destilar e disseminar ódios vorazes que se constituem vírus letais à procura de novos hospedeiros.

Qual a solução?

1) Pesquisar, estudar, raciocinar, buscar fontes de informações seguras, avaliar as situações com imparcialidade e sem paixões (sem amores loucos ou ódios aviltantes);
2) Analisar com a mente aberta e ativa para compreender os fatos, os dados, as informações e as realidades;
3) Desenvolver uma ferramenta poderosa chamada de discernimento, que é o antídoto para a ignorância, a idiotice, a mesmice, a arrogância desprovida de conteúdo e ausente de sabedoria;
4) Manter a mente oxigenada, concentrada em observar sem paixões desenfreadas, de modo a entender tanto os cenários quanto as realidades fáticas;
5) Compreender que ao desqualificar, odiar, ser intolerante e ser fanático, estará absorvendo e destilando elementos nocivos e altamente segregadores, que destroem neurônios, reputações, relacionamentos e especialmente, destroçam a civilidade.

Esses são os primeiros passos para o retorno a parâmetros mais equilibrados e capazes de romper bolhas ideológicas e insanas.
O mundo agradecerá quando muitos se dispuserem a sair da caverna da qual Platão nos reportou, demonstrando ser um êxodo profícuo para o despertar de consciências.

 

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