A Recuperação de Áreas Desérticas na China

Por: João Vicente Machado Sobrinho;

Os sete países que possuem a maior área territorial do mundo são, pela ordem decrescente.

Área territorial:
Rússia 17.098.246 Km2
Canadá 9.984.670 km2
China 9.596.961 Km2
Estados Unidos9.371.174 Km2
Brasil8.515.767Km2
Austrália:7.692.024Km2
Índia3.287.590Km2

Atentemos para o fato de que entre os sete maiores países do mundo, a Rússia possui a maior área territorial do planeta e a Índia a menor delas.

Em se tratando da população, salta à nossa vista, que sendo ela maior ou menor, irá exigir uma maior ou menor demanda de recursos. Esse é um doa argumentos usados pelo liberalismo econômico para entregar uma maior ou menor seguridade social ao seu povo. Na sequencia iremos ver alguns indicadores numéricos por nós escolhidos para ilustrar nosso raciocínio nesse escrito.

População:
 China: 1.439.324.000 hab
 Índia:  1.380.004.000 hab
 Estados Unidos: 331.003.000 hab
 Brasil: 212.559.000 hab
 Rússia: 145.934.000 hab
 Canadá 37.742.000 hab.
 Austrália:25.500.000 hab.

É fácil perceber os números acima, mostram que a China, é o país mais populoso do planeta terra, em que pese não ser ela a maior extensão entre as demais. Se ao longo da área territorial de cada país listado, fizermos a distribuição da população, através de uma simples divisão iremos constatar que nem todo país populoso é aquele que é o mais povoado.

País populoso é aquele que tem uma grande população e o exemplo maior é a China. Quanto à condição de País povoado, ela será verificada, pela relação absoluta entre a população e a área territorial. Nesse caso o exemplo já não é mais a China. É o que iremos mostrar em seguida:

Povoamento:
Índia: 419,76hab/ha
China: 149,97hab/ha.
Estados Unidos: 35,32hab/ha.
Brasil: 24,96hab/ha.
Rússia: 8,53hab/ha.
Canadá: 3,77hab/ha.
Austrália: 2,55hab/ha.

É fácil perceber que a Índia, de menor área territorial, pelo fato de ter uma população quase igual à da China e uma área menor, é o país mais povoado.

É importante perceber que o fato de ser o país mais populoso, ou o país mais povoado do planeta , não é a garantia para assegurar um Índice de Desenvolvimento Humano-IDH satisfatório.

IDH por definição é um índice que varia de 0 a 1 e serve para avaliar o bem estar físico, social e mental de uma população. Nenhum dos países que tomamos como exemplo, tem uma boa classificação no IDH, pois os sete campeões do mundo em IDH são: Suíça, Noruega, Islândia, Hong Kong, Dinamarca, Suécia e Alemanha.

Entre os sete países do nosso exemplo, a Austrália, que não possui a maior área territorial, nem a menor população e é a líder desse grupo.

IDH
Austrália: 0,946
Canadá: 0,936
Estados unido:0,927
Rússia: 0,821
China: 0,788
Brasil: 0,760
Índia:0,644

Vejamos por fim, o posicionamento desses mesmos países no ranking do PIB, que é a soma de todas as riquezas e que mede apenas a riqueza, sendo indiferente ao IDH:

PIB
Estados Unidos: 29,17
China: 18,07
Índia: 3,89
Canadá 2,21
Brasil:2,19
Rússia:2,18
Austrália: 1,80

A realidade dos números retro citados é clara e límpida, ela mostra como o jornalismo oficial é analógico e orgânico aos meios de produção. Negar os efeitos das gritantes contradições geradas pela má distribuição da riqueza desses países, é fechar os olhos para a má divisão do trabalho, que é mãe da cruel concentração de renda. Essa, a rigor, é a causa maior da falta de trabalho, da pobreza, da fome e da miséria no mundo atual.

Todos os países aqui citados, à exceção do Brasil, (por enquanto) possuem vastas áreas desertificadas, onde predominam os solos arenosos, gelados ou coberto de neve como é o caso da Rússia e do Canadá.
Diz o dito popular que todo coxo parte cedo. Talvez seja por esse motivo que a China, um país que adota um modelo político e econômico voltado para as prioridades sociais, está cuidando prioritariamente de assegurar garantia alimentar à sua enorme população. Nesse sentido, vem fazendo uso de uma técnica milenar para transformar milhões de hectares de desertos em terras agricultáveis, recuperando terras calcinadas dos seus desertos.

A tecnologia apropriada por eles para esse difícil e oneroso trabalho, guarda muita similaridade com a que foi usada há mais de 1000 anos, pelos povos originários da América do Sul. Destacamos especialmente a tecnologia empregada pelos povos indígenas da América Latina, como foi o caso das civilizações Maia, Asteca e Inca, ao que tudo indica prováveis descendentes dos povos orientais. As teorias disponíveis sobre a ocupação e a povoação das três Américas, apresentam duas hipóteses distintas.

A primeira delas, dispõe sobre a imigração de povos oriundos da Ásia e da Europa, os quais chegaram à América do norte, usando a travessia do Estreito de Bering. Esses povos ocuparam o Norte das Américas, se multiplicaram e se distribuíram, ocupando o que são hoje os territórios do Canadá, e dos USAN. O Biotipo e as características fisionômicas dessas nações do Norte, são singulares e divergem da fisionomia dos povos que ocuparam a América Central e do Sul.

A estatura física dos povos indígenas do Norte é mais avantajada no que concerne à altura, ao formato da face, onde o rosto é pronunciado. O nariz aquilino e a tez têm cor bronzeada pela ação do sol. Em se tratando do aspecto cultural, artístico e arquitetônico, pelo que conhecemos, é mais modesto do que as nações do Sul, e até desconhecidos.

Em relação aos povos indígenas da América Latina, há uma corrente de pensamento que defende a ideia de que eles alcançaram a costa Oeste da América Central e do Sul, navegando através do Oceano Pacífico, vindos da Ásia.
Há uma diferença visível de fisionomia entre esses povos e aqueles que ocuparam a América do Norte. As nações do Sul das Américas, parecem serem de origem pré-colombiana e edificaram um império que dominou vastas áreas da América Central e do Sul. A estatura física desses povos é de menor porte. A face e a cabeça são arredondas, o nariz é reto, a pele é morena e os olhos são puxados.

Desnecessário é, falar do grande legado: arqueológico, arquitetônico, cultural e artístico, construído por esses povos, os quais compunham como já dissemos, as civilizações Maia, Asteca e Inca.

Em monumentos como as construções de Machu Pichu, uma obra de engenharia ainda hoje atual, vemos materializada, claramente, uma refinada técnica de construção. A construção revela além de outros detalhes, uma tecnologia voltada para a preocupação com a preservação do solo. As encostas da montanha são muito íngremes e foram usadas para o plantio em terraços irrigados, com a água de irrigação chegando às plantas, através de canaletas e canais subterrâneos estrategicamente distribuídos. Eles captam água de chuvas, alimentam e são alimentados por reservatórios subterrâneos profundos, onde a água é armazenada, de modo a evitar a evaporação.
Pois bem, tudo nos leva a crer que essa tecnologia que a China está usando no tempo presente faz parte da milenar cultura oriental. E o faz para evitar a expansão da aridez, para melhorar o clima e para garantir a segurança alimentar do seu povo.

Vejamos:
“A China tem como meta restaurar 6,7 milhões de hectares de áreas desérticas com pastagens e florestas, até 2025. O objetivo está dentro 14º Plano Quinquenal, que começou em 2021 e termina em 2025. O país é o que tem a maior área de desertificação do mundo, com 2,5737 milhõesdekm² (quase 1/3 de seu território), e 1,6878 milhão de km² de áreas de solo arenoso, segundo os últimos dados de 2019 da Administração Nacional de Florestas e Pastagens. A região da Mongólia Interior possui vários grandes desertos, 23,3% das terras desertificadas da China e 23,7% das terras arenosas. A região tem como meta aumentar sua cobertura florestal para 23,5% e sua cobertura vegetal de pastagem para cerca de 45%;

A especialista destaca a necessidade de “resolver problemas ecológicos por meio de métodos ecológicos”. O controle da desertificação, especialmente em áreas áridas e semiáridas, segundo ela, visa criar uma fronteira para deter a propagação da desertificação, em vez de transformá-la em um oásis. “Utilizamos plantas nativas adequadas ao ambiente local para criar essa fronteira, prevenindo a expansão da desertificação e alcançando o efeito de expansão da vegetação que empurra o deserto para trás”, explica Ruijie;

“Em primeiro lugar, ela requer fontes locais de sementes nativas que sejam adequadas e suficientes para a restauração ecológica, a fim de atender às necessidades ecológicas da região específica. Em segundo lugar, depende de dados, como solo, água e plantas.”

A especialista destaca a necessidade de “resolver problemas ecológicos por meio de métodos ecológicos”. O controle da desertificação, especialmente em áreas áridas e semiáridas, segundo ela, visa criar uma fronteira para deter a propagação da desertificação, em vez de transformá-la em um oásis. “Utilizamos plantas nativas adequadas ao ambiente local para criar essa fronteira, prevenindo a expansão da desertificação e alcançando o efeito de expansão da vegetação que empurra o deserto para trás”, conclui Ruijie.”

A desertificação tem grandioso impacto ambiental e pode causar uma série de males quase irreversíveis ao planeta, tais como:

• A perda da biodiversidade
• O agravamento da insegurança alimentar
• A perda da cobertura vegetal do solo, causando erosão
• A morte das nascentes e dos e rios
• A calcinação dos solos, tornando-os improdutivos
. A Salinização
• A destruição de hábitats
• O desequilíbrio dos ecossistemas
• O êxodo rural
• O aprofundamento de problemas socioeconômicos

O ideal teria sido enfrentar a desertificação no início, o que teria sido impossível por ela ser cronologicamente mais antiga do que o Hommo Sapiens.
No atual processo de reversão das áreas desertificadas, poderemos enxergar vários benefícios, não somente para um só país e sim para uma única nação, que é à grande nação terrena a qual ocupa o universo. Vejamos:

• A conservação da biodiversidade
• A recuperação da vegetação nativa
• A mitigação das mudanças climáticas
• A manutenção dos serviços ecossistêmicos
• A restauração ecológica
• O desenvolvimento socioeconômico
• A recarga das águas subterrâneas
• A redução da erosão do solo
• O alívio da escassez de água
• O aumento da humidade do solo
• O alivio do povoamento e a superlotação

Há quem considere que a injeção de água doce no subsolo vai exaurir as reservas superficiais de água doce o que é um fato. Essa corrente de pensamento talvez não esteja levando em conta alguns aspectos importantes. Todavia de toda água existente no planeta terra, 97,5% é salgada e está armazenada nos mares e oceanos. Um percentual de 25% é de água doce.

Pelo andar da carruagem a humanidade irá depender cada vez mais de água dessalinizada.
. O alto custo da dessalinização, se for comparado às despesas estratosféricas com a máquina de guerra dos sete países é insignificante, é nada!

. Quem tem tecnologia de reverter áreas desertificadas, com certeza terá também para dessalinizar água a custo cada vez mais reduzido.

. As águas de superfície entre os anos de 2001 e 2019 tiveram uma evaporação média entre 20 e 29 litros por segundo por Km2. Ou seja, 3.3 bilhões de m3/por ano, por cada Km2 levados pela evaporação, um “ladrão” que ninguém poderá prender.

. Se a água doce disponível for reservada no subsolo a evaporação será inversamente proporcional à profundidade do reservatório enterrado, portanto muitas vezes menor do que a evaporação de superfície.

 

 

 

 

 

 

Referências:
Os 10 maiores países em extensão territorial – Pesquisa Google;
Lista de países por população – Wikipédia, a enciclopédia livre;
Populoso e Povoado – Pesquisa Google;
Lista de países por Índice de Desenvolvimento Humano – Wikipédia, a enciclopédia livre;
China combate desertificação para garantir segurança alimentar e qualidade do ar – Brasil de Fato;

Fotografias:
Mapa da Rússia, o maior pais do mundo – Pesquisa Google;
Mapa da China, o país mais populoso do mundo – Pesquisa Google;
Mapa da Índia o pais mais povoado do Planeta – Pesquisa Google;
Mapa da Austrália o maior IDH entre os listados – Pesquisa Google;
Mapa dos Estados Unidos da América do Norte – Pesquisa Google;
Como a china está recuperando o deserto canteiro de obras – Pesquisa Google;
China combate desertificação para garantir segurança alimentar e qualidade do ar – Brasil de Fato;
A distribuição da água no planeta – Pesquisa Google;
World Geography: Desertification;

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