Por:Mirtzi Lima Ribeiro;
Portar-se de modo oportuno, consciente dos limites sociais de si e dos outros, é ter sabedoria e boa formação. É de bom alvitre saber a partir de que ponto deixamos de ser cordiais e sensatos nas relações com as pessoas, presencial ou virtualmente. A linha que divide esse comportamento é claramente delineada, e, isso pode ser mensurado pelas atitudes que têm o potencial de inibir ou deixar outras pessoas em desconforto.
Na minha vida como pessoa, professora e profissional técnica, me deparei com uma variedade de estilos e espécies de pessoas. As reflexões e leituras dentro dessa temática comportamental, me ajudaram a compreender a questão das intenções, dos limites, e, até onde podemos ir frente a determinado interlocutor com nossas palavras, gestos e ações. Ser diplomático é antagônico tanto ao ato de ser permissivo quanto a assumir um caráter invasivo com os outros. Sempre procurei, na medida do possível, respeitar o outro: família, parentes, pessoas próximas, amigos, colegas de trabalho, auditados, alunos e desconhecidos. Se cometi deslizes, por menor que fossem, tão logo eram percebidos por mim, eles eram reparados com as devidas desculpas que acompanhavam as correções.
A arte de ser conveniente não é para todos. Há pessoas muito invasivas, que preferem desconsiderar regras sociais e de convivência. Eu não aceito, por exemplo, que coloquem um carimbo para classificar os outros de ser “assim” ou “ser isso ou aquilo”.
Há de se ter educação e civilidade para saber se portar diante dos outros e na sua ausência também, de modo presencial ou virtual.
Havia um livreto na lojinha da igreja que meu pai nos levava quando crianças, que se intitulava “Você e os Outros”, ao qual tive acesso quando já sabia ler bem, cujo teor é de suma importância nesse tema que agora comento.
Sabemos que nem todo comportamento é adequado ou cabível nas diversas circunstâncias da vida, e, para sabê-lo é preciso desenvolver e manter certos níveis de compreensão. É preciso tirocínio e é preponderante ter respeito ao outro ou aos outros envolvidos. Na minha terra, aqui no Nordeste brasileiro, há um termo burlesco que define isso magistralmente: é preciso ter “semancol” e tê-lo por acionar o semancômetro.
Em especial nas redes sociais, se deve pautar com bons modos e dentro de limites razoáveis e civilizados. Não é próprio xingar com palavras chulas e de baixo padrão, assim como é inadequado assediar ou ser invasivo com amigos, artistas e ídolos da arte em geral.
Há homens e mulheres que não sabem ter comedimento nesse quesito da impertinência, e, pelo que insinuam publicamente podem ser vistos como ridículos. Esses merecem banimentos e bloqueios. Já tive gente assim entre amigos virtuais e tive que expurgá-los, e, o fiz com muito prazer, sem o menor traço de arrependimento. Detesto a deselegância gratuita, a audácia invasiva, agir sem proporção da realidade, em especial, se em nenhum momento a pessoa recebeu abertura para fazê-lo.
Além de ser muito desconfortável demonstrar publicamente procedimento desse quilate, traz a possibilidade de causar afasta mento ou retraimento de amigos e outras pessoas educadas no ambiente onde isso estiver ocorrendo. As pessoas tendem a se afastar quando presenciam quadros assim. É capaz também, de minar ou atrapalhar relações. É uma conduta que causa ruídos e muitas vezes, estragos desnecessários. Quando um elemento
desse aparece em redes sociais, outras pessoas evitam ser vistas, param de fazer comentários, mas, mesmo ilhadas, essas criaturas não notam o quanto são descorteses com os outros e, principalmente, com o objeto de seu açoite psicológico. Presencialmente, então, essas pessoas são evitadas a todo custo. Todos desejam ser preservados em sua integridade, quer física, psicológica, emocional, de imagem e mentalmente. Nada é melhor que um bom comportamento, onde se demonstra as relações pessoais mais adequadas, e, um agir de maneira elegante.