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A vida no campo

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Por:Mirtzi Lima Ribeiro;

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Durante um bom tempo defendi a ideia de que precisaríamos desinchar as capitais e rumarmos para cidades menores, estabelecer uma vida mais simples e orgânica, embora com conforto e estrutura. Entretanto, isso não depende apenas de vontade pessoal.

Nós podemos até ter a condição de montar um lugar estruturado, funcional, confortável e autossustentável, ou, nos programarmos em pequenos grupos para tê-lo. Mas, o ponto fundamental é que sem a estrutura geral, há muitas dificuldades a serem contornadas. Há ainda a questão da educação de qualidade para os filhos e dos cuidados preventivos e corretivos com a saúde de todos.

As cidades menores padecem de necessidades nesses quesitos, apresentando situação precária.
E os inconvenientes e entraves residem exatamente na ausência de políticas públicas, que ficam unicamente nas mãos do poder público. Os gestores em mandatos no Poder Executivo e os detentores de mandato eletivo no Poder Legislativo, que deveriam atuar como representantes do povo, não têm oferecido a estrutura e as condições que possibilitem essa migração da cidade para o campo com o mínimo de segurança, dignidade e dos requisitos aqui já descritos.

E isso se reflete, por exemplo, na ausência de estradas vicinais adequadas, ou seja, faltam vias rurais que liguem sítios e chácaras, localidades, povoados e distritos ou até cidades vizinhas. Muitas vezes, não há a infraestrutura adequada, como saneamento básico, água potável, cuidado com os mananciais naturais, preservação e manutenção de escolas e postos de saúde ou pequenas clínicas para pronto atendimento à população.

E isso ocorre na grande maioria das localidades que não são capitais e que se situam no intervalo entre o Opiapoque, um Município do Estado do Amapá, limítrofe com a Guiana Francesa, até o Chuí, Município do Estado do Rio Grande do Sul, fronteira com o Uruguai.

Por que a política pública é fundamental? Primeiro porque se origina do Poder Público, dos gestores e legisladores, e visa atender indistintamente a toda a população. Primeiro, são levantadas as vocações de cada localidade e os problemas que precisam ser resolvidos.

Depois se estabelecem eixos principais de trabalho e programas para atingir esses fins. Há vários instrumentos para isso, cujas técnicas são ensinadas por diversas entidades que atuam em gestão pública e em planejamento estratégico. Mas a maioria dos representantes do povo, que deveriam tomar a iniciativa ou serem acionados e cobrados pelo povo para agir nesse sentido, não o fazem sistematicamente, com planejamento e direcionamento.

Entretanto, esse feito de requerer de gestores e legisladores a adequação dos instrumentos de planejamento e gestão à vida prática e ao ato de suprir as necessidades da população, é um hábito e um dever ainda não absorvido nem assumido pelo povo brasileiro. Os eleitores ainda possuem uma ideia tosca em relação àqueles que alçam ao poder, eleitos com seus votos. Não se trata de torcida como no esporte, ou como é visto no nosso popular futebol.

Eleger alguém para a posição de gestor dos recursos públicos e mentor da legislação aplicável, passa por uma visão e uma disposição de olhar e levantar a problemática da região e estabelecer objetivos, metas e programas para solucionar as carências estruturais destas localidades, com vistas a levar uma condição de vida digna, eficaz e efetiva a esse contingente humano e a tudo que o envolve. Para lograr êxito nessa escolha, o eleitorado precisa se conscientizar para escolher melhor seus representantes.

É fato que não podemos continuar concentrando a vida nas capitais do país, porque já estão superlotadas, especialmente os grandes centros e aquelas cidades eleitas como destino turístico. A vida nessas localidades, passam a ser inferninhos a céu aberto: no trânsito caótico, na questão do lixo que exponencialmente demanda mais recursos para limpar a cidade, na drenagem de bueiros, nos supermercados lotados, nas hospedagens insuficientes (hotéis, pousadas, apartamentos e casas para alugar por temporada), no valor dos imóveis que passam a ser excessivos, no preço das refeições em restaurantes que aumentam de modo indesejável, apenas para citar alguns inconvenientes que pesam muito na vida da população local.

E aqui deixo a reflexão:

1. Voto é de suprema importância, portanto, é preciso acionar a consciência para escolher quem tenha a capacidade técnica de gerir recursos com a conotação de sustentabilidade, estabelecimento e manutenção de infraestrutura da localidade;

2. A população precisa ter consciência de fazer o acompanhamento social, ou seja, verificar se o gestor ou o legislador que foram eleitos assumem postura pública, em trabalho pela coletividade ou apenas estão vendendo sua imagem e ideologias lúgubres de exceção;

3. A vida em sociedade passa por validação, valorização, responsabilidade, equilíbrio entre direitos e deveres e isso precisa ser para todos, para o coletivo.

 

 

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