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A substituição dos medos

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Por: Mirtzi Lima Ribeiro;

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No período da adolescência, a minha geração tinha medo de bicho papão, do papa-figo, de assombração e de fantasmas, de supostos tarados em noites escuras quando não havia o brilho da lua nem boa iluminação.

Atualmente, o medo é de bala perdida, assalto à mão armada, de pedófilos quando se tem filhos e filhas pequenos, de assediadores especialmente quem é mulher, de disseminadores de notícias falsas e inverdades, de desfalques e golpes digitais financeiros na web ou via celular, de assassinatos programados pelas milícias, do barulho de moto em lugares ermos ou até mesmo na esquina da rua.

Qual a diferença para a Idade Média, cujo torpor era estar diante da Inquisição para não queimar vivo na fogueira ou ser barbaramente torturado até à morte? Ou reis absolutistas que impiedosamente e sem julgamento ou provas, mandavam fazer coisa semelhante aos seus camponeses, pobres e massacrados ou a quem eles taxavam de insubordinados? Dos métodos extravagantes de empalar inimigos? Ou mulheres indefesas que aleatoriamente tinham seus corpos possuídos com violência e de modo aviltante por superiores hierárquicos ou reles desconhecidos?

Ao que tudo indica, substituímos os nossos medos. Em alguns casos eram medos bobos, fruto de lendas urbanas. Já em outros, os medos são palpáveis, verdadeiramente concretos e muito além do que desejaríamos que fossem, porque podem resultar em mortes, assassinatos cruéis, grandes danos e problemas de toda sorte.

No Brasil contemporâneo, há pessoas com sérios problemas de cognição, de empatia, que repudiam a civilidade, a justiça social e o bom senso. Há também o torpor imposto pelas milícias que se acham acima das leis e deixam muitos cidadãos à mercê de seus controles e coerção, já que agem pelo terror com armas de grande porte e incivilidade, subvertendo toda e qualquer ideia de humanidade.

Alguns quiseram e ainda querem atrair ditaduras. Mas, é fundamental relembrar os torpores dos desaparecimentos de civis, a tortura de muitos inocentes, o horror dos porões da ditadura militar nas décadas de 60 e 70 aqui no país. Jamais se deveria desejar um retrocesso e um período tão ameaçador à dignidade humana.

Enquanto civilização, é possível afirmar que descemos ao fundo do poço e talvez estejamos para além da 21a alça de subsolos que parecem não ter fim.

Entretanto, ao observarmos os ciclos pelos quais a sociedade percorreu, desde que começamos a mensurar as eras, eu ouso afirmar que estamos em uma virada de paradigmas, em um novo ponto de ruptura para alavancar um período de maior luz.

Por que digo isso? Porque todo período de iluminação que brotou na humanidade foi precedida de um profundo período de densas trevas, de exageros, de fundamentalismos (todo tipo de ignomínia “em nome de Deus”), de mediocridades e de alta periculosidade.

Portanto, é de bom tom avaliarmos esses medos e torpores  .

É fundamental delinearmos a maneira que nos viabilizará sair desse quadro de horrores e caminharmos para dias mais claros, assim como foi na Renascença, no Iluminismo e em eras de ouro.

Por: João Vicente Machado Sobrinho;

 

 

 

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