Por: João Vicente Machado Sobrinho;
Jean de La Fontaine era um poeta e fabulista francês do século XVII, autor da famosa fábula envolvendo o Lobo e o Cordeiro.
Dizia ele no seu escrito na parábola:
Fábula: O Lobo e o Cordeiro
“Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.
– Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo – disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
– Senhor – respondeu o cordeiro – não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.
– Você agita a água – continuou o lobo ameaçador – e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
– Não pode – respondeu o cordeiro – no ano passado eu ainda não tinha nascido. O lobo pensou um pouco e disse:
– Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.
– Eu não tenho irmão – disse o cordeiro – sou filho único.
– Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.”
MORAL: A razão do mais forte é sempre a melhor
Jean de La Fontaine
Por ocasião da sabatina a que foi submetido o indicado do presidente Lula para o Banco Central-BACEN, aconteceu algo parecido.
Houve questionamento interno, no âmbito da comissão de assuntos econômicos, quando um parlamentar tentou desqualificá-lo com a alegativa que ele teria citado o trecho de um livro de autoria de Karl Marx.
Mas o que dissera ele de tão grave para ser exumado?
“Apresentada em 2008 na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) com o título “A lei do valor como limite ao desenvolvimento da economia brasileira”, a dissertação de mestrado de Gabriel Galípolo discutiu a concentração de renda e a desigualdade social no Brasil e defendeu a mediação do Estado através de políticas públicas;”
Por sua vez, uma jornalista do Globo News, censurou a fala do presidente Lula ao se referir à função de Galipolo no Bacen. Lula teria dito mais ou menos, que a função dele no BACEN seria trabalhar em prol do bem estar do povo brasileiro.
Ora, ora, ora, a surrada pecha de comunista continua a ser invocada pelo liberalismo capitalista como se fosse ele a grande causa de todos os males que afligem o povão. Esse bordão, desgastado pelo uso, já teve mais eficácia, mas a rigor vem perdendo força. Por um motivo simples pois, como a prática é o critério da verdade e as ciências naturais são empíricas, é preciso provar o socialismo que é o primeiro estágio do marxismo, em tempo suficiente.
Com relação à declaração do presidente Lula do BACEN estar a serviço do povo brasileiro, só podemos entender, nos perdoe a jornalista, só pode ser uma recomendação do mercado.
O presidente do Brasil iria declarar que o BACEN continuará de costas para o povo como durante toda gestão de Roberto Campos Neto, o menino de ouro aos olhos do establishment? Me poupem!
Não temos a ilusão que Galípolo venha a peitar de frente os grupos financeiros, fugindo à regra liberal. Mas é bom que ele esteja ciente que o povo agora sabe quais são as reais funções do BACEN, e está enxergando o seu encilhamento e que irá cobrar do senado o termino dessa situação esdrúxula de dependência.
Referências:
SciELO – Brasil – A TEORIA DO VALOR-TRABALHO EM MARX: a mercadoria e a crítica da crítica à centralidade do trabalho A TEORIA DO VALOR-TRABALHO EM MARX: a mercadoria e a crítica da crítica à centralidade do trabalho;
O Capital – Compêndio | Amazon.com.br;
ideologia alemã – Pesquisa Google;
Fotografias:
O lobo e o cordeiro. Ilustração de uma fábula de Jean de La Fontaine (1621-1695). Pintura de Jean Baptiste Oudry (1686-1755);
Indicado por Lula para comandar BC, Gabriel Galípolo é aprovado em sabatina no Senado;
https://veja.abril.com.br/coluna/mailson-da-nobrega/o-incompreendido-banco-centra;
Elevaremos juros se necessário, diz Campos Neto;