Por: João Vicente Machado;
A imprensa internacional tem divulgado que os Estados Unidos da América do Norte-USAN “presentearam” a Ucrânia com um tipo de artefato de guerra hoje mundialmente em desuso, denominado Bomba de Fragmentação. O objetivo é utilizar uma arma mortífera para desequilibrar o curso da guerra em favor da Ucrânia, no devaneio imperialista dos USAN de possivelmente vencer a Rússia.
Historicamente a hegemonia do poder econômico mundial sempre esteve em disputa e foi objeto de grandes conflitos bélicos entre os povos. Foi assim por ocasião do domínio dos impérios grego, e egípcio, ambos anteriores à era cristã e teve grande evidência com a hegemonia, o domínio e a expansão do império romano que perpassou a era cristã e perdurou até o século IV d.C.
Na idade média, mais precisamente depois da primeira revolução industrial, a Inglaterra assumiu a hegemonia e o poderio econômico do planeta terra, somente vindo a perdê-lo quando esgotada economicamente ao término da segunda guerra mundial.
Depois daquele sangrento conflito, os Estados Unidos-USAN emergiriam como nova potência econômica e bélica. Assumiram a partir de então o domínio mundial na esfera econômica e política, passando a ditar as cartas e a disputar espaço com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas-URSS, recém saída de uma guerra sangrenta onde foi heroicamente vencedora.
Os Russos haviam sentido na pele a falta de apoio dos chamados aliados, os quais ficaram à sombra, esperando tanto a derrota da Rússia quanto a da Alemanha ao se consumirem. A ideia era livrar-se tanto do nazi fascismo de Hitler e Mussolini, quanto do socialismo de Stalin. Nesse passo e depois da guerra, a Rússia acelerou o ritmo da sua nascente indústria bélica e passou a trabalhar dia e noite para fortalecer seus arsenais com vistas na sua auto defesa. Indo além, apresentou ao mundo um novo modelo de regime econômico e político, que é o modelo Socialista, atacado a partir de então em todos os flancos.
A humanidade passou então a viver aquilo que foi rotulado de Guerra Fria, e que tinha como contendores principais, por um lado os USAN atacando e por outro lado a URSS por se defendendo. A rigor era uma disputa ideológica e geopolítica.
Foi nessa época, mais precisamente do ano de 1947, que os USAN criaram a Organização do Tratado do Atlantico Norte-OTAN, com o fito de reunir em torno do seu projeto político os países que eram seus aliados: Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Portugal e Reino Unido, além dos Estados Unidos, ou seja, 13 países.
Em 1952 houve o ingresso da Grécia e da Turquia.
Em 1955 foi a vez da Alemanha Ocidental.
Em 1982 a OTAN filiou a Espanha e, finalmente em,
Em 1999 filiaram-se a Polônia, a Hungria e a República Tcheca.
Atualmente a OTAN tem 30 filiados, começando pela Albânia e indo até a Turquia.
Ora, a OTAN foi crida em 1947 com o início da guerra fria que terminou em 1989 e tinha como propósito se contrapor à URSS. Com o seu fim, rezava a lógica que as atividades da OTAN tivessem sido encerradas por pura perda de objeto.
Muito pelo ao contrário, pareceu fortalecer-se e prosseguiu filiando aliados de última hora, e até aliciando para os seus quadros os dissidentes do socialismo que sofrera com a debacle da URSS.
No ano de 1955, os países do bloco socialista que sempre enxergaram na OTAN um instrumento de dominação geopolítica dos USAN, também trataram de se organizar em torno do Pacto de Varsóvia, tendo como filiados: a Albânia, a Alemanha Oriental, a Bulgária, a Hungria, a Tchecoslováquia, a Polônia, a Romênia, e a União Soviética num total de 8 países. Com a Debacle da URSS como já ressaltado, podemos constatar que ocorreram visíveis digressões que levaram à dissolução do Pacto de Varsóvia em 1991. Talvez essa fragilidade tenha animado o liberalismo capitalista a considerar que havíamos chegado ao fim da história. É bom lembrar sempre, que a experiência socialista da URSS durou apenas 71 anos. Enquanto isso a transição do feudalismo para o capitalismo durou mais ou menos 600 anos, passando pelo intermediário mercantilismo.
Destarte, a sobrevivência da OTAN, a morte da Guerra Fria e do Pacto de Varsóvia, é uma brutal contradição que torna claro para todo mundo e pra mulher de seu Raimundo, que hoje em dia aquela organização tem por finalidade única, promover a expansão geopolítica liberal burguesa dos USAN. A Ucrânia seria a cereja do bolo de mais uma conquista estadunidense.
Os USAN temem o choque direto com o arsenal russo e vem usando Volodymyr Zelensky de forma indireta, como um instrumento para alimentar a guerra que uma vez vencida permitirá a instalação da tão sonhada base militar dos USAN na Ucrânia. A Rússia, por sua vez, tem apostado na simpatia da banda da população que preserva os ideais socialistas, além de tirar partido da condição de vizinha, para impedir a construção da base militar que lhe seria um calcanhar de Aquiles.
Em meio a todo esse fogo cruzado, está a população civil da Ucrânia, assistindo o país ser transformado num monte de escombros.
O folclórico presidente da Ucrânia, humorista por profissão, tem recebido um volumoso apoio financeiro e bélico para segundo ele organizar uma contra ofensiva que nunca se materializa. Os USAN são os maiores interessados na derrota da Rússia e já investiram na guerra da Ucrânia mais de US$ 5 bilhões.
Agora parecem já não dar mais crédito ao humorista Zelensky, o qual continua “enterrando dinheiro” sem nenhum resultado. Parece ter saído daí a decisão desesperada de fazer uso das tais Bombas de Fragmentação as quais se definem em:
O que são bombas de fragmentação e por que são controversas – DW – 08/07/2023;
Bombas de fragmentação podem ser lançadas a partir de aviões ou como foguetes a partir de obuses, canhões de artilharia e lançadores especiais. Uma vez lançadas, elas liberam centenas de submunições menores que se espalham indiscriminadamente em grandes áreas, desde o equivalente a alguns campos de futebol até vários hectares de terra, ampliando seu potencial destrutivo.
As bombas de fragmentação estão em uso desde a Segunda Guerra Mundial e foram utilizadas ostensivamente na Guerra do Vietnã. Durante aquele conflito, os Estados Unidos lançaram cerca de 260 milhões de bombas menores no vizinho Laos, tornando-o o país com o mais alto nível de contaminação por bombas de fragmentação do mundo.
Os civis são os mais afetados por esse tipo de armamento. Um relatório recente da organização não governamental Coligação Contra as Bombas de Fragmentação (CMC, na sigla em inglês) afirmou que 97% das vítimas de bombas de fragmentação são civis, e 66% desses mortos ou feridos são crianças. Até agosto de 2022, segundo o relatório, a Ucrânia era o único país onde tais munições estavam sendo implantadas.
Volodymyr Zelensky tem percorrido o mundo com um matulão nas costas a procura de dinheiro, para segundo ele “armar uma contraofensiva”. Tem sido até impertinente e presunçoso com os países que não lhe dão importância, ouvidos, e ajuda material, embora só tenha a apresentar e entregar escombros sobre os quais mora o seu povo sofrido.
Sabemos que nesse convento não existem freiras, e sim damas cortezãs. Os USAN imaginaram ser essa uma invasão fácil, como fáceis têm sido dezenas de invasões sem resistência que têm comandado em todo mundo. A Rússia tem condições de vitória fácil, mas não quer intensificar a guerra por respeitar as ligações familiares entre os dois países e pelo fato de o território ucraniano ser um dos mais férteis produtores de alimentos do mundo que precisa continuar a produzir para alimentar a ambos.
A OTAN é uma velha cafetina à espera da sua parte no butim. Por outro lado, a China que declaradamente apoia a Rússia, está só aguardando o momento certo para entrar em cena.
A população da Ucrânia? Essa é a grande vítima que poderá presenciar um morticínio histórico onde “97% das vítimas de bombas de fragmentação são civis e 66% dos mortos são crianças.” Ponto final !
Referencias:
O que é a Otan e quais são os países que fazem parte da organização | Mundo | Valor Econômico (globo.com);
EUA enviará bomba de fragmentação à Ucrânia; entenda como a munição funciona (uol.com.br);
Pacto de Varsóvia: o que foi, objetivos, países – Brasil Escola (uol.com.br);
Fotografias:
O Império Romano e a expansão do Cristianismo (padrepauloricardo.org);
Rússia: Por que sempre lembramos da vitória na Guerra? – Vermelho;
Guerra Fria: a guerra ideológica entre duas potências | Politize!;
OTAN: como atua, países membros e objetivo [resumo completo] (todoestudo.com.br);
Pacto de Varsóvia: o que foi, objetivos, países – Brasil Escola (uol.com.br);
Ucrânia pede ajuda contra a Rússia em meio ao acirramento dos combates (nypost.com);
EUA enviará bomba de fragmentação à Ucrânia; entenda como a munição funciona (uol.com.br)
Volodymyr Zelensky – Pesquisa Google;