Por:Emerson Monteiro;
Dentro de alguns instantes tudo muda em um jeito de renovação diante dos impasses naturais à nossa vontade, nos caminhos deste chão. Quer-se o impossível, porém leis do desconhecido impõem determinações que mexem com a gente na faixa estreita das decisões, e, mesmo que assim não quiséssemos, permite ver poucos meios de achar os rastros e sinais do Infinito que prevalecem. Força soberana, pois, avalia o que de melhor deva acontecer, proveniente das condições e de ordens intransponíveis que controlam as escolhas das criaturas humanas.
São essas ocorrências fortuitas que fazem aquilo que resolveram chamar Destino, e nem de longe representa vontades individuais; oferece o mínimo necessário a que pudesse ser de outro jeito. Bem aquilo que Nietzsche diz ser incrível a força que as coisas parecem ter quando têm de acontecer. Motivos invisíveis, pois, andam livres à frente dos acontecimentos, e nada resta senão adaptação e conformação. Muitos, tantos, desses registros preenchem a História. Quais, no entanto, os meios de participar da condição inevitável, procuramos seguidamente, todos desejando transformar essa condenação ao inesperado, e que alimentássemos de poder as lutas humanas.
E quando menos se espera, que nem um vendaval imprevisível, tudo fica diferente do que era antes. Aparentemente haveria outra forma de conduzir o barco, mas existirá muito pouco a fazer frente aos desejos insatisfeitos. Espécies de seres experimentais, vemo-nos tais instrumentos de ordens superiores. Alimárias do acaso, agimos sempre submissos a forças universais.
Quanto aos poderes relativos que desenvolvemos, de concentração mental, meditação, oração, sociedades organizadas, instituições; profetas, sábios, sacerdotes; tangemos dias sucessivos de expectativas, fruto de códigos e manuscritos achados nas cavernas da tradição. Ainda que ansiemos vir a predominar sobre a natureza determinante que rege a existência, baixamos os olhos aos sonhos e de lá, certa feita, haveremos de dominar o impossível e viver de vez as reais transformações que ora só presenciamos, apesar da força valiosa do querer que possuímos.